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Gon Freecss...

Como um pouco da minha comida, ao som dos talheres de todos que estão na mesa. Como na maioria dos dias da semana, estamos jantando com o Leorio e o Kurapika.
 
Ainda não falei com o Killua sobre o que aconteceu de manhã, não gosto de colocar mais coisas na cabeça dele quando sai do consultório, e no trabalho na cafeteria nem temos tempo para conversar por mais de dois minutos, sempre tem algo para fazer. Então, decidi falar com ele antes de deitarmos.
 
Olho para o loiro que ao notar meu olhar abre um meio sorriso, e aponta disfarçadamente para a Mito que está na ponta da mesa. Franzo a testa e ele me encara, não precisa dizer nada para que eu entenda. Tem algo acontecendo, essa expressão dele...
- Diz logo - todos na mesa me encaram e o Kura sorri.
- Adivinha quem tem um encontro?
 
Olho para ele e para a Mito que nesse momento encara o Kurapika com os olhos cerrados.
- Não é um encontro- ela diz em um tom sério.
- Você tem um encontro? - eu, o Killua e o Leorio falamos ao mesmo tempo.
- Isso é sério? - o Moreno fala- Se for é algo inédito, tipo ... muito.
- Sim. Totalmente - olho para ela - Vamos Tia Mito, quem te chamou para um encontro?
 
Vejo o rosto dela ficar levemente vermelho, ela desvia o olhar antes de olhar para todos nós.
- Não é um encontro, são apenas duas pessoas saindo para jantar e conversando sobre a vida.
- Você acabou de descrever o que é um encontro - o Killua diz e todos concordamos - ela respira fundo.
- Não nesse caso. Hoje a tarde, enquanto estavam na consulta o Gotoh veio aqui... falar sobre o Kill.
- Gotoh? - sorrio - Ele é um bom partido.
- Gon - ela me encara - Não faz diferença, ele veio falar sobre vocês, a única coisa que nos liga é vocês, nada além disso.
- Mas se ele te chamou para sair é porque está interessado- o Leorio diz.
- Sim, dava para ver na cara dele- o Kura complementa.
 
Vejo o albino assentir e olhar para a Mito.
- Nunca vi o Gotoh convidar alguém para jantar, se fez isso é porque gostou de você, e se você aceitou, suponho que é porque... ele lhe agradou - vejo ela assentir silenciosamente.
- Vocês vão se dar bem - sorrio- Quer dizer, ele é uma boa pessoa, e já está na hora de você se preocupar mais com você mesma.
- Concordo, estamos te apoiando Tia Mito - o loiro sorri.
  
O Leorio levanta com o copo de suco.
- Brindamos ao pretende da Mito- ela ri.
- Obrigado meninos... - sorrimos para ela ao levantar os copos de suco.
- E... - o moreno continua - Brindamos ao meu trabalho no hospital central de York Shin.
- O que? - todos falamos juntos.
- Consegui um emprego.
 
Todos o cumprimentamos e brindamos em comemoração, o Kura se levanta e da um abraço no Leorio.
- Parabéns - ele sorri e passa mão no cabelo do loiro.
- Obrigado meu amor- vejo o Leorio se abaixar e dar um beijo leve no Kurapika.
- Que lindos- ambos me olham vermelhos.
  
Depois da emoção voltamos a comer, enquanto conversamos sobre as mais diversas coisas. E me sinto feliz, pelo Leorio e pela Tia Mito, por mais que não tenha dito em palavras sei que ela está feliz, talvez ter alguém ao lado dela faça bem para a mesma. E confio no Gotoh para isso, ela é a mulher mais forte e genial que conheço, merece todo o amor, muito mais do que o tipo de amor que ela recebe de todos nós.
  
Arrumamos a mesa e acompanhei o casal até a porta, antes de voltar para casa, a Mito foi deitar e eu como já havia tomado banho fui para o quarto com o Killua.
 
Vejo ele tirar a camiseta e colocar uma regata, ao ver que estou olhando ele sorri.
- O que foi? - dou de ombros.
- Estou esperando você me falar o que aconteceu - ele me encara em silêncio- Eu vi que a sua mão está vermelha, e a boca de um dos Amori estava machucada.
  
Ele suspira fundo e senta ao meu lado na cama.
- Eu fiz o que falei que faria. Fui até lá com o Pokkle, tentei conversar civilizadamente. Inclusive não liguei para provocações, mas, quando eles te mencionaram... quando vi já tava torcendo o braço de um- ele olha para mim - Me desculpa - minha expressão seria se desmancha e eu seguro as mãos do albino.
- Sabe, eu fico preocupado.
- Não está bravo? - balanço a cabeça em negação.
- Pelo menos você não foi de primeira na violência.
 
Ele ri.
- Sim, tentei ser um ser humano comportado - rio.
- E quase conseguiu- seu olhar para no meu - Eu... Queria me desculpar de novo por não ter te falado o que aconteceu, eu vivo falando que vamos passar por tudo juntos mas deixo de falar algumas coisas para você, eu não deveria fazer isso porque... além de ser meu namorado, você é meu amigo- aperto sua mão na minha, entrelaçando nossos dedos - a pessoa que eu quero ao meu lado, e eu confio em você - sorrio - confio meus segredos, meus medos, minhas falhas, meu coração... minha vida a você- levo minha mão desocupada até a lateral de seu rosto e passo meu polegar delicadamente - Obrigado por sempre me defender.
 
Ele sorri.
- Eu já disse que eu faria qualquer coisa por você, me jogaria de novo na frente de uma bala - rimos.
- Por favor não - coloco minha cabeça em seu ombro - Senti o medo de te perder uma vez e não quero isso de novo, te proibo de quase morrer Killua Zoldyck - ele ri.
- Eu não mais te preocupar, é uma promessa...
 
Levanto o olhar o encarando.
- Você não pode voltar mais atrás -ele assente.
- Hoje é sua vez de ler- ele concorda e se estica pegando o livro que já estava na cama.
- Gon, você sabe que te amo, certo?
 
Assinto estranhando a fala repentina.
- Por que está dizendo isso agora? - o albino dá de ombros.
- Só para garantir que você saiba.
 
Sorrio.
- Como se você me fizesse duvidar.

A Luz da Minha Escuridão *Killugon* Where stories live. Discover now