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Killua Zoldyck...

Estou novamente no mesmo lugar que estava no dia anterior, desde que acordei estou esperando ansiosamente para que a tarde chegue logo, estou ao ponto de explodir de vontade de ver a Alluka, estou com tanta saudade dela que é como se meu peito se apertasse cada vez mais, a cada minuto que se passa...
- Bom dia príncipe Killua - olho para o Pokkle que se senta.
- Bom dia... que história é essa se príncipe Killua?
  
Ele se vira para me olhar.
- Passei na cantina, tinha umas meninas conversando e uma disse - ele força a voz para parecer feminina, o que acaba ficando apenas ridículo e medonho - Mas o tal do Killua é tão lindo, seu rosto parece esculpido a mão, como um príncipe - ele me encara e começamos a rir.
- Essa foi a coisa mais ridícula que já ouvi - ele assente.
- Você nem é tudo isso.
 
Reviro os olhos e por coincidência meu olhar para na porta, onde três figuras estão paradas junto com um grupo de meninos, mas estes me chamam atenção, pois reconheço esses rostos.
- Ei Pokkle.
 
Ele se aproxima, faço um sinal com a cabeça apontando para a porta, ele olha na direção que apontei.
- Quem são os três que andam juntos a todo momento?
- Eles?
- É.
- São os irmãos Amori. Os dois maiores estão no terceiro ano, se chamam Umori e Imori, o mais novo estranhamente se chama Amori - levanto a sobrancelha confuso.
- Mas o sobrenome dele não é Amori? - o Pokkle dá de ombros.
- Vai ver a mãe dele não é criativa.
 
Assinto levemente.
- Ei Killua, por que me perguntou isso?
- Tive a impressão de estar sendo encarado por eles.
- Não seria surpresa.
- O que quer dizer? - ele abana as mãos.
- Nada demais. Só que eles causam muitos problemas, e você é novo, peculiar, chama atenção.
- Além de que sai de mãos dadas com o Gon - ele desvia o olhar sem graça.
- Esse mundo está cheio de idiotas, retrógrados, pessoas que são uma grande merda - não posso deixar de concordar.
- Acho que sou um prato cheio.
- É... Mas é só você ignorar...
- Ignorar?
- É, ou vai se meter em problemas. Esses caras não conseguem enfrentar as pessoas sozinhos, sempre estão juntos.
- E por que isso me impediria de resolver as coisas?
  
Ele entende as mãos.
- É simples, três pessoas, você é uma. Eu se ajudar- ele levanta os braços- não sou muito útil, fora que eles não sabem dialogar como humanos racionais, vão querer te socar. Sabe como termina? Eu te arrastando para a enfermaria - olho para ele e começo a rir.
- Você é louco?
- Você não tem ideia - sussuro- Acha que eles podem fazer alguma coisa?
- De que tipo? - dou de ombros.
- Provocações...
- Sim, mas não agora ou já teriam feito.
  
Assinto em silêncio. Espero que eles não tentem nada com o Gon, caso ao contrário... aperto minhas mãos... Eu resolvo isso do jeito deles.

Gon Freecss...

Ando a passos rápidos até o vestiário, parando em frente ao meu armário. Finalmente vou começar a treinar para as competições, não vejo a hora de sentir aquela emoção da partida de novo. Essa é sem sombra de dúvidas a melhor parte do ano letivo. Posso ser meio lento nas aulas normais, mas nos jogos... funciono muito bem.
- Animado Gon? - sinto um aperto rápido em meu ombro e sorrio olhando para o Hanzo. Um grande amigo, que é da sala do Kurapika, nos conheçamos desde a antiga escola e jogamos juntos as vezes.
- Mas é claro. E você pronto?
 
Ele abre seu armário e tira a camiseta.
- Sempre estou - rio e seguro a ponta da minha blusa tirando a mesma, coloco o código do meu armário, abro o mesmo mas antes que coloque minha blusa um uniforme cai, meu olhar para no uniforme caido assim como o do Hanzo.
 
Franzo a testa e abaixo. É um uniforme feminino. 
- O que é isso? - o Hanzo toma da minha mão, tinha um papel colado mas antes que eu possa ler o mesmo pega e amassa- Você sabe quem foi? - balanço a cabeça em negação.
- Mas não importa- pego o informe e jogo no banco, respiro fundo, tentando não demonstrar nada. Pego meu informe do time.
  
Mas meu coração parece estar doendo, minha garganta está fechada. Eu sei porque isso está aqui, não sei quem colocou, mas posso imaginar o motivo.
- Gon.  - O Hanzo segura meus ombros com suas mãos - Como você pode deixar para lá? Temos que resolver essa merda. Esses idiotas não podem fazer o que quiser. Temos que descobrir quem foi e amassar  esses filhos da ...
- Ei - me afasto e coloco a blusa - está tudo bem. Foi só uma brincadeira.
- Mas pode piorar.
- Mas não vai.
- Mas pode. Vamos resolver isso, podemos falar com o Kurapika e você avisa seu namorado, talvez ele tenha...
  
Balanço a cabeça em negação.
- Hanzo, vai ficar entre nós ok? Não quero preocupar o Killua, se isso piorar eu resolvo, ok? - ele relutantemente assente.
- Mas, se algo mesmo que seja isso de novo- ele aponta para o uniforme - Você não vai deixar passar viu?
 
Assinto e sorrio levemente para tranquilizá-lo, enquanto o som do resto dos meninos entrando faz com que eu agilize em me trocar e sair de lá rapidamente, o Hanzo vem atrás de mim.
- Então- ele coloca a mão ao redor do meu pescoço - Vi o Killua hoje de manhã- ele me empurra levemente com o ombro - Mandou bem, ele é lindo - olho para ele e rio.
- E essa é a menor das qualidades dele.
 
O Hanzo assente.
- Parece que está mesmo apaixonado.
- Estou... mais do que achei que seria possível- me afasto correndo para a quadra, pego a bola de basquete que estava no chão e jogo na cesta, acertando em cheio. Antes da bola chegar ao chão o Hanzo a pega no ar e joga para o alto, quando pousa ele começa a quicar a mesma no chão vindo em minha direção.
- Vamos aquecer? - qbro um meio sorriso.
- Você ainda pergunta?
  
Ele ri e começamos a jogar um Mano a Mano. Pelo menos enquanto estou jogando não consigo pensar no uniforme feminino... Espero que tenha sido apenas um caso isolado ...

A Luz da Minha Escuridão *Killugon* Where stories live. Discover now