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Gon Freecss...

Entro a passos arrastados para dentro de casa, jogo a bolsa em um canto qualquer. Para compensar o dia maravilhoso que tive ontem com o Killua, hoje na primeira aula tive prova de matemática, e mesmo estudando com o auxílio do Kurapika, não sei se fui muito bem.
 
Me jogo no sofá e a porta se abre, o loiro entra e senta ao meu lado.
- Vamos comer alguma coisa antes de descer? - ele assente.
- Vamos sim. A Mito falou para fazermos um lanche, mas que tem comida na geladeira - olho para ele.
- Vamos fazer um lanche.
- Certo.
 
Ele se levanta e balança meu corpo com o pé.
- Levanta Gon, larga de ser preguiçoso.
- Não sou preguiçoso, estou apenas pensativo. Não sei como fui na prova de hoje.
- Você teve um ótimo professor, que por sinal é o melhor da turma. Não tem como ter tirado uma nota baixa.
 
Olho para ele e começo a rir .
- Você é muito humilde ao falar de si mesmo - ele ri.
- Se eu não ressaltar minhas qualidades quem vai?
- O Leorio.
- Idiota - ele segura meu corpo e me joga no chão, em uma tentativa de me segurar, levo minhas mãos até sua blusa, acabando por derrubá-lo também.
- Aí Gon.
 
Olhamos um para o outro e começamos a rir. Ele está todo torto assim como eu. O uniforme branco acabou abrindo um dos botões, por algum motivo meu olhar para em sua pele, que está com uma marca avermelhada porém com alguns tons roxos. Automaticamente ele nota e fecha os botões.
- O que é isso? - pergunto.
- Isso o que?- ele se arruma para levantar.
- Não se faz de desentendido- o seguro e abro o botão mesmo com os protestos que sai de sua boca. A marca está bem intensa por assim dizer. Olho para ele com o olhar malicioso.
- Tira esse olhar da cara Gon - ele me joga para o lado e levanta. Vejo o mesmo se afastar indo em direção a cozinha, rapidamente me levanto e o sigo.
- Então... Você e o Leorio já...
 
Ele olha para mim assustado.
- Claro que não.
- Como não? Kura olha essa bela marca. Vai me dizer que não foi o Leorio que fez isso? - ele cora e desvia o olhar.
- Bom... foi....
 
Começo a rir e a pular em sua volta.
- Me conte os detalhes sórdidos, porém não tão detalhado ao ponto de eu perder minha inocência. 
 
O loiro revira os olhos e começa a arrumar os lanches. Ele se vira, envolvo sua cintura em um abraço, meu rosto ficando na curvatura de seu pescoço.
- Meu menininho já cresceu - faço som de choro de emoção.
 
Seu rosto se vira, e um olhar ameaçador faz com que eu me afaste.
- A gente não fez o que você está pensando.
- Não mente para mim.
- Não estou mentindo - ele coloca os lanches em um prato e os coloca no micro-ondas- Pega suco.

Assinto e faço o que ele pediu. Deixo os copos na mesa ao lado da jarra. Sento na mesa e ele também se senta, deixando o lanche na minha frente.
- Ontem... passamos o dia juntos já que não tive que vir trabalhar, na verdade isso depois que ele voltou da faculdade. Assistimos um filme na sala...
- E? - a medida que ele falava seu rosto ficava vermelho.
- Ele me beijou, o beijo se intensificou... e acabou resultando nessa marca, mas não fomos... até onde você pensa que fomos.
 
Mordo meu lanche.
- Parece que ontem nossos dias foram agradáveis.

Ele levanta uma sobrancelha enquanto toma um pouco do suco.
- Como foi com o Killua?
- Ele me levou em um templo, em uma montanha. - um sorriso toma meus lábios- foi muito divertido. Eu gosto de passar meu tempo com ele sabe... e nos beijamos .
 
O Kura abre um sorriso e ri.
- Quero ser o padrinho -rimos.
 
Eu nunca escondi nada do Kurapika, eu gostaria de falar para ele cada detalhe de ontem, ele me deixa seguro... Mas não posso dizer o que o Kill me contou, não acho que o Kura pediria para que eu me afastasse, pois ele entenderia a forma com que vejo as coisas... Mas, se eu corro risco, isso quer dizer que se eu falar ele também vai. Não posso permitir isso.
- Parece que no fim as coisas tem dado certo para nós dois.
- Finalmente- ele ri e assente.
- As vezes parece que estou dentro de um sonho sabe... - ele me encara- Está tudo tão... perfeitamente no lugar que não parece ser real. Tenho você, a tia Mito, uma casa, as notas boas, um trabalho, tenho o Leorio... - um sorriso toma seus lábios- Desde que tenho vocês na minha vida eu sou feliz, mas agora é algo muito mais completo, não tem nada preso em meu peito, e cada dia é como uma imaginação minha, nem nos meus sonhos mais loucos eu imaginei estar assim com o Leorio... sempre me senti amado ao lado dele, mas agora é tão...
- Verdadeiro? - ele sorri e afirma.
- Eu o amo, e não preciso mais impor limites à cada toque, palavra, a cada demonstração...E isso é surreal- ele ri - Não quero perder isso nunca.
 
Sorrio e me levanto da mesa.
- Já volto.
- Você não terminou de comer.
- Espera - corro até meu quarto e abro a gaveta da escrivaninha, dentro tem uma pequena caixa e levo até a cozinha, paro na frente do Kura.
- O que é isso? - ele pergunta olhando para a caixa em minhas mãos.
- Você acha que esqueci? Já faz uns bons anos que você veio para nossa família, que você  começou a morar com o Leorio... que a vida me deu um irmão, que eu amo demais - abro a caixinha e tiro de dentro um colar. Vou atrás dele e coloco o mesmo em seu pescoço.
- O pingente... - ele abre o mesmo. E encara a foto que tiramos a alguns meses, está eu ele, a tia Mito e o Leorio na praia.
 
Ele sorri e me encara.
- Você sempre me surpreende Gon - ele me abraça. Fecho os olhos e o aperto em meus braços- te amo.
- Também te amo Kura. 
 
Escutamos passos, a Tia Mito está parada na porta da cozinha. Olhamos para ela.
- Ninguém me chama para o abraço?
  
Rimos e ela vem até nós, envolvendo seus braços ao redor de nossos corpos.
- Você achou que tínhamos esquecido ? - ela pergunta.
- Não Tia, vocês sempre lembram - ela ri.
- Isso é porque a gente te ama. Ouviu? - ele olha para nós.
- Obrigado. 
  
Respiro fundo .
- Estou ficando sem ar, tia... Você tá apertando muito.
- Desculpa - ela se afasta- Terminem de comer e descem -  ela abaixa dando um selar na minha testa e na do Kura.
- Certo.
 
Quando ela sai olho para o loiro.
- Eu e a tia íamos fazer algo para comemorar hoje a noite... Mas, esse ano  é especial.
- Especial?
- Você e o Leorio - digo em tom sugestivo- ele desvia o olhar.
- Você acha que ele lembra?
- Certeza que não tem como ele esquecer.
 
Vejo o olhar dele se perder em um ponto qualquer.E voltamos a comer, hoje como sempre teremos muito trabalho no café...

A Luz da Minha Escuridão *Killugon* Where stories live. Discover now