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Killua Zoldyck...

Abro a porta do clube de luta, alguns estavam se alongando, passo o olhar rapidamente pela sala, parando apenas quando os vi, no canto esquerdo. Quando abri a porta alguns olhares curiosos se voltaram para minha direção, assim como os deles, que ao me verem ficam retos e me encaram.
 
Não digo nada para o Pokkle, mas o mesmo me segue enquanto ando em direção ao trio.
- Será que podemos conversar? - os três me encaram e o mais alto começa a rir.
- O que temos para conversar? - abro um meio sorriso.
- Tem razão não temos nada para conversar- o sorriso em meu rosto se desfaz e dou um passo para frente encarando o que começou a rir primeiro - Eu vim avisar para ficar longe do Gon.
- Veio defender o namoradinho? - o mais novo, Amori, fala em tom provocante.
 
Me viro para encara-lo.
- Que bom que entendeu - o sorriso no rosto dele morre.
- E o que você pode fazer sobre isso? Sendo que não passa de um corta manga de merda- os três começam a rir e sinto o sangue subir em meu corpo. Respiro fundo, não posso me descontrolar. Fecho os olhos para me acalmar antes de abri-los novamente.
- De qualquer forma eu só vim avisar isso. Espero que escutem meu conselho. - viro de costas, quando ia começar a andar escuto a voz irritante atrás de mim.
- Me diz, ele é bom? - paro bruscamente.
 
Viro meu rosto de lado e um deles ri.
- Ele implora para você comer ele ou... - passos são ouvidos e o mais alto coloca a mão no meu ombro - Você é a vadia da relação?
 
Abro um sorriso e sinto minha vista ficar turva, em um movimento rápido agarro a mão dele, torcendo a mesma para trás, o corpo dele é jogado no chão com um som estrondoso, o Pokkle dá um passo para trás. Os outros dois fazem menção de vir me atingir, mas apenas olho para eles para que ambos parem.
- Dá a porra de um passo que eu quebro o braço desse aqui - vejo os dois engulir em seco.
- Killua...- ignoro a voz do Pokkle e o olhar espantado dos que me cercam.
 
Me abaixo com um meio sorriso na cara, aperto e puxo mais o braço e o corpo embaixo de mim se contorce em agonia.
- Vou falar claramente de um jeito que até um ser desprezível como você consiga entender - minha voz sai baixa, para que apenas ele e as pessoas incrivelmente próximos de mim consigam ouvir - Se você se aproximar do Gon, fazer brincadeiras indiretamente ou diretamente, encostar um dedo que seja nele, eu quebro a porra dos seus braços e te deixo caido como um lixo sem importância. Se qualquer insulto sair da sua boca e for direcionado a ele, eu quebro seus dentes um por um até você engasgar no próprio sangue- largo o braço dele e olho para os dois irmãos do mesmo - Espero ter sido claro. 
- Quem você pensa que é - o do meio avança em minha direção, mas nem ao menos chega perto de acertar o soco, pois antes que ele possa reagir eu desfiro um soco em sua boca fazendo ele cair no chão.
- Sugiro que você analise a situação antes de se aproximar de alguém- olho para minha mão e as juntas dos meus dedos que ficaram vermelhas pelo soco, antes de olhar para o rosto assustado do caçula, não digo mais nada apenas me viro ignorando as pessoas ao meu redor - Vamos Pokkle.
  
O Pokkle encara os três, com uma expressão confusa me olha.
- ah, vamos... - saímos do local e andamos em silêncio até o corredor quando o menino de cabelos claros da um pulo e ri estranhamente alto - Killua o que foi aquilo? - paro e o encaro.
- Aquilo o que?
- Sabe- ele simula a hora que torci o braço do garoto e o soco - Foi demais. Como você conseguiu? Foi tipo. Meus Deus. Eu vi ele te olhando e falei, droga o Killua está ferrado, aí derrepente você parou, virou o rosto, já podia ouvir a tinha sonora.
 
Olho para ele confuso.
- Trilha sonora?
- É, aquela sabe que sempre tem antes da ação- rio e volto a descer a subir as escadas, a pessoa do meu lado segue animadamente - Aí você derrubou ele, falou aquelas coisas que eu não ouvi metade mas tenho certeza que era amedrontador. Aí teve o soco e ainda saiu com estilo depois de uma frase de efeito. Ou você vê filmes demais do Schwarzenegger, ou tem um passado sombrio cheio de ação - dou de ombros.
- Não gosto muito do Schwarzenegger.
  
Ele para abruptamente antes de voltar a andar.
- Então você teve um passado sombrio? - levanto a sobrancelha.
- O que você acha?- ele anda ao meu lado pelo corredor com uma expressão animada.
- Você era de uma família rica e influente, tudo ia bem com pais amorosos, quando derrepente eles foram mortos na sua frente em um beco quando saiam de um teatro, estava tendo um manifesto e seus pais estavam ligados com política, você perdeu tudo porque quem matou seus pais na verdade era o braço direito deles, assumiu a fortuna, e você teve que sobreviver sozinho nas ruas frias de York Shin, se tornando um mestre em luta, jurando vingar seus parentes.
 
Olho para ele e começo a rir.
- Você acha que eu sou uma espécie de Batman misturado com qualquer clichê que surja na sua mente? - ele assente.
- Isso é porque eu não cheguei na parte mais emocionante que leva a plateia as lágrimas.
 
Paro antes de chegar na sala e o encaro.
- Que parte é essa?
- O romance lógico - rio.
- Que romance?
- Você salva o Gon de um assalto na rua, devido ao choque ele foge... mas o destino faz com que ambos se encontrem novamente - ele diz cada palavra encenando o que torna a cena estranhamente cômica - Vocês se apaixonam, as barreiras caem e você é salvo do sentimento corrupto da vingança pelo amor.
- Só tem uma coisa nessa história que é verdade.
- Seus pais foram assassinados em um beco? - nego.
- Foi o amor do Gon que me salvou, e faz isso todos os dias - sem querer acabo sorrindo.
 
Viro de costas.
- Temos que pensar em uma desculpa para falar para o professor.
- Não consigo pensar em nada, tô mais focado nesse amor lindo que eu nunca vou viver - começo a rir.
- Vamos logo Pokkle.

A Luz da Minha Escuridão *Killugon* Kde žijí příběhy. Začni objevovat