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Gon Freecss...

 O filme é extremamente interessante, e durante todo o resto do tempo prendeu totalmente minha atenção... até que acaba e os créditos começam a passar.
- O que achou ? - ele pergunta.
 
Me levanto para acender a luz.
- No mínimo genial, eu fiquei tentando descobrir quem era o assassino mas não consegui -ele ri.
- Eu também não consegui quando li o livro - ele levanta com o pote de pipoca vazio para levá-lo até a cozinha - Mas isso é porque a Agatha Christie é a rainha do crime. Mestra nos livros de romance policial.
 
Ele coloca o pote na pia, o vejo levantar as mangas, dou alguns passos em sua direção e abraço sua cintura.
- Pode deixar que eu lavo mais tarde - ele balança a cabeça em negação.
- Já te dei um belo trabalho vindo te incomodar, ao menos vou lavar o que sujei.
 
Levo minhas mãos até as suas, fazendo com que solte o pote. Ele se vira e me encara.
- Você não vai deixar eu lavar mesmo? - nego.
 
Aperto mais meus braços ao redor de seu corpo.
- Deixa que eu faço isso depois. A gente pode ficar mais um tempo juntos... não é?
 
Ele sorri e coloca os braços ao redor do meu pescoço.
- Acho uma ótima ideia - seu meio sorriso faz com que meu coração se acelere, aos poucos ele se aproxima até que estamos à milímetros de distância um do outro, fecho os olhos...
- Gon? - a voz da Mito ecoa, em um espasmo me afasto do Kill, menos de cinco segundos depois ela aparece na porta da cozinha.
 
Coloco a mão em meu peito.
- Tia você quase me matou de susto.
 
Ela ri.
- Desculpa. Já terminaram de ver o filme? - assinto.
- Certo. Vou tomar um banho porque estou muito cansada. Não vai dormir muito tarde viu?
- Pode deixar.
 
Ela olha o Killua.
- Se você  quiser posso te deixar em casa depois.
- Muito obrigado, mas não precisa. Eu moro perto... não se preocupe.
- Tem certeza?
- Sim - ele sorri timidamente.
- Se quiser só me avisar. Vou tomar banho, se divirtam meninos...
 
Ela se vira e anda com os ombros curvados pelo corredor até o banheiro. Dou um longo suspiro e sinto o toque do Killua em meus ombros.
- O que foi?
 
Balanço a cabeça em negação.
- Nada... só as vezes acho que dou muito trabalho para a Tia Mito, ela dá muito duro... talvez seria mais fácil se ela não tivesse que cuidar de mim.
  
Ele se coloca na minha frente.
- Gon, não pensa assim. Você é um filho para ela, e a ajuda muito certo? - sorrio e assinto.
- Você está certo... - lentamente levo minha mão até a sua, entrelaçando nossos dedos - Vem.
  
Passo a arrastá-lo para fora da cozinha.
- Vamos para onde?
- Para meu quarto.

Killua Zoldyck...

 É como uma sensação de deja-vu, estamos deitados como na noite anterior. Mas desta vez é minha cabeça que está em seu peito, e seus dedos brincam com os fios do meu cabelo, me dando uma sensação de calmaria surpreendente.
- Gon.
- Oi.
 
Apesar de estar meio relutante, resolvo perguntar se o Hisoka apareceu hoje no café.
- Não. Hoje ele não veio.
 
Suspiro aliviado.
- Que bom... fico muito preocupado com a possibilidade de ele estar perto de você.
- Eu não sou tão vulnerável assim - ele ri.
 
Sorrio.
- Eu sei que você é forte. Mas qualquer um se torna vulnerável perante as pessoas ruins - sinto o corpo dele tremer.
- Falar dessas coisas me deixa assustado - olho para ele.
- Me desculpa.
 
Ele passa a mão no meu rosto com ternura.
- Está tudo bem ... só vamos mudar de assunto.
 
Assinto e volto a deitar no seu peito. Ficamos em silêncio por alguns momentos. Apenas sentindo o calor do corpo um do outro. Droga. Como eu adoro estar assim com ele, sentir seu cheiro... seu corpo... seu calor. É o único lugar do mundo que todos os problemas não me alcançam.
 
Me senti mal por não ter contado para ele o que descobri, eu sei que ele notou que tem algo que não disse... mas ele confia em mim, e espero que entenda meus motivos.
- Kill... antes de estar comigo, você já havia estado com outra pessoa?
- Eu não tive contato com outras pessoas além de você.

Ele ri.
- Verdade. Desculpa.
- Tudo bem - rio- As vezes eu gostava de observar as pessoas que moravam na cidade próxima a montanha, mas não por muito tempo, era mais como uma pesquisa da vida cotidiana, ninguém nunca me chamou atenção ao ponto de fazer eu me apaixonar.
- Então...
- É você é a primeira pessoa pela qual me apaixono. Já tive contato com duas pessoas, mas era devido a um trabalho.
 
Ele me encara surpreso.
- Você...
- Não - Me levanto, sentando na cama - Eu não fiz o que você está pensando.
 
Ele dá de ombros e desvia o olhar.
- Não estou preocupado.
- Está sim.
- Estou não. Não tem porque eu ter ciúme do que você já fez, até porque a gente nem se conhecia. 
 
Seu rosto está corado e ele olha para um canto qualquer, com os lábios levemente formando um bico.  Sinto que não consigo mais segurar e começo a rir.
- Tá rindo do que? - ele me empurra levemente com o pé.
- Você é muito fofo com ciúme.
- Não estou com ciúme.
- Está sim.
- Não.
 
Me aproximo de seu corpo, ficando em cima dele, com uma perna de cada lado de seu corpo.
- Você está com ciúme- falo baixo e o vejo corar violentamente.
-Besteira - ele desvia o olhar.
- Gon- levo meu dedo até seu queixo fazendo com que nossos olhares se conectassem. - Você não tem que sentir ciúme. Você ouviu... Você é a pessoa pela qual eu me apaixonei, e vai ser só você...
 
Ele sorri e leva uma mão até meu rosto.
- Isso é golpe baixo - abro um sorriso de lado.
- Não. É uma verdade.
 
Derrepente ele segura fortemente minha nuca e puxa meu corpo, fazendo com que eu caia em cima dele.
- Kill- com a voz se desfazendo em um sussurro ele me beija. Seus lábios juntos dos meus, e logo seu gosto em cada canto de minha boca. Enquanto cada parte de meu corpo tocava a sua... cada vez mais o calor dominava meu corpo, e uma luxúria de querer mais se apossava de minha mente.
 
Tudo parece rodar nesse momento. Nos afastamos pela falta de ar, mas sem abrir os olhos desço beijos até seu queixo, meus labios passam pela sua pele, enquanto escuto sua respiração falhada escapar de seus lábios entreabertos.
 
Puxo sua pele com meus dentes, seus dedos cravam em meus ombros. Subo os beijos e me afasto de seu rosto, com a respiração acelerada encaro seus lábios avermelhados, os olhos marejados.
- Você está lindo - sussurro antes de voltar a beija-lo com desejo. Meu corpo começa a pulsar, ao notar isso, subitamente me dou conta do que estou fazendo e lentamente paro o beijo. O encaro.
- Kill... - Seu peito desce e sobe rapidamente.
- Fui muito longe ?
 
Ele sorri e levanta a cabeça me dando um beijo delicado no canto dos lábios.
- Tudo bem.  
 
Sorrio e deito ao seu lado na cama. Ele se vira e me abraça.
- Daqui a pouco tenho que ir - ele me aperta.
- Fica mais um pouco? - rio.
- Só mais um pouco.
  
Fecho os olhos e respiro fundo. Mesmo com tudo que vem acontecendo tento afastar os pensamentos preocupantes, e simplesmente aproveitar o momento com o Gon, guardar cada detalhe...

A Luz da Minha Escuridão *Killugon* Onde histórias criam vida. Descubra agora