Capítulo 40

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Gabriela Pv'

Meu coração  apertou, e eu comecei a rezar pra alguém  aparecer. Pensei até  mesmo em gritar, mas o fato de ele estar armado não  me deixava escolhas.

- Quem é  você? O que você quer?- As perguntas saíram sem permissão.

- Pouco papo.- Senti ele tocar em meu ombro.- Tu vem comigo boneca.

- Pra onde?- Droga, me repreendi mentalmente.

Ele não  disse mais nada apenas saiu me arrastando junto dele, um outro homem abriu a porta de un carro preto. Me empurram pra dentro.

- Quietinha.- Deu a volta e entrou no lugar do motorista, dando partida.

Meu corpo todo tremia, e minha mãos suavam frio.

  Ele desceu do morro pela principal, o que me fez pensar que aquilo tudo era um plano do Chucky. Afinal ninguém tem a cara de pau de passar pela principal correndo o risco de ser barrado.

  As vezes ele me olhava pelo retrovisor, parecia até que a qualquer momento eu fosse abrir a porta e pular do carro em movimento. 

 Tentei ficar focada na estrada, mesmo com a escuridão da madrugada. Minutos depois ele entrou em um caminho de terra que era um breu completo, a única coisa que iluminava era o farol alto do carro, e mesmo assim muito pouco. 

 Depois disso não demorou muito pra ele parar em frente a uma casa grande, mas de estrutura bem antiga, parecia aquelas casa de fazenda que foi abandonada a muitos anos.

- Bora.- Abriu a porta de trás e me puxou pelo braço.

- O que vão fazer comigo?- Se fosse minha hora de morrer eu ao menos precisava saber, pra dar tempo de pedir perdão.

- Se ele colaborar, nadinha!- Sorriu irônico. Começou a caminhar me guiando até a casa.

- Mas... Ele quem?- Quando vi já tinha perguntado.

 Você me respondeu? Porque ele mesmo não disse nada, continuou me puxando pela casa, subimos uma escada de madeira que ficava bem no centro da sala. Seguimos até um quarto, que só tinha um colchão velho jogado no chão e uma mesinha no canto, completamente sujo e com um cheiro horrível. 

- Esse é o melhor que temos.- Deu uma gargalhada e me jogou pra dentro do quarto. Cai de joelhos e senti uma tremenda dor.  Escutei ele fechar a porta com força e trancar a mesma.

 Me sentei naquela chão sujo, abracei minhas pernas e senti um lagrima escorrer pelo meu rosto.

 Minha cabeça rodava, sentia vontade de vomitar. Não sei explicar se era por conta do cheiro daquele lugar, ou pelas cervejas que tomei.

 ... 

 Eu vi o dia amanhecer. Nunca que iria conseguir dormir em um lugar desconhecido, e muito menos em um lugar como esse. Ninguém veio até aqui, nem se quer escutei passos no corredor.  

 Algumas frestas de sol entrevam pela janela que tinha ali, porém ela estava tampada com madeiras, prego e  outras coisas mais. Me mantive calada esse tempo todo, sabia que gritar só iria resultar em uma garganta doendo.

 Me sentei no chão e encostei na parede. O silêncio foi quebrado quando escutei passos ficando cada vez mais perto daquela porta. A mesma foi aberta bruscamente, me levantei no susto.

 Meu coração foi a mil com a cena que vi, não imaginei que aquilo fosse doer em mim como doeu. Chucky estava ali, sendo segurado pelo mesmo cara me trouxe. Ele estava com o rosto sangrando, assim como sua perna esquerda. Suas roupas estavam sujas e rasgadas.

 Naquele momento tive certeza de que não era nada planejado por ele, e que na verdade tudo aquilo foi armado justamente pra ele.

- Olha pra ela!- O cara ordenou levantando o rosto de Chucky.

 Seus olhos foram de encontro aos meus, dessa vez me traziam um sentido de angústia.

- Tu sabe bem porque ela ta aqui, não sabe?- Deu uma chacoalhada nele.- Me responde porra! Sabe o que pode acontecer com ela se não me der o que é meu por direito.

- O morro da Paz não é teu!- Chucky disse fraco, e acabou levando um soco na costela.

- Mais uma dessa e o próximo soco vai ser nela.

- Deixa ela fora disso, a parada é entre eu e você!

- Kyan chega aqui.- Gritou. Logo um loiro entrou no caro.- Dá um carinho nela.- O loiro esfregou as mãos e veio em minha direção com um sorriso diabólico. 

- Chucky!- Gritei, sabia que naquele momento ele não poderia fazer nada por mim, mas mesmo assim o chamei.

- Para com essa porra Lelis!- Chucky gritou tentando se livrar dos braços do tal Lelis.- Não encosta nela.

- Segura ai Kyan! Tu vai fazer o que se eu encostar nela? Porra nenhuma, tu não ta no direito de exigir nada.- Jogou ele no chão, o vi cuspir sangue. Aquilo tava acabando comigo.

 - Você esqueceu de uma coisa Lelis.- Ergueu a cabeça olhando pro cara.- Os que são por mim nunca cai.

- Kyan.- No mesmo instante senti um soco atingir em cheio meu rosto, meu nariz ardeu.- Seu tempo ta acabando irmão.- Puxou Chucky fazendo ele olhar pra mim, teus olhos estavam negros, e sabia que aquilo não era coisa boa.- Tu sabe bem o estrago que posso fazer com ela.

 Saiu do quarto levando Chucky com ele, o loiro foi logo atrás me mandou um beijo no ar e trancou a porta.

 Levei a mão até o nariz que não parava de arder, o mesmo estava sangrando e muito. Não pode ser, deve ser muito azar quebrar nariz duas vezes no mesmo ano. Sabia que quando a adrenalina passasse a dor viria com tudo.



In My BloodWhere stories live. Discover now