Capítulo 42

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 Chucky Pv'

 Ter visto Gabriela nas mãos daquele filho da puta só aumentava ainda mais minha raiva. Mas eu sabia que era isso mesmo que ele queria. Afinal um vacilo meu, tudo que eu conquistei durantes esse anos iriam por água a baixo.  

 Por mais que meus crias sejam fieis a mim, tudo pode mudar se eu me mostrar fraco.

 Estava em um cômodo escuro, amarrado a uma cadeira. Sentindo meu sangue escorrer pelo rosto, mas nada disso me importava.

 Escutava eles conversando do outro lado da porta, mas não conseguia entender nada.

  Poderia tentar me jogar para trás com total força pra quebrar a velha cadeira de madeira, mas isso causaria um barulho, e eu não teria tempo de reação.

  O cansaço era tanto que nem pensar eu conseguia direito, minha cabeça parecia pesar toneladas.

Escutei tiros próximos, que foram cessados rapidamente.

  Fiquei em alerta.

Não demorou muito pra porta ir pro chão, levantou uma poeira do caralho.

- Patrão?- 2k veio até  mim já  tirando as cordas do meu pulso. Ambos estavam vermelhos.

  Tirei as cordas das pernas, levantei rápido, senti tudo girar.

- Ta tudo bem?- Ele indagou.

- Tranquilo.- Caminhei até  a porta, não fazia ideia de pra qual lado tinha que ir.- Tenho que achar ela.

- Ela quem?

- A Gabi caralho.- Ele continuou com cara de assustado, lerdo demais.- Passa ai porra pra ca.- Peguei um revólver da sua mão.

Comecei a caminhar pelo corredor, essa porra não  acabava mais.

Parei quando escutei passos, fiz sinal pro 2k ficar atento. Escutei na parede, só esperando aproximar. Ja estava pronto pra atirar.

- Caralho espera!- Vitinho gritou fazendo sinal de rendição.

- Que porra cara.- Abaixei a arma.- Deu sorte.

- Onde tu tava?- Ele aproximou todo assustado.

- Importa não  porra.- Continuei o caminho.

- A gente tem que sair daqui.- Falou vindo atrás  de mim.

- Não sem ela.- Sabia que ela ainda estava ali.

- Mano, você  não ta legal.- Ele me puxou pelo ombro.- Eu sei onde ela ta.- Não vou mentir que fiquei felizão.

- Bora pegar ela então.- Tirei a mão  dele de mim.

- Espera porra.- Parei olhando pra ele.- Vai pra mata com o 2k, eu pego ela.

- Tu ta mandando em mim?- Olhei firme nos olhos dele.

- Não mano, dá  pra deixar de ser orgulhoso.- Falou controlado.

- Se tu não  aparecer com ela em 20 minutos, pode dar adeus.- Ele assentiu e saiu.

Olhei pra 2k que ja entendeu o recado. Começou a seguir caminho.
Eu sei que meu estado não  era dos melhores, mas eu queria saber se ela estava bem, ver com meus próprios olhos.

Saímos da casa, tava tudo escuro. 2k mirou a lanterna do celular, mas mal iluminava.

Acabei chutando até um corpo jogado no chão.

- Matamos todos, exceto o maluco que te mandou pra ca.- 2k contou do meu lado.

Não demorou pra eu entrar na mata. Tinha uma trilha  longa ali. Dois carros nos esperava.

- Patrão. - Alguns cumprimentaram acenando com a cabeça.

 Meu corpo doía, o cansaço tava foda. Mas mesmo assim eu apenas encostei no carro pra esperar ela. 

 O tempo foi passando, a raiva já tava tomando conta.

 - Patrão.- 2k chamou minha atenção.- Temos que vazar daqui.- Parou do meu lado afobado.

 - O que pega?- Perguntei tentando manter a calma.

 - Ta quieto demais aqui, pra ele aparecer é dois palito.- Dei risada.

 - Ta com medo é?- Ele negou com a cabeça.- Então sustenta essa marra ai muleke.

  Escutei passos vindo da mata, geral ficou em alerta. Mira pra todo canto, esse vacilo eu não dou não.

 Meu corpo todo estremeceu quando eu vi Vitinho com ela nos braços. Fui em sua direção, passei a mão em seu rosto.

 - Andris...- Falou fraca, em seguida apagou.

 - Bora vazar daqui.- Todos concordaram seguindo pros carros.

  Vitinho a deitou no banco de trás,  me sentei ao seu lado colocando sua cabeça em meu colo.

 ...

 O caminho foi todo um silencio, preferia assim.

 Não demorou pra gente chegar no pé do morro. 

 - Segue pro postinho.- Ordenei. Vitinho tava no passageiro e ficava me olhando a cada minuto.- Perdeu algo?- Ele riu.

 - Vai se foder.- Mandei dedo pra ele.

 2k parou em frente ao postinho. Desci pegando Gabriela no colo, ignorando toda dor que tava sentindo. 

 Assim que entrei na recepção vi a mãe dela, que me lançou um olhar preocupado, mas ao mesmo tempo furioso.

 - Que porra tu fez com minha filha?- Já veio gritando.

 - A senhora não achar melhor ajudar ela do que ficar me dando sermão?- Retruquei, ela ficou quieta e foi chamar outro enfermeiro, que nos guiou até uma salinha. Coloquei Gabriela deitada na maca.

 - Agora tu pode ir.- Falou brava. 

  Eu até me faria de besta e ficaria ali, mas sabia que era melhor eu ir.

 Dei um beijo na testa da Gabi, e sai da sala sem olhar pra trás. Certeza que a mãe dela ainda estaria com o mesmo olhar de ódio sobre mim.

Vitinho e 2k ainda me esperavam do lado de fora.

- Tu devia ficar.- Vitinho falou sério. Sabia que ele se referia as minha condições.

- Um banho e uma noite de sono, e eu to pronto pra outra.- Ele deu risada.

- Cara, como tu foi parar la?- Sabia que uma hora ele ia perguntar.

- Deixa essa parada pra outra hora.- Fui breve.- Mas se vocês  virem Edu por ai, pode descer bala sem dó.

Os dois não  disseram nada, só  assentiram. Melhor assim.

  Fui pra casa, mas meu pensamento tava todo naquele postinho. Sei que la ela ta sendo bem cuidada, mas preferia ela em meus braços.

Tomei meu banho e me joguei na cama. Mente aperta nessas horas,  cada neurose que passa. Nego chega ficar doido.

...

In My BloodWhere stories live. Discover now