Capítulo 3

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Gabriela Pv'

Alguna dias se passaram desde o meu incidente. Nunca mais havia visto aquele cara, não vou mentir aue ainda andava com medo. Mas acredito que se ele fosse fazer algo, já teria feito.

Me arrumava em frente ao espelho, era quinta-feira, e minha mãe basicamente me obrigou a ir pra escola.

Escutei um assovio, já sabia que era Mayra. Minha mãe estava em casa, por incrível que pareça, e May não é nem doido de bater na porta.

Passei um batom, e dei uma última ajeitada na cabelo. Paguei minha mochila e fui pra sala.

- Tchau mãe.- Lhe dei um beijo na testa.

- Juízo menina.- Mandou beijo no ar.

Sai de casa e a doida me esperava de braços cruzados.

- Credo que demora, parece até que ta indo pra fashion week.- Reclamou como sempre.

- Antes fosse, to indo pro inferno mesmo.- Ela riu.

Descemos o morro enquanto conversávamos sobre assuntos aleatórios, e comentando fofocas aqui do morro.

- Amiga, sabe o cara que você xingou?- Assenti já olhando para pa lados, vai que ela estava tentando me alertar de que ele estava por perto.- Então, eu descobri que o vulgo dele é Chucky.

- Ah que bom, fiquei tranquila em saber que ele é o boneco assassino.- Debochei.

- Deixa eu terminar de contar.- Ela parou no portão de escola.

- La dentro você me conta, a tia vai deixar nós duaa aqui.- Continuei caminhando, faltava poucos minutos para a aula começar.

- Ele quem está no comando daqui.- Parecia que Mayra havia soltado um bomba bem no pé do meu ouvido, fiquei paralisada.- Ih relaxa, se ele quisessete matar já teria feito.

-May do céu, eu xinguei o chefe.- Botei a mão na boca.

- Isso mostra que é braba rapaz, sorte que sou sua amiga.- Ele entralaçou nos braços e me guiou até a sala.

- Caralho piranha, nem pra você ta la pra me parar.- Sentei no meu lugar de costume. A sala ainda estava vazia.

- Eu ia era ajudar, cara folgado.- Dei risada.

- Você?- Perguntei com deboche.- Medrosa do jeito que é, ia precisar de médico.- Dei risada.

- Palhaça.- Bateu no meu ombro.

O sinal tocou, todo mundo correu para sala. Parecia até que a porteira de alguma fazenda tinha sido aberta.

...

Foram quatro aulas entendiantes, minha vontade era de largar tudo pro alto e sair correndo. Mas eu tinha que dar orgulho pra minha coroa, e pra mim mesma.

O sinal tocou anunciando que aquela noite já era. Guardei meu materiais na mochila e esperei todos saírem, eu que não queria ser esmagada na multidão.

- Vamos?- Cutuquei Mayra que habia dormido as duas últimas aulas.

- Me deixa dormi vó.- Ela reclamou.

- O piranha, eu sei que minha coluna não ta boa, mas eu sou muito jovem ainda.- Alterei o tom de voz, ela deu um pulo da cadeira.

- Mas que porra Gabi.- Ajeitou a roupa.- Todo mundo me viu dormindo?

- Relaxa, eles ja se acostumaram com seu ronco.- Ri e ela me bateu.- Ai, violenta.

- Vamos logo.- Assenti.

Era quinze para as dez da noite, não era la o horário mais seguro para estar na rua, mas depoia de eu repeti o terceiro ano, resolvi estudar a noite.

Como sempre tinha uns vagabundo na porta da escola, as piranhas tudo se atiça. Você deu ideia? Nem eu, fazia a egipicia e passava direto.

- Ga..Gabi.- Mayra começou a me cutucar sem parar.

- Que que foi agora?- Ela apontou pra frente e eu olhei. Meu coração disparou. Era ele.

O tal de Chucky, estava montado em uma moto esportiva, rodeado de meninas que praticamente se jogavam em cima dele. Antes mesmo de eu pensar em sair de fininho, ele me olhou.

- Oh morena!- Apontei pra mim, com um ponto de interrogação estampado na minha cara.- E tu mesmo, encosta aqui.- Balancei a cabeça em negativo.

Ele revirou os olhos, desceu da moto e caminhou até mim, tudo o que passava na minha cabeça e que eu iria morrer.

- Quando eu te chamar, e melhor obedecer!- Apontou o dedo na minha cara. Dava para sentir Mayra tremendo ao meu lado. Ele montou na moto novamente.- Anda sobe.- Seus olhos trazia raiva.

  Olhei pra Mayra, e ela balançou a cabeça em negativo. O olhar dele se mantinha frio, o que me assustava.

  Decidi ir com ele, se for pra acontecer o pior, vai acontecer de uma forma ou de outra.

Subi na garupa, ele pegou minhas mãos e passou ao redor de sua cintura. Minhas mãos suavam por conta da ansiedade.

- Fica tranquila.- Ligou a moto.- Se eu quissesse te mata, já teria feito.- Acelerou indo em rumo ao topo do morro.

Meus cabelos voavam com o vento, confesso que a sensação era boa. Ele não disse nada o caminho todo, mesmo que ele falasse eu não iria entender nada, a única coisa que escutava era o ronco da moto.

  Ele só parou quando chegou proximo a mata que cercava o morro. Havia uma construção mal terminar, várias caixas no chão, algumas cadeiras pelos cantos.

Desci da moto quando percebi que era ali que íamos ficar.

- Por que me trouxe aqui?- Resolvi perguntar depois de um silêncio assustador.

- Tu tem muita coragem garota.- Se aproximou de mim.- Foi a primeira que apontou o dedo na minha cara.- Fez um breve silencio.- Mas eu deixei passar, afinal você  não  me conhece. Mas a partir de hoje vai me conhecer.- Passou a mão no meu queixo.

- O que vai fazer comigo?- Ele riu diabólico.

  - Relaxa, você  ainda vai descobrir.- Me soltou, pegou um cigarro de maconha no bolso e ascendeu.- Aceita?

- Não.- Ele deu de ombro.- Só quero ir pra casa.- Cruzei os braços.

- Ta cedo ainda.- Foi para beirada do barranco. Você  pensou em empurrar ele? Eu não, vaso ruim não  quebra fácil, vai que ele volta e dessa vez me mata.

  Fiquei em silêncio observando ele fumar. Não  pude deixar de reparar no quanto ele era bonito, corpo atlético, era alto, eu parecia uma formiga perto dele.

- Vai fazer um serviço pra mim.- Quebrou o silêncio.

...

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