Capítulo 5

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Gabriela Pv'

  Finalmente havia chegado o sábado. Não contei a ninguém sobre o que aconteceu, nem mesmo para Mayra, enrolei ela de todas as formas. Ela continuou desconfiada, mas não me questionou mais.

Hoje era dia de baile funk, e pela primeira vez em anos eu não  tjnha vontade nenhum de ir.

  Minha mãe não estava em casa, toda vez que ela sai sinto uma angústia enorme, como se algo de ruim fosse acontecer, isso tudo culpa minha.

  Era quase meio dia, escutei alguns batidas na porta, fui atender imaginando que fosse Mayra para me convencer de ir pro baile.

  - Boa tarde Gabriela.- Era alex, ele estava sério, muito sério.

  - Oi.- Cruzei os braços na altura do peito.- O que tu quer?

- Ih relaxa ai estressadinha.- Respirei fundo.- To aqui a mando do chefe.- Gelei.

  - Fala logo o que é.- Tentei não transparecer o meu nervosismo.

- É pra tu colar no baile hoje.- Foi breve.

- Sabe me dizer o por quê?

- Ele falou só isso ai mesmo.- Meu mundo parou.- Passar bem madame.- Alex nunca perdia a oportunidade xe me tirar do sério. Mas dessa vez não  me deu tempo pra brigar, deu as costas e foi embora.

  Fiquei ali parada na porta, pensando nos mil e um motivos para ele me intimar a ir nessa baile.

  - Amiga?- Mayra estalou os dedos na minha frente.

- Oi.. Oi.- Afastei meus pensamentos.

- Ta ai no mundo da lua por quê?

- Nada não.- Puxei ela pra dentro de casa e tranquei a porta.

- Então ta, esquisita.- Jogou sua mochila no sofá.

- Ta fugindo é?- Apontei pra mochila que estava a ponto de estourar de tão cheia.

- E só algumas coisas pra gente se produzir.- Ela abriu um sorriso.- Soube que o Vitinho vai está la.

- Você não desisti mesmo.- Fui pra cozinha e peguei um copo de água, o calor estava insuportável.

- Eu já disse que ele é o amor da minha vida.- Veio atrás.- Gabi, o que aconteceu entre você e o Chucky?- Eu não iria responder essa pergunta, precisava de alguma fulga, terminei meu copo de água.

- Caramba Mayra, eu não escolhi a roupa pro baile.- Fui correndo pro meu quarto.

- Você só pode ta de brincadeira comigo!- Ela alterou o tom de voz.

- Claro que não piranha, ou você acha que vou pelada?- Sabia exatamente que não era sobre isso que ele estava falando.

- Gabriela, me escuta porra.- Segurou meus braços, me fazendo ficar de frente para ela.- Ou você me conta que porra ta acontecendo contigo, ou pode esquecer que eu existo.

- Ah que lindo, agora vai vir de chantagem? Sinceramente pensei que fosse minha amiga.- Tirei suas mãos de mim.

- Só to tentando te ajudar.- Fiquei em silêncio.- Vai ser assim?

- Depende de você, vai continiar curiando a minha vida?- Ela balançou  a cabeça em negativo.

- Vai se foder.- Saiu, escutei a porta da sala ser batida com força.

Me sentei na cama e deixei as lágrimas  rolarem. Minha vida virou do avesso da noite pro dia, e pra completar a desgraça perdi a única amiga que tinha.

  Não vou mentir que preferia que ele tivesse dado um fim na minha vida. Mas sabia que tinha que ser forte, não  por mim, e sim por minha mãe.

...

Acabei dormindo a tarde toda, acordei era sete da noite. Peguei minha toalha e fui tomar um banho para espantar a cara de choro.

Voltei para o quarto sem vontade nenhuma de me arrumar. Não queria ter que ver a cara daquele filho da puta, mas eu não  tinha escolha.

  Peguei meu celular e tinha algumas mensagens da minha mãe, dizendo que iria chegar tarde. Mayra havia me bloqueado em todas as redes sociais. Aquilo me deixava triste, mas eu sabia que não seria bom ela saber dessa história, ela iria se meter no meio, e não iria acabar bem.

  Fui até  a cozinha  fazer um lanche, a última vez que fui sair sem comer, passei mal e vomitei horrores.

  Fiquei da janela olhando a movimentação da rua, tentando encontrar uma forma de acabar com tudo isso.

...

  Optei por vestir um short jeans claro de cintura alta, com alguna detalhes. Um cropped preto de couro que brilhava mais que a lua cheia la fora.

Fiz um maquiagem básica mesmo, meu animo para isso não estava la essas coisas.

Olhei no relógio é  marcava dez da noite, era o horário em que o baile começava a lotar. Era um dos dias mais lucrativos para o tráfico.

Calcei minha sandália baixa, passei meu batom, dei uma ajeitada no meu cabelo. Peguei meu celular e um pouco de dinheiro coloca do tudo no bolso.

  Sai de casa trancando tudo, precisava subir logo pra rua 17, aonde acontecia o famoso baile de favela.

  Não  demorou muito para eu escutar o funk no último volume, aquele lugar estava mais cheio do que o normal. Eatar sozinha no meio daquela multidão só me deixava mais aflita.

  Continuei andando, pedindo passagem até ficar proxima ao paredão.

  Por ironia do destino, não foi difícil achar o Chucky, ele tava sentado no canto, com uma loira no colo. Assim que me viu fez com que a mesma se levantasse. Desviei o olhar dele, fiz de conta que não estava aqui.

  - Oh morena.- Vitinho se aproximou de mim.- O chefe ta te chamando.- Respirei fundo, esperei alguns minutos e fui até ele.

- Senta aqui boneca.- Bateu na perna.- Pra que o medo, só quero conversar.- Levantou a camisa deixando amostra sua pistola.

  Ainda com receio, sentei no colo dele. Ele passou o braço ao redor da minha cintura, deu um cheiro no meu pescoço.

- Ta cheirosa.- Deu um gole em sua bebida.

- Por que me chamou aqui?- Resolvi ir direto ao ponto, não estava muito confortável.

- Relaxa ai, curte a noite.- Me entregou seu copo.- Depois a gente fala de negócios.

  Ele não iria me liberar tão cedo, então resolvi fazer o que ele disse. Tomei da bebida que ele me deu, desceu queimando.

  Não demorou para aparecer varias meninas dando em cima dele, aproveitei a brecha pra sair dali um pouco.

  Fui pro meio da multidão e comecei a dançar, se tinha uma coisa que fazia bem, era dançar funk.

Tremia com a bunda, quando senti alguém me sarrar, normalmente eu nem ligaria, mas hoje não tava pra caô. Me virei afim de sair nas ideia com um, mas fiquei muda ao ver que era Chucky.

- Precisa parar não, tava uma delícia.- Sorriu malicioso.

Hoje ele estava totalmente diferente, talvez fosse efeito da bebida, ou coisa da minha cabeça.

Ignorei meus pensamentos e voltei a dançar de costa para ele, o mesmo segurou meu cabelo e continuou me sarrando.

- Tu é gostosa demais, uma pena te mandar pra sua sentencia de morte.- Aquelas palavras me atingiram como um tiro.

...

In My BloodWhere stories live. Discover now