Capítulo 17

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Gabriela Pv'

  Um dos meninos que trabalha pra ele me trouxe um remédio pra dor, cujo o efeito colateral era a sonolência. Acabei apagando naquele quarto frio.

.... 

 Acordei com tudo chacoalhando, quando abri meus olhos vi tudo preto. Logo senti que uma faixa colocada sobre meus olhos me impedia de ver o que acontecia ao meu redor.

 - Virei prisioneiro foi porra?- Reclamei. Já era de se imaginar que aquilo era coisa do Chucky.

- Relaxa ai morena, já já tu vai ta na coreia.- Não conhecia aquela voz. Não acredito que ele me faria voltar pra aquele hospício novamente. 

 Eu já não sabia mais de onde arrancar forças pra continuar lutando. Dentro de um mês eu já fui ameaçada, estrupada, sequestrada, submetida a coisas que nem imaginava que era possível. Além de ter perdido a minha unica amiga, e ter que ficar longe da minha mãe, que era minha unica família. 

 Nem sabia quanto tempo havia passado quando eles pararam o carro e me jogaram pra fora, literalmente me arremessaram no chão. Meus joelhos doeram com o impacto, senti vontade de gritar. Porém mordi os lábios, eu não sabia onde estava e o que poderia me acontecer.

 - Vou tirar a venda e você vai fazer o que eu mandar.- O mesmo cara disse. Tirou a venda, meus olhos arderam com a claridade. 

 Pelo visto era cedo, por volta de umas seis ou sete horas da manhã, quando os primeiro raios de sol brilhavam, mas para mim aquilo não era nada bom.

 - A entrada da Coreia é logo ali, pode subir.- Olhei pra ele sem entender nada.- Anda logo vagabunda.- Me puxou bruscamente.- Se tentar correr pra qualquer canto eu meto bala na sua cabeça e não interessa se tu é uma da piranha do Chucky.- Não sabia como alguém tinha coragem de enfrentar aquele monstro, se bem que já tentei até bater nele.

 Comecei a caminhar com dificuldade. Estava com o corpo mole, não sabia o motivo, talvez fosse por conta do remédio, ou por eu ter acabado de acordar. 

 Olhei para trás e o cara alto e branco como a neve me olhava, parecia até mesmo uma assombração. Ele mantinha uma pistola na mão, e seu olhar era fixo em cada movimento que eu fazia.

 Confesso que pensei em largar tudo e sair correndo, com certeza ele não conseguiria me acertar com aquela pistola de longe. Mas eu sabia que era iria vir correndo atrás de mim, então continue seguindo até a subida do morro.

 - Opa, aonde a senhorita pensa que vai?- Um rapaz negro alto me parou.

 - Pra minha casa, ora.- Cruzei os braços sem paciência pra esse tipo de palhaçada.

- Qual teu nome? Quem te deu autorização pra subir?- Ele era mal encarado, carregava um fuzil em seus braços, e sua voz era como um trovão.- Patrão não gosta desse tipo de palhaçada aqui não.

- Porra, liga pro idiota do seu patrão e manda ele tirar satisfação comigo caralho.- Pra que eu fui dizer aquilo, sabia que me arrependeria amargamente.

 O cara segurou meu braço e pegou seu rádio na cintura.

 - Ai chefe tem uma maluca te xingando e os caralhos aqui na entrada.

 - Vacilo em desgraça, podia deixar como tava.- Bufei de raiva.

 - Relaxa ai esquentadinha.- Ele me levou até um casa que tinha bem na entrada. Mais a cima havia um torre, que com certeza dava pra ver a pista la embaixo toda.- Senta ai.- Me jogou em um sofá velho.

 Ele ficou na porta me policiando. Havia resolvido que iria ficar calada, já sabia que no minimo iria levar alguns tapa na cara. Fantasma não era o tipico bonzinho, ele conseguia ser cinco vezes pior que o boneco assassino la.

Dentro de quinze minutos Fantasma abriu a porta com violência. Ou ele estava desocupado, ou se preocupa muito com o que falam dele por ai.

 Acabei dando risada de sua expressão quando me viu ali sentado naquele sofá. Não era risada de felicidade, e sim desespero. 

 Quando ele começou a se aproximar de mim, levantei meus braços afim de proteger minha cabeça. Porém para minha surpresa ele não me bateu.

 - Puta que pariu!- Gritou.- Pensei que tu tava morta desgraça.- Abaixei minha mãos.- Onde tu tava?- Abri a boca várias vezes, mas não saiu nenhum desculpa boa.

 Sua expressão continuou pesada, ele parecia com raiva. Não tive nem tempo de reagir quanto ele lançou um soco na minha cara, a dor foi intensa. Antes mesmo de eu questionar qualquer coisa ele continuou com a sessão de socos.

 - Filha da puta.- Me puxou pelos cabelos me fazendo olhar pra ele.- Tava com quem desgraça?- Não conseguia pronunciar nem uma palavra sequer.

 Ele me deu outro soco, que acertou em cheio o meu nariz. Pude sentir o sangue escorrendo, a dor era insuportável. Como se não bastasse ele me jogou no chão deu alguns chutes em minhas costelas.

- Não passa de uma vagabunda mesmo.- Me chutou mais uma vez.- Só serve pra comer e jogar fora.

 Nesse momento, eu já estava chorando de soluçar, não conseguia mais suportar tanta dor de uma vez só. Além da dor física, tinha a emocional. Não conseguia suportar mais aquela situação, preferia mil vez morrer do que continuar passando por tudo isso. Justo eu que era cheia de sonhos, que queria ganhar o mundo. Me encontrava ali, jogada em um chão sujo, levando golpes de um homem que tinha três vezes mais a minha força.

 - Para... Por favor... Não aguento mais.- Minha voz foi fincando fraca, mas ele não parou.

 Senti meu corpo ficar mole, não sabia mais diferenciar as inúmeras dores que sentia. Escutava ele xingar, mas era como se eu não estivesse mais ali, meus olhos foram se fechando aos poucos e eu apaguei...

...



In My BloodWhere stories live. Discover now