Capitulo 10

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Gabriela Pv'

Faz uma semana que estou aqui. Chucky mandou Alex trazer as minhas coisas. A gente acabou discutindo, mas Rafael fez ele ir embora.

Minha mãe tentou de tudo pra eu voltar  pro morro da paz, mas tudo foi em vão.

Já tive o desprazer de conhecer o Fantasma, seu olhar era amendrotador. Mas fiquei perto dele apenas por alguns minutos. O suficiente pra perceber que ele é  completamente surtado.

A Bianca não mexeu comigo mais, certeza que estava com medo de apanhar. Era raro a gente trocar alguma palavra.

Hoje é sábado, dia de baile. Meu primeiro baile longe de casa, sem amigos.

Me encarava na frente do espelho, as marcas roxas no meu corpo haviam sumido por completo. Mas meus olhos entregavam minha tristeza.

Comecei a me maquiar, na intenção de disfarçar o meu desanimo. Mas acredito que nem um quilo de base vai resolver os meus problemas.

Escolhi uma saia preta que imita a couro, justa e curta. Um body cor de vinho, com um decote extravagante. Eu precisava impressionar. Apesar se eu não gostar muito de salto, optei por um preto, de tamanho médio. Peguei minha bolsinha de lado e coloquei tudo que iria precisar.

   Escutei algumas batidas na porta do quarto.

- Quem é?- Digo sem paciência.

- Rafael, vamos bora mulher.- Ele tinha uma forma engraçada de falar.

- Dois minutos.- Gritei.

Parei novamente na frente do espelho, respirei fundo tentando não surtar. Estaca perfeita, como nunca estive antes.

- Pronto.- Abri a porta e ele estava pa escorado no parede.

- Caralho, vai chamar atenção e do morro todo.- Fiquei sem graça.

- Toma vergonha na cara.- Segui pra sala.

Bianca estava sentada no sofá a nossa espera. Vestia um short branco desfiado mostrando metade da bunda. Um cropped colorido que ressaltava seus peitos. Ela havia colocado outro aplique no cabelo, dessa vez bem maior.

Eu tinha crise de riso quando lembrava do cabelo dela todo na minha mão.

- Já era hora hein?!- Como de costume estava com a cara fechada.

- Você não vai se arrumar?- Debochei, ela quase veio pra cima de mim, mas Rafael interrompeu.

- Sossega o facho as duas.- Mandei beijo no ombro pra ela que revirou os olhos.

Saímos de casa e fomos até o carro estacionado do outro lado da rua. Minhas mãos suavam, o nervosismo tomava conta de mim.

  De longe ja dava pra escutar o proibidão, diferente do morro da Paz, aqui o baile era dentro de um galpão enorme, tinha luzes pra todo lado.

Estava tão lotado que eu podia até comparar a uma lata de sardinha extra grande.

- Você sabe o que fazer, certo?- Perguntou antes de entrarmos no lugar.

- Sim senhor.- Debochei, ele fechou a cara e puxou Bianca entre meio a multidão, sumindo de vista.

Fiz o mesmo, e me joguei naquela multidão, segui pro barzinho no canto longe do palco e comprei uma cerveja Não queria ficar bêbada, mas também não iria ficar sem beber nada.

Fiquei ali apenas observando tudo, a procura do bendito. Percebi que tinha uma espécie de camarote um andar acima de mim. Com um parede toda de vidro. Não foi difícil identificar o moreno com o rosto cheio de tatuagens.

Ele estava sozinho olhando pra pista, enquanto bebia algo.

  Se eu tinha mesmo que fazer isso, que fosse rápido, quanto antes eu voltasse pra casa melhor. Isso se eu sobreviver a essa loucura.

Bebi o resto da minha cerveja e fui pra pista. Comecei a rebolar, olhava a todo momento em sua direção, até que seu olhar focou em mim. Foi ai que começou a provocação.

Empinei a bunda e mandei um quadradinho mais que perfeito. Olhei pra ele mordendo os lábios. Fiquei de costas e comecei a jogação de bunda. Olhei por cima do ombro e ele havia saído de la. Parei de dançar e o procurei com o olhar.

- Ai morena!- Um rapaz branco segurando um fuzil enorme me chamou.- Patrão ta te chamando la em cima.- Apontou com a cabeça pro camarote.

Todos os músculos do meu corpo ficaram tencionados, mas respirei fundo e acompanhei o rapaz.

Subimos uma escada de ferro, minhas pernas tremiam. Respirei fundo e me recompuz, tinha que manter a postura para não  dar na cara.

  Fiz a egípcia e me aproximei do fantasma.

- Oi, tudo bem?- Cumprimentei com um beijo no rosto. Ele passou a mão  na minha nuca e deu um cheiro no meu pescoço.

- Bem melhor agora gata.- Me puxou pro seu colo.- Aceita?- Ofereceu sua bebida. Por educação eu aceitei.

Estavamos de frente pra parede de vidro  daqui dava para ter visão total do baile, ninguém passava despercebido. Só agora entendi o porquê de tudo acontecer aqui dentro.

   A mão dele passeiou das minhas costas até chegar na minha bunda, apertou a mesma.

- Rebola pra mim.- Sussurrou em meu ouvido.

A música era convidativa para dançar, apesar de eu não estar nem um pouco afim me levantei. Fiquei de costas para ele, empinei a bunda e joguei na cara dele, ao ritmo da música.

Como resposta recebi um tapa na bunda e um puxou de cabelo. Fingir as coisas não era comigo.

Olhei por cima do ombro e dei um sorriso sacana. Ele se levantou e começou  a me sarrar. Não me importei, eu não tinha pra onde correr.

- Bora vazar daqui gostosa?!- Era mais um afirmativa do que uma pergunta. Apenas assenti e ele saiu me puxando.

A última coisa que eu queria era transar contra minha vontade. Pensei em largar tudo isso e ir pra casa tirar minha mãe de la. Mas eu sabia exatamente das consequências que teria.

Com os olhos cheios de lagrimas e eu entrei no carro dele. A todo momento ele me olhava e falava várias besteiras. Eu não sentia nada, além de nojo. Suas mãos grandes passeavam pelo meu corpo.

  Senti um lágrima escorrer pelo meu rosto, limpei ela antes que ele visse. Não que ele fosse se importar, mas eu tinha que fingir que estava gostando do seu toque, quando na verdade não  estava.

...


In My BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora