Capítulo 20

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Chucky Pv'

Saímos da casa rapidamente, não havia ninguém la fora. Ou eles eram muito depreparados ou eu estava no meu dia de sorte.

- Bora subir, vamo vacilar não po.- Seguimos o mesmo caminho por onde viemos.

A menina nos braços de Vitinho não parava de fazer pergunta, estava quase colando uma fita na boca dela.

Não foi nem um pouco difícil voltar para trilha que criamos. Os corpos ainda estavam la estirados no chão.

- Ai chefe, quem vai cuidar da pirralha?- DG questionou enquanto colocava a garota dentro de um dos carro.

- Sei la porra.- Cocei a cabeça.- Depois a gente vê isso ai.

- Cadê aquela guria la que ajudou a gente.- La vem Vitinho encher meu saco.

- Bora vazar daqui desgraça.- Falei sem paciência. Subi na moto e dei partida cruzando novamente a mata.

A uma hora dessa aquela vagabunda já havia passado a visão pro Fantasma. Qualquer passo em falso ele conseguiria nos alcançar.

- Bora dá voltar por trás la.- Vitinho falou, provavelmente avisando os outro pelo radinho.

Desci a mata em alta velocidade e entrei em um rua que ia pro centro da cidade, teríamos que dar um volta longa pra poder despistar. Usar o mesmo caminho  da vinda era arriscado demais.

Levou quase uma hora pra gente voltar pro morro, os cara na entrada avisaram que não teve nenhum movimento suspeito, nem aqui em baixo, nem no topo.

O morro tava sendo vigiado a cada quadra, em alguns utilizava câmeras. Tecnologia não é só pra bacana não, favelado também tem conhecimento.

Subi pra boca principalmente.

- Caralho mano, a menina não pode ficar no meio dos cara não.- Vitinho desceu da moto.

- Pai dela é a mesma fita menor.- Cumprimentei uns cria na porta e entrei na casinha.

Logo em seguida veio DG e Vitinho trazendo a garota.

- Ai mano, ninguém aqui manja dessas parada de criança não.- DG meteu sério.

- Ela ta com maior cara de sono.- Vitinho bagunçou os cabelo da menina.

- Tenho nada ver com isso não irmão, da seu jeito ai.- Me sentei ascendo um beck.- Só não  vai fuder com o plano.- Os dois assentiram e saíram da sala, me deixando a sós  com meus pensamentos.

 Do nada aquela filha da puta veio entre meus pensamentos, ela ainda está na coreia. Ainda preciso ter informações sobre o que acontece por la. Rafael não sabia que havia iniciado o plano hoje, preferia dessa forma.

 Me restava espera que o caos começasse, eu sabia que Fantasma viria armado até os dentes. Passei radinho pros crias ficarem ligados em todos os cantos desse morro. Se o ataque era bom, a defessa era melhor ainda. 

 Terminei de fumar e subi pra laje. Dois olheiros faziam a guarda. Daqui de cima tinha visão parcial do morro, e principalmente visão da entrada e a lateral esquerda.

.... 

 O sol estava para nascer, e nada daquele filho da puta surgir. 

 A ideia de aquela desgraçada me enganou, começou atormentar minha cabeça. Se isso for verdade, ela vai sofrer como nunca sofreu antes. 

 Os olheiros ficaram a madrugada toda ali, todos os dois em alerta pra qualquer b.o.  Quando o sol pontou la atrás veio as rajadas de tiro.

 - Eles tão subindo chefe.- Levantei com tudo pegando meu fuzil no chão. Desci a escada na pressa trombando em tudo.

 Radinho On

- Cade a pirralha?

- Caralho porra, que que pega?- Vitinho disse assustado.

- Tão subindo desgraça, onde tu ta caralho?

- Na casa da Mayra.

- Puta que pariu Vitor, né hora pra isso não. E a garota?

- Relaxa po, a menina ta aqui com nós.

- Vigia porra.

Radinho Off

 A ideia era manter a menina viva, mas não iria devolver ela pra ele. Até porque o objetivo era ter a cabeça dele como premio, e a Coreia no meu comando. 

 Ambição era um bagulho foda, quanto mais a gente tem, mas a gente quer. E pra mim ter poder era tudo.

  Peguei minha moto e fui junto de um cria até a entrada. Em poucos minutos já tinha vários corpos no chão alguns dos meus aliados, perder um dos meus me dava mais sede de sangue.

 Avistei um inimigo sozinho em um beco e me aproximei. O tiro em sua mão foi certeiro, na mesma da hora ela deixou a pistola cair no chão.

 - Não me mata porra.... Tenho família.- Disse tremendo quando sentiu a arma apontada pra cabeça dele.

 - Me fala cadê ele?- O cara ficou mudo.- Ele ta ai ou não desgraça.- Bati com a arma em sua cabeça.

- Ele... Ele ta... Não me mata, por favor!- Implorou.

- Relaxa, logo logo ele vai te dar um alô la no inferno.- Disparei duas vezes contra sua cabeça.

  Sai dali o mais rápido possível dali, vacilar em beco não dava.

  ...

  Depois de meia hora trombei com o filho da puta, ele tava junto de mais três cara, todos armados. 

 - Se acha o esperto, não é mesmo?- Deus risada.- Pegar minha menina assim na calada.

- Problema é teu, por deixar um zé na segurança dela.

- O que tu quer po?- Meteu o sério.

- Teu morro caralho.- Ele riu.

- Se acha mesmo que vou te dar assim de mão beijada?- Encarei ele sem dizer nada.

Peguei o radinho na cintura.

 Radinho On

- Traz a menina pra três.

- Pode deixar chefe.

Radinho Off

 - Vamos ver então qual vai ser o acordo final.- Em poucos minutos um carro preto parou do meu lado.

 Vitinho desceu do banco de trás com a menina no colo.

- Papai!- Gritou ao ver o Fantasma. Naquela hora senti alivio em saber que ela não mentiu pra mim.

- E ai, qual vai ser mesmo?- Ele começou a caminhar na direção da menina.- Mais um passo e você da tchau pra ela.- Apontei a pistola na cabeça dela.

 ...




In My BloodWhere stories live. Discover now