Capítulo 19

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Chucky Pv'

  A rivalidade entre o morro da Paz e a Coreia ja dura anos, veio bem antes do comando do meu tio Apolo. Mas se dependesse de mim isso teria fim hoje. Afinal o comando da Coreia será todo meu.

Gabriela teve alta pela manhã, mandei Rafa levar ela pra coreia. Não podia vacilar em relação a ela, se eu não  a matei ninguém mataria.

Estava repassando as últimas coordenadas para meus soldados. Essa operação talvez levaria um bom tempo até o fim, mas eu teria a cabeça daquele filho da puta. 

- Ai mano.- Vitinho encostou no meu ombro.- Relaxa ai, já ta na mão essa fita ai.- Me ofereceu um beck bolado. Peguei o mesmo já ascendendo.

- Certeza que ela ta la?- Perguntei enquanto subia pra laje da vinte seis, daqui eu tinha vista quase completa do meu morro.

- Bem ao lado do inimigo.- Puxou um caixote e se sentou próximo a mim.- Mas qual é parada com a guria?- Encarei ele sem entender.- Vai mentir pra mim cara? To ligado que gamado na morena.- Deu risada.

- Tomar no cu caralho.- Dei um trago passando o beck pra ele.- Depois disso vou mandar aquela filha da puta pro espaço.- Ele continuou rindo.

- Tu mataria até eu, mas ela tenho certeza que não visão.- Me devolveu o beck e desceu me deixando sozinho.

  Fiquei ali fumando e tomando visão de tudo que comando. Lembro do tempo de moleque, quando eu corria por todo esse morro sem nem imaginar que seria meu de alguma forma. Minha mãe sempre me dizia pra ficar longe das parada do meu tio, mas desde pequeno eu tinha interesse, nas armas, no poder que ele tinha aqui dentro. Mas tudo isso me custou muito caro.

- Ai chefe!- Um dos cria me chamou.- As arma estão tudo ai.- Assenti com a cabeça.

 Terminei meu beck. Olhei mais uma vez pro morro e avistei a mãe da Gabriela, ela mantinha o olhar sobre mim, de cara fechada. Tirei a pistola da cintura e logo ela desviou e continuou andando.

Desci da laje, dentro do barraco tinha mais de 100 fuzis  espalhados pelo chão, sem contar nas caixas de munição. Tudo aquilo era para a segurança do morro, e boa parte pra operação de hoje a noite.

 Iriamos entrar na coreia pela mata que corta por cima do morro, se eles são espertos o suficiente deixam alguns cara rodando por ai. Mas não tantos como na entrada do morro, principalmente durante a noite. Eu vou seguir com mais três crias até a casa que a filha da puta nos informou.

 ...

- Vocês entenderam a porra do plano?- Todos os soldados na sala assentiram.- Eu não ouvi porra!- Gritei batendo na mesa. A noite já havia piado.

- Sim chefe.- Falaram todos juntos.

- Leva as armas pro carros.- Todos saíram da sala, restando apenas eu, Vitinho e DG.- Que foi caralho, vão não?- Cruzei os braços.

- Relaxa ai boneco assassino.- DG disse e Vitinho deu risada. Os dois eram meus cria de fé, estão comigo desde o inicio, nunca deram um vacilo.- Essa fita já ta no papo.

- Tamo aqui pelo certo mano, não vai meter de matar geral naquela porra não.- Vitinho passou a visão.

- To ligado caralho, se acha que ta falando com criança porra?- Meti o sério, os dois ficaram calado.- Bora acabar com isso desgraça.- Sai do barraco.

 Subi na minha moto ajeitando o fuzil nas minhas costas. Tava três motos, cada uma ia dois cria, Vitinho viria comigo. Também iam mais dois carro com quatro cria em cada um. 

 Dei o sinal ao dar partida saindo do morro em velocidade. Seguimos pela pista, a cidade estava mais vazia, passava das meia noite. Avistei a Coreia de longe, como esperado a entrada estava cheia de olheiro. 

 Passamos como se nada estivesse acontecendo. Peguei um atalho que levaria até a mata, em um certo ponto só dava pra seguir as motos.

 - Fica esperto ai, qualquer fita passa o radio.- Desceram seis, deixando apenas o motorista pronto pra fuga.

- É hoje Porra!- Vitinho gritou.

 Segui pela mata fechada, não havia nenhuma trilha por ali, tava criando a minha própria. Em cinco minutos avistamos alguns cara, desliguei a moto. Eles estavam a mais de cem metros de distância. Ouviam um funk no ultimo volume, tinha que ser muito burro pra ficar aqui assim.

 - São três porra, tamo na vantagem.- DG sussurrou pra mim.

 - Ta com o silenciador?- Assentiu.- Os três de uma vez, um vacilo aqui fode o plano todo.

  DG e mais dois crias apontaram pra cabeça de cada um sentado ali. 

 - Um... Dois...- Vitinho começou a contagem.- Três porra.- Três disparo foram executados, todos acertaram os devidos alvos.- Esses são meus cria desgraça.- Sorriu vitorioso.

- Bora, ta só começando caralho.- Bati no ombro dele. Seguiríamos a pé. Passei ao lado dos corpos caído no chão e fiz questão de dar mais um tiro na cabeça de cada um.

- Porra Chucky, bora.- DG me puxou.

Descemos o morro com cautela, qualquer vacilo era morte na certa. Cortei vários becos até encontrar a casa. Tinha um otário na porta.

- Previsível demais.- Vitinho riu.- Deixa que eu pego esse.

 Me escondi atrás de um muro juntos dos outros cria, enquanto ele se aproximava do inimigo. Vitinho apontou a glock na cabeça dele, mas o mesmo não deixou quieto, tentou desarmar meu parceiro, foi nessa hora que eu sai e fui até la. Dei uma coronhada no cara que caiu no chão, ainda consciente. Ele tentou pegar o radinho caído no chão, porém pisei na mão dele.

- Vai visitar tua vó vai.- Disparei contra sua cabeça, seus olhos continuaram abertos, mas em seu corpo já não havia vida.

- Vamos arrombar essa porra ai.- Apontei pra porta.

- Calma porra, deve ter mais deles por perto.- Um dos cria se aproximou e foi até a porta, destrancando a mesma. Moleque era inteligente pra caralho.

 Olhei pro Vitinho que sorria como psicopata, entramos na casa que estava escura pra caralho. DG era mais folgado, ascendeu todas as luzes. Subi as escadas, esperando que a garota estivesse dormindo no quarto.

 Havia um corredor com duas três portas. Abri a primeira e o quarto estava vazio. Na segunda avistei uma mulher deitada ao lado de uma criança, ela se assustou ao me ver e pulou da cama, corri até ela e tampei sua boca.

 - Calada em porra, se não mato tu e ela.- Apontei a arma pra sua cabeça.- Ajoelha, mãos pra cima.- Ela começou a chorar.- Para de chorar desgraça.- Chutei sua perna.

- Não pensei que ia ser tão fácil.- DG Entrou dando risada e a garota deitada na cama acordou.

- Mamãe!- Desceu da cama indo até a mulher que a abraçou.- Quem são eles?

- Falei mãos pra cima porra.- Bati com a arma na cabeça dela.

- Relaxa ai cara.- Vitinho pegou a menina no colo, a mesma começou a se debater.- Tu vai com a gente pro parque.- Sorriu.

 - Posso ir mamãe?- Falou animada.

 - Responde ela caralho.- Puxei seu cabelo fazendo ela olhar pra filha.

- Pode ir filha.- Ela continuava chorando.

- Fala pro teu amorzinho que ele sabe como salvar ela.- Joguei ela no chão.- Bora vazar daqui caralho.

...


In My BloodWhere stories live. Discover now