Capítulo 18

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Gabriela Pv'

Despertei sentindo dor em cada parte do meu corpo, parecia que até meus fios de cabelo doíam.

- Ai chefe, achei ela.- Eu conhecia aquela voz, mas não conseguia me virar para confirmar minha suspeita.

Ainda estava deitada no chão, no mesmo lugar que aquele filho da puta me espancou até que eu perdesse a consciência.

- Ela ta toda machucada mano, precisa de um hospital. Chazinho não resolve essa desgraça não.- Ficou em silêncio.- Ta beleza, vou resolver essa parada,depois te passo a visão.

Escutei seus passos se aproximando de mim.

- A você acordou.- Era Rafael, ele agachou na minha frente.- O que tu aprontou dessa vez? Ta querendo ferrar com o plano desgraça?- Segurou meu rosto com força.

- Me solta.- Minha voz saiu fraca, quase como um sussurro.

- Consegue levantar?- Respirou fundo, eu sabia que ele não queria me ajudar, mas era sua obrigação.

- Não.- Gemi de dor ao tentar movimentar meu braço.

- Puta que pariu.- Ele me pegou no colo, senti muita dor, mas não tava no direito de reclamar.

Ele me levou pra fora da barraco, me colocou deitada no banco de trás do carro.

- Que porra, me sujou de sangue.- Resmungou. Bateu a porta e foi pro banco do motorista.

Ele arrancou tão rápido que quase cai do banco, o que me causou uma baita dor.

- Mais cuidado porra!- Reclamei.

- To tentando te salvar caralho.- Bufei. Não iria iniciar uma discussão agora, deixa pra depois.

Eu não sabia exatamente para onde ele iria me levar, mas havia se passado vinte minutos e nada.

- Ta chegando?- Minha voz ainda estava fraca, quase sumindo por completo.

- Quieta ai porra.- Ele acelerou, e depois de uns cinco minutos parou.- Vou chamar alguém pra me ajudar, tu pesa demais.- Se eu estivesse bem com certeza teria batido nele.

Ele sumiu de vista mas logo retornou com outra rapaz, mas este estava vestido como um enfermeiro. Os dois me pegaram e me colocaram em cima de uma maca.

Percebi que na verdade estava no postinho do morro da paz. Meu coração se acelerou com a ideia de que iria encontrar minha mãe ali.

Mas ao mesmo tempo estava sentindo medo do Fantasma vir atrás de mim e acabar com o que começou.

Me levaram para um quarto, tudo que eu queria naquela hora era chamar pela minha mãe.

- Vou te aplicar um remédio, você vai sentir sono, mas ta tudo bem.- O enfermeiro enfiou uma agulha no meu braço.- Vamos fazer alguns exames- Meus olhos começaram a ficar pesados e novamente eu apaguei.

...

Acordei sentindo minha cabeça pesada. Nesses últimos dias o que mais me acontecido e esses apagões, não aguentava mais ver o dia pela metade.

- Boa noite cinderela!- Era a voz do traste. Virei a cabeça, e ele estava la sentado próximo a maca.

- Que porra Chucky, eu podia ter morrido desgraça.- Minha voz continuava fraca.

- Não tenho nada a ver com isso.-Levantou as mãos em sinal de rendição.

- Você que me mandou pra aquele inferno.- Ele levantou e veio na minha direção.

- Eu podia ter acabado de te matar, mas tava aqui esperando tu acordar.

- Pra eu ver minha morte?- Debochei.

- Mas tu é ingrata em porra.- Antes de eu falar qualquer coisa um outro enferemeiro entrou no quarto.

- Olha só quem acordou!- Sorriu, ele era mais velho, deve que tinha uns 35 anos por ai.- Como está se sentindo?

- Minha cabeça parece estar pesada.

- Deve ser efeito dos medicamentos.- Ele olhou pra uma prancheta que segurava.- Enfim, nenhuma hemorragia interna, ou ossos quebrados. Fizemos alguns curativos nos ferimentos, logo pela manhã  você terá alta. Aah...- Ele iria falar algo mas foi interrompido por alguém que bateu na porta.

- Filha!- Minha mãe gritou ao entrar no quarto correndo.- Oh meu Deus, o que aconteceu com você.- Segurou minha mão e me deu um beijo na testa.

- Porra, o que tu ia falar?- Chucky perguntou pro enfermeiro. Nem me lembrava que ele ainda estava ali.

- Está tudo bem com o bebê!- Eu engasguei, minha mãe arregalou os olhos. Chucky continuou sem expressão alguma.

- Eu não to grávida porcaria nenhuma não.- Me exaltei.

- Não é isso que o ultrassom mostrou.

- Filha, só não  me diz que é  dele.- Minha mãe olhou nos meus olhos.

- Eu não to grávida, é impossível.

- Pois bem, vou buscar o teste.- Saiu do quarto.

- Mas que porra tu fez com minha filha.- Minha mãe apontou o dedo na cara dele.

- Tu acha que é quem pra apontar dedo pra mim.- Meteu marra.- Tu filha é  mo vagabunda, deve ter sentado pra um monte por ai, aposto quem nem sabe de quem é. Mas meu que não é.

Eu vi minha mãe indo pra cima dele, e sabia que isso não acabaria bem.

- Mãe!- Gritei.Antes dela encostar nele o mesmo apontou uma arma pra minha cabeça.

- Encosta um dedo em mim que eu explodo a cabeça dela.-Ela se afastou devagar com as mãos pro alto.

- Mas que porra cara.- Gritei.

- Toma aqui, senhorita Gabriela.- O enfermeiro entrou e me entregou uma folha com todos os meus dados  e um positivo para gravidez de todo tamanho escrito nele.

Meu coração parou ali mesmo, não dava pra acreditar que eu iria ser mãe, e com apenas 17 anos de idade. Como foi que a minha vida virou essa zona.

- Ainda é recente, tem uma semana e pouco.

Passou um filme na minha cabeça, não  sabia se esse filho era de Chucky, ou do Fantasma. Não importava de quem fosse, nenhum dos dois valia nada.

...





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