Capítulo 31

374 20 18
                                    

Gabriela Pv'

O cara segurou meu rosto me fazendo o olhar nos olhos, em seguida me puxou pra um beijo. Não neguei, e o cara beijava bem pra caralho.

Nos separamos por falta de fôlego. Olhei pro lado e Chucky não estava mais la, ainda bem, só quero curtir minha noite em paz.

Dei mais uns pega no cara, nem sabia seu nome, mas não tava nem ai. Pouco depois ele foi chamado por outro. Me deu um selinho e saiu de perto.

Aproveitei que tava perto da mesa e enchi meu copo com vodka misturada com suco de morango. Voltei pra perto da Mayra que dançava agarrado ao namorado.

- Melação da desgraça.- Fiz cara de nojo e ela riu.

- Vai dá por ai.- Brincou.

O camarote podia até ser o melhor lugar por conta da bebida de graça. Mas aqui normalmente ficava os linha de frente e um monte de piranha jogando pra eles.

- May, vou pra pista.- Gritei pra ela, mas a mesma me ignorou.

Fui até a mesa peguei uma garrafinha de skol 150bpm.

Refiz o caminho de volta, passando por uns dois casais se esfregando, aquilo era uma completa orgia.

Me joguei no meio da multidão, ao som de um proibidão fui até o chão. Não tava nem ai pra nada. Joguei meu copo vazio fora e fui pra minha skolzinha.

Não vou negar que ja tava começando a ficar louca.

Tinha um palco de onde o dj comandava o baile. Me aproximei, ao notar minha presença ele me chamou pra subir ali. Larguei o foda-se e fui.

Tinha mais duas meninas dançando até o chão. Me juntei a elas na coreografia que eu sabia de cima à baixo, de baixo à cima.

Quando estava quase no fim da musica, alguém me puxou bruscamente la de cima, quase fui de cara.

- Ei!! Eu tava dançando!!- Resmunguei.

- Tava era pagando mico.- Era ele. Sua voz rouca serviu pra curar minha cachaça na mesma hora.

- E o que você tem a ver com isso?- Me virei ficando cara a cara com ele. De salto quase conseguia ficar da altura dele.

Como de costume ele ignorou minha pergunta.

- Até onde sei sou livre pra fazer o que eu quiser.- Gritei.

- Abaixa o tom porra, geral olhando pra ca.- Manteve a postura.

- Ah pronto! Me tirou de la e ta preocupado com os outros olhando.- Cruzei os braços indignada.

- Bando de macho babando em cima de tu la.- Falou calmo.- Tu só com essas fita errada.

Comecei a rir, ele me olhava sem entender.

- Sinceramente Andris.- Joguei as mãos pra cima.- Qual teu problema comigo?

- Nesse momento, é esse teu vestido, que não tampa nem tua bunda direito.- Disse entre dentes.

- Ciúmes de mim é?- Brinquei. Ele deu risada.

- Sem chance.- Me deu as costas e saiu dali.

Encostei na parede absorvendo aquele ceninha. Depois de tudo que ele me fez ainda quer regular minha vida, só pode ser brincadeira.

Olhei pra frente e ele estava voltando de cara fechada.

- Vem comigo.- Me puxou pela mão.

Me guiou pro camarote. Mayra me olhou de canto de olho, achei que ela fosse falar algo, mas apenas me lançou um sorriso.

Ele me levou pro canto, aonde tinha um sofá grande perto da parede de vidro.

- Fica ai.- Apontou pro sofá. Não vou mentir que me senti um cachorro nessa hora.

  Você fez o que ele mandou? Pois bem, eu mesma não. Esperei ele virar as costas e fui até aquela mesa de bebida, mas dessa vez peguei apenas água.

- Olha só você ai.- Era aquele cara que dei uns beijos mais cedo.

- Hum... Oi!- Sorri.- Tinha ido dar um volta.- No fundo eu preferia que ele não tivesse me achado.

- Te vi no palco.- Se aproximou.- Podia dançar assim pra mim la em casa.- Passou a mão entre meus cabelos segurando minha nuca e disse no meu ouvido.

- Quem sabe.- Dei uma risadinha.

Olhei pro lado e avistei Chucky conversando com um loira, ela sorria e passava a mão no braço dele.

Parece que ele sentiu eu olhando em sua direção. Desviei o olhar na hora, e pra despistar agarrei o cara pela nuca e o beijei.

Ele parou o beijo, pelo menos foi que pensei. Mas quando abri os olhos vi que Chucky havia puxado ele pra longe.

- Po chefe... Não sabia que era mina sua não.- Falou todo assustado.

- Problema seu caralho!- Gritou- Some daqui.- Soltou ele.

Algumas pessoas olhava a cena, entre elas Mayra que mantinha a mão sobre a boca, com certeza eu iria ouvir muita piada vindo dela.

- Mandei tu ficar la desgraça.- Apertou forte meu braço .

- Pra que? Pra tu ficar de graça com outra, enquanto eu tenho que ficar de canto.- Esbravejei.- Não sou tua cadela pra tu ficar dando ordens. Afinal de você não sou nada.- Parece que ele ia soltar fogo pelo nariz e pela boca a qualquer momento.

Ele me pegou no colo.

- Me solta Andris!- Gritei. Me jogou por cima de seu ombro, como se um fosse apenas um saco de batatas.

- Cala boca que é melhor pra tu.- Disse sério e começou  a andar.

Não vou mentir que senti vontade de chorar, de raiva. Raiva dele, e de mim por ligar tanto pra tudo isso.

Ainda bem que do jeito que estou não tenho visão de quase nada, praticamente so chão e de suas pernas se movimentando rápido.

Ele me colocou no chão  assim que saiu da quadra. Me preparei pra correr, mas ele foi mais rápido e me agarrou.

- Que saco!- Resmunguei.

- Tu vem comigo.- Me puxou pra perto de seu carro, abriu a porta e me jogou la dentro.

- Vai fazer o que comigo? Me bater como de costume?- Afundei a cabeça no banco.

- Não fala merda.- Bateu a porta com força. Deu a volta e entrou pelo lado do motorista.- Curar essa tua cachaça.- Deu partida e saiu cantando pneu.

  Não disse nada, preferi o silêncio.

...










In My BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora