Capítulo 38

340 23 17
                                    

Gabriela Pv'

   Cheguei em casa, e minha mãe  estava sentada no sofá com cara de poucos amigos.

- Onde tu tava praga?- Levantou vindo até  mim.

- Na casa de uma amiga.- Menti, e menti feio. Mas ela não  podia saber que eu tava sentando pro cara que quase acabou com minha vida literalmente.

- Você  ta mentindo!- Puxou meu cabelo.

- Ai.- Reclamei.- Então eu tava com quem?- Perguntei de ousada que sou.

- Com macho.- Olhou dentro dos meus olhos e eu acabei desviando, ela sabia que tinha mentira ali.

- Então  ta!- Cruzei os braços.- Eu tava com o Caio, tava ajudando ele com uns problemas.- Ela me olhou debaixo a cima.

- Espero que não esteja mentindo.- Se afastou indo pra cozinha. Só  então  pode respirar aliviada.

Fui pro meu quarto e me joguei na cama, tentando não  pensar na noite passada.

...

Efim o sábado  chegou, e era dia de baile. E tudo que eu precisava era esfriar a cabeça.

Caio trocou de turma, mantinha o máximo de distância possível  de mim. Eu ainda não  acertei as contas com Chucky em relação a isso.

Falando no diabo, ele não  me procurou e nem mandou nenhum mensagem, mesmo tendo meu número.

Estava sentada no chão em frente ao meu guarda-roupas, tentando me encontrar naquela bagunça.

Minha mãe já tinha saído para trabalhar, e iria ficar la até  o fia seguinte. Ou seja eu não  tinha hora pra voltar, nunca tive mesmo.

Tava ficando irritada com Mayra que não  tinha dado as cara ainda.

Peguei o celular e marcava nove e meia da noite. O baile  já tinha começado, mas nesse horário o movimento era pouco.

  Resolvi ir tomando meu banho pra adiantar as coisas.  Sai do banheiro enrolada na toalha. Passei  meus cremes e sentei na cama pegando meu celular.

Chat On

Você: Cade você filhote de rapariga?

Bitch: Ai amiga
Bitch:  Não  vai dar pra mim ir não, minha vó ta meio mal, vou ter que levar. Ela no posto.
Bitch: Sua mãe não  ta ai não?

Você: Puta merda! Por que não  falou antes? To indo ai te ajudar.

Bitch: Não pudim.
Bitch: Vai pro baile, fica de olho no meu boy pra mim.
Bitch:E se divirta.

Você: Tem certeza?

Bitch: Sim. O vizinho aqui já ta me ajudando, ele vai comigo até  la no posto.
Bitch: Pode ir tranquila.

Você: Então  ta, qualquer coisa me liga!

Bitch: Ta bom.

Chat OFF

Achei estranho ela não  ter avisado sobre a situação  pro Vitinho, com certeza ele a ajudaria. Mas enfim eu não  tinha nada a ver com isso.

Fui pra frente do espelho e fiz minha maquiagem, coisa básica  mesmo. Escolhi um body preto de renda com um decote, coloquei um short jeans desfiado. Coloquei um tênis branco, nem pensar que eu ia subir esse morro em cima de um salto.

Ajeitei meu cachos, deixando elea soltos mesmo, tava maravilhoso. Dei aquela checada em frente ao espelho.

Peguei minha bolsinha de lado, coloquei meu celular, um batom e dinheiro.

  Sai de casa trancando tudo e joguei a chave na bolsa. Quando virei pra trás  quase tive um treco.

Elevei a mão  até  o peito tentando controlar minha respiração.

- Relaxa morena.- Ele se aproximou e me deu um cheiro no pescoço.- Ta cheirosa. Tudo isso pra mim?

- Vai se fuder Chucky.- Me afastei  e comecei a subir o morro.

- Volta aqui po.- Me puxou. Ele tava sorridente demais.

- Ta bêbado?- Perguntei até  sem querer.

Ele fechou a cara na mesma hora  parecia que eu tinha falado coisa de outro mundo.

Novamente ignorei ele e comecei a subir o morro. Só  não  esperava que ele fosse me acompanhar.

- Ai cara.- Parei cruzando os braços.- O que você  quer de mim? Me deixa em paz.

- Quero tu po. Não  ta claro ainda.- Tava ficando nervoso, podia sentir daqui. Dei foi risada.

- Tu quer é  mais uma pra ser teu lanchinho.- Voltei a caminhar.

- E tu bem que gosta.- Não  acredito que ele falou isso.

- Cadê a porra do respeito.- Bati nele com minha bolsa.- Não  é porque eu fiquei contigo uma ou duas vezez que pode me trata assim não.

Ele sorrio.

- Tu fica uma gata quando ta brava.

- Quer saber.- Me virei.- Eu vou voltar pra casa.

Ele me segurou.

- Relaxa ai.- Encarei ele.- Bora curtir a noite. Amanhã  se decide se quer se minha ou não.

- Porra de ser sua.- Puxou meu braço.- Vai ser sempre assim, vai me usar quando tiver vontade e sumir depois.

Ele ficou calado, sabia que era a verdade.

- Ta vendo, sabe que sempre vai ser assim.- Continuei minha volta pra casa.

- Gabriela!- Me chamou, fazia tempo que eu não  o ouvia dizer meu nome.- Dá  uma chance. Quer ser a única? Nos dá  um jeito.

Olhei pra ele, e parecia até  piada ouvir aquilo.

- Para de mentir pra você mesmo.- Ele se aproximou novamente.- A primeira que se jogar pra tu, não  vai resistir.

- Só  se essa ai for você.- Ele tinha uma lábia, mas não  colava comigo.

- Me responde uma coisa.- Me olhou atento.- Depois daquele dia ficou com quantas?

Ele pensou, coçou a cabeça.

- Foi só tu.- Dei risada. Só  pode ser brincadeira.

- Para de mentir.- Me afastei dele seguindo até  a porta de casa.

- To te mandando a real.- Fez uma pausa.- To aqui na pureza po, parada que nunca fiz, ficar na cola de mulher nenhuma.

- Pode voltar a ser assim.- Peguei a chave dentro da bolsa.- Aposto que tem várias  la no baile querendo posto de sua fiel, pra tu fingir que ama.

- Tu não tem jeito mesmo.- Coçou a cabeça.

Nem dei ideia abri a porta, entrei e quando  eu tava pra fechar a mesma ele segurou.

- Só  uma chance.- Pediu todo carinhoso.- Se eu vacilar eu sumo da tua vida.

- Para de graça, solta a porta por favor.- Ele olhou dentro dos olhos, eu odiava quando ele fazia isso.

Ele soltou a porta, mas na mesma hora segurou meu rosto e me roubou um beijo.

- Tu me enfeitiçou po, agora  vai largar de mão.- Fiquei muda por um tempo.

Várias coisas passaram na minha cabeça . Não sei por qual motivo, mas acabei o puxando pra dentro e fechei a porta.

- A gente precisa conversar.- Falei séria, ele sorrio já de graça pro meu lado.

...






In My BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora