Capítulo 7

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Gabriela Pv'

O carro que nos seguia parou atravessado, bloqueando completamente nossa passagem.

- Droga!- Ele abriu o porta luvas e pegou uma pistola.- Se abaixa ai.

Meu coração estava disparado, o fato de eu não saber o que está acontecendo me deixava aflita.

Me abaixei ficando na frente do banco. Chucky destravou a porta, saindo devagar do carro.

Foram alguns minutos de silêncio. Em seguida escutei a voz de um homem, que não era a de Chucky. Tentei, mas não consegui entender nada que ele falava.

Em pouco tempo escutei uma sequência de tres disparos, meu coração faltou saltar pela boca. Desci do carro no desespero.

- Chucky?- Gritei. Fui pro outro lado do carro, tinha um corpo caído no chão.

Elevei a mão na boca, as lagrimas começaram a descer sem minha permissão, era a primeira vez que via um corpo assim tão de perto.

- Volta pra carro porra.- Chucky me puxou pelo braço.

- O que você fez?- Empurrei ele.- Que droga.

- Cala boca.- Ele me segurou tampando minha boca com a mão.- Shiu, entra no carro.- Escutei um barulho de passoa vindo da mata.

- O que foi isso?- Perguntei quando ele me soltou.

- Tem outro aqui.- Destravou a arma novamente.- Volta pro carro.- Gritou.

  Você  obedeceu? Pois eu sim, não  iria colocar minha vida em risco. Apesar de que pra sair daqui eu precisava dele de qualquer forma. Não fazia a menor ideia de onde estava e não sabia nem como tirar o carro do lugar, quem dirá voltar pra casa sozinha.

  Me sentei no banco do motorista, fiquei atenta a qualquer barulho, mas durante quinze minutos não escutei nada. Nem mesmo tiros, ou alguém gritando. Comecei a cogitar o sequestro do Chucky, ou até mesmo sua morte.

  Busquei meu celular pelo carro, mas nem sinal do mesmo, nem mesmo no meio das minha roupas ele estava.

Escutei um barulho, meu coração disparou no mesmo ritmo de uma escola de samba. O som baixo vinha de dentro do carro, era a voz de alguém.

Revirei tudo, porta luvas, o assoalho do carro, debaixo dos bancos, mas só  quando chequei o banco de trás achei um radinho, peguei o mesmo.

  - Patrão? Ta na escuta?- Era voz de um homem.

- Não, não. Eu não sei onde ele ta.

- Quem ta falando? Como assim não sabe?

- Ele sumiu, já tem quase meia hora.- Minha voz saia falha.

- Droga, onde vocês estão?

- Não sei, aqui só tem mato, e uma estrada de terra.- Uma lágrima solitaria escorreu pelo meu rosto.- Vieram dois caras atrás da gente, ele matou um deles.- Completei.

- Puta que pariu, ele sabe que não pode sair do morro. To indo ai.

  Não escutei mais nada depois disso, afundei a cabeça no banco macio e fechei neus olhos desejando que eu estiver em casa, e não no meio daquela confusão.

  Dentro de vinte minutos escutei o ronco de uma moto. Fiquei em alerta, porém algo pra me defender, seja la de quem for. Achei uma barra de ferro no assoalho na parte de trás.

Fiquei encolhida no banco, o som de passos foi se aproximando, me posicionei pronta pra golpir. Na mi ha cabeça seria bem mais fácil do que na teoria.

A porta foi aberta e quando atacar a pessoa segurou a barra.

- Oh.. Calma ai novinha.- Era Vitinho, não conhecia ele, a não ser de vista e as coisas que Mayra contava.

- Que bom que você veio.- Minja reação foi apenas abraçar ele, o mesmonão fez questão de retribuir.

- Toma.- Me entregou uma arma.- Qualquer coisa e só mira e apertar o gatilho.- Assenti.- Vou atrás dele.

   Fechou a porta do carro, me deixando sozinha novamente, somente eu e minhas paranoias. Foram vinte minutos até ouvo1r passos novamente.

- Mas que porra!- Chucky xingou ao entrar pela porta do passageiro. Sua perna sangrava muito.

- Passa pra trás morena.- Sai do carro e ele sentou no banco do motorista, e eu fui pro banco de trás.

  - Me arranja um blusa, qualquer coisa pra eu amarrar aqui.- Chucky quase gritava de dor.

Peguei meu cropped no assoalho e entreguei pra ele, ele fez uma espécie de atadura, prescionando o ferimento.

Não parecia ser ferimento de bala, tava mais para um corte, provavelmente feito com uma faca.

  Vitinho não perdeu tempo, deu partida no carro, deu ré com tudo, por pouco não bateu. Virou e seguiu o caminho que fizessemos até aqui.

- O que te deu na cabeça de vir pra ca?- Vitinho quebrou o silêncio.

- Te interessa não. Continu ai, antes que eu saia nas ideia contigo.- Vitinho balançou a cabeça em negativo.

Fiz de conta que nem estava aqui, fiquei calada na minha, só esperando pra chegar em casa e tomar um banho.

Senti um alívio quando começamos a subir o morro, mas minha felicidade foi quebrada quando ele parou em frente ao postinho.

Vitinho saiu primeiro e foi ajudar seu amigo, simplesmente eles me esqueceram ali.

Eu poderia ir pra casa andando, se não fosse o fato de eu estar quase pelada, vestindo apenas a camisa de um traficante.

Os dois sumiram, e eu sabia que não iriam voltar tão cedo.

Era madrugada, dia de baile. Mas talvez ninguém fosse me ver ali daquele jeito.

Tomei coragem e sai do carro. Olhei para todos os lados e não vi ninguém.

Comecei a caminhar em sentido a subida do morro.

- Gabriela?- Congelei ao ouvir a voz da minha mãe.- O que você ta fazendo aqui?- Pensei em sair correndo e fazer de conta que não era comigo, mas eu ia sobrar de qualquer forma.- De quem é  essa blusa?- Me virei e ela estava de braços cruzados e com um expressão nada boa no rosto.

- Calma mãe  eu posso explicar...- Imaginei várias desculpas, mas todas estúpidas.

- Vai explicar sim, la em casa tu vai me explicar tudo.- Ela me pegou pelos cabelos e foi me puxando.

- Ai mãe me solta.- Resmunguei mas de nada adiantou.

E incrível  como nessas horários aparece tanta gente pra ver aquelacena ridícula, até mesmo Mayra estava por perto.

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In My BloodWhere stories live. Discover now