Pontas soltas ♡ Capitulo 53

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Um dia nunca havia demorado tanto para passar como o dia de hoje, faz exatamente dois dias que Gustavo deixou uma carta de despedida e se foi, hoje bem cedo precisei inventar uma dor para meu pai a fim de não me levantar da cama e assim ele acreditou, o que me deixa mal por mentir. Meus pais nem sonham com o que está acontecendo e por bem da saúde mental de todos e a segurança, jamais poderia contar.

Minha mãe entrou nos sete meses de gravidez, segundo ela errou as contas em um mês e quando pensou que estava com três, estava com quatro meses, pelo menos foi isso que disse a ultrassom. -Parada na frente ao antigo escritório do meu pai observava o ambiente que estava quase pronto para ser o quartinho dos gêmeos, faltando apenas alguns detalhes como uma poltrona que era minha e meu pai mandou refazer. Minha mãe fez uma linda parede pintada com e nuvens e ao centro balões com ursinhos voando, ao mesmo tempo em que era neutro cada lado do quarto era de uma cor, sendo rosa e azul.

Ver os berços arrumados com lacinhos e almofadas, seus nomes em pequenos quadrinhos e um tapete de nuvem no chão me passava uma esperança de dias melhores e mais felizes, aos poucos tudo ia ganhando cor e forma aos olhos dos meus pais e quando perguntei o motivo do tema céu minha mãe explicou que era como ela estava se sentindo, no céu.

-Está tudo lindo não é? –A senhora loira apareceu como um fantasma e apreciou mais uma vez seu bom gosto. –Seu pai abriu o bolso de uma maneira surpreendente. –Completou ela, com graça.

Sua barriga estava maior do que as que eu costumava a ver por ai, quem a visse na rua diria que era uma barriga de nove meses sem duvida.

-Está quase tudo pronto. –Sorri e ela consentiu. –Falta muito? Estou tão ansiosa. –Apontei para o berço e ela sorriu animada.

Em poucos minutos ela me explicou que em caso de uma gestação gemelar os bebês normalmente nasciam antes da quadragésima semana, por volta da trigésima sexta ou sétima semana, mas que não era uma regra.

-Não se preocupe, eles estão saudáveis e crescendo muito bem. O Blake é mais gordinho que a Lizzie acredita? –Ela sorriu e me fez sorrir também. –Começar de novo irá ser um desafio, mas estou tão feliz que eles não param de mexer.

Toquei em sua barriga e nada senti. Segundo minha mãe após o café da manhã eles dormiam um pouco para não deixa-la dormir a noite.

-Blake, deixe mais comida para a Lizzie. –Falei, fazendo minha mãe gargalhar e por um momento esqueci o quão apreensiva estava. –Só venham na hora certa, me ouçam sou a mais velha, acha que irão ser loirinhos como você? –Alisei sua barriga enorme e a mesma reclamou de dores nas costas.

-Isso é muito relativo, a genética é algo muito misterioso. Às vezes podem nascer ruivos como a sua bisavó ou com os olhos azuis do seu pai. Você e o Andrew nasceram com os cabelos pretos como seu pai, seu olho é azul e o do seu irmão não era. Será uma surpresa para nós.

-O importante é ter saúde. –Falei, e ela concordou. Essa era a frase do meu pai desde o inicio.

Conversamos muito sobre muita coisa, principalmente sobre bebês e o quão eles mudam a vida de um casal, mas em especial uma mãe que adquire com uma sobrecarga física e emocional maior. O que me fez refletir que quero demorar um pouco mais que tinha previsto para ser mãe.

Descemos para a cozinha e minha mãe refletiu muitas horas sobre o que fazer para nosso almoço, já que era raro eu almoçar em casa por conta do horário do meu trabalho, nossa cozinha quase não era utilizada para almoço. –Ao organizar as comidas com minha mãe, Alice me ligou.

-Em que posso te ajudar Moore? -Com graça atendi tentando emanar algum bom humor que me restava na frente da minha mãe e ela fingiu choro.

-Acredita que quase morri de preocupação? Mas minha vó pegou meu celular a fim de me fazer ajuda-la a limpar o porão.

Acasos Do CoraçãoWhere stories live. Discover now