Prólogo

788 92 478
                                    

Dois anos antes...

Língua inglesa, matemática, economia, biologia e educação física, isso era tudo que eu precisava estudar para passar pelo segundo ano do ensino médio o mais rápido possível, e claro ficar na minha junto ao Alex tentando não chamar atenção até tudo isso acabar. Claro que há quem sinta falta do colégio após se formar, mas isso não será o meu caso. –Encarando o quadro, observava o professor de biologia explicar sobre nosso DNA pela decima vez.

-Entendeu isso ai? –Alex cochichou ao meu lado, amassando uma bolinha de papel. –Eu sei que não usarei isso na faculdade de artes e musica, que tédio.

Ele tinha razão, mas para garantir minha vaga em Harvard eu precisava entender isso, decorar isso, tirar um A e se não fosse muito ensinar isso a alguém.

-Te explico depois, ou melhor, pede ao Andrew. Ele já estudou isso, poderá nos explicar melhor. –Cochichei, fazendo o professor abaixar os óculos em direção aos alunos procurando o cochicho.

Culpada, era eu que estava conversando, mas ele não desconfiou.

-O D disse que irá trabalhar até tarde, hoje é sexta. Irá buscar mantimentos na cidade vizinha te aguardo pra me ajudar. –Alex sussurrou ignorando o professor, me fazendo o encarar. -Boa sorte ao tentar me ensinar.

Só ao pensar em ensinar o que mal sei, me dava dor de cabeça.

-Ok. Tenho escolha? –Perguntei sabendo a resposta, e fui encarada pelo velho Wilson, o terror da biologia desde o inicio das eras escolares.

É, meu pior pesadelo aconteceu. O professor me notou, dizendo meu nome em alto e bom som, soltando um de seus sermões o que me fez ser encarada por vinte alunos.

-Senhorita Clark, sei que é ótima em minha matéria, mas seu amigo está a um passo do D. E sinceramente adoro usar minha caneta vermelha para desenhar enormes letras D. -Alex bufou, entendendo o recado, que era especialmente para ele.

Merda.

S2

Tortura era a única palavra que resumia a escola para mim, diferente do meu irmão que amava todo aquele antro de pessoas barulhentas e que queriam aparecer a todo custo, mas segundo ele não se importava com as pessoas barulhentas. –Deitada na cama do Andrew o implorava pra ensinar biologia ao Alex no meu lugar.

-Cara você sabe, eu raramente te peço alguma coisa. Tenho apenas quinze anos e não tenho paciência para ensinar nada a ninguém. –Balancei a cabeça o fazendo rir. -Por favor, eu coloco água nas plantas e levo o lixo para fora por uma semana. -Fingi chorar, e ouvi sua risada.

Sentado em sua cadeira ele encarava o notebook e estudava sobre seu próximo serviço voluntário, ele almejada o currículo perfeito para sua faculdade de engenharia e trabalhos voluntários sempre ajudavam muito, principalmente se fosse ao lar para idosos.

-Anne minha irmãzinha insistente, irá fazer dezesseis esse ano e você não tem paciência para nada. Preciso ir pegar os mantimentos da semana que vem, hoje é sexta e sabe como o papai é pontual. Vou de carro, logo mais eu volto e estudamos. –Ele fechou o notebook e passou as mãos nos meus cabelos longos. -Uma semana fazendo tudo que eu pedir? -Ele sorriu me colocando contra a parede e estendeu sua mão. Aquilo era uma aliança?

-Fechado, uma semana. -Apertei sua mão. -Isso ai é uma aliança? -Apontei para seu dedo e ele também o encarou.

-Talvez sim, talvez não. Em breve falarei, enquanto isso conto com sua descrição. -Ele me mandou uma piscada e acho que é o talvez sim.

Acasos Do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora