A noite continua ♡ Capítulo 16

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Na mais louca das hipóteses Emma armou pra alguém nos ver e pensar algo, só não imaginava que Joanne veria uma cena daquelas e agora deve me querer longe. Sua imaturidade desde a escola é exaustiva, ela conseguia afastar todas as pessoas que ousassem tirar a atenção que ela recebia ou achava receber. Ela é tão clichê que me sobe uma raiva a ponto da minha face ficar vermelha, mas com certeza não preciso gastar minha energia de uma forma tão tola. 

Estava procurando por Joanne por entre os corredores e Emma me puxou para o quarto de hóspedes, dizendo ser um assunto importante. Desde nossa adolescência ela insiste em algo que nunca terá e sei que vai tentar me atrapalhar de todas as formas.

-Pode entregar essa carta na mesa daquela menina de vestido amarelo? –Sorri, pedindo ao garçom com cara de poucos amigos.

-Claro, posso ajuda em algo mais? –Ele rebateu seriamente, encarando-me e apenas neguei balançando a cabeça.

O garçom saiu rumo às mesas e dei meia volta a parte da trás da casa esperançoso.

Mandei uma carta pra Joanne vir encontrar-me na estufa e não sei se ela virá com sua cabeça dura, com razão. Provavelmente acha que não mudei e que tenho algo com a Emma. -Passo a mão em uma fotografia da minha mãe neste mesmo lugar colada ao vidro.

Esse lugar é uma das coisas nas quais cuido com todo meu amor, minha mãe era fascinada por natureza e aqui sempre teve plantas das mais diversas formas e cheiros. Encaro os lírios e ouço a porta abrindo.

-É... Esse lugar é incrível. -Uma voz doce ecoa no ambiente abrindo a porta de vidro por completo. –E cheiroso.

Nunca a vi tão linda, Joanne entrou segurando a barra de seu vestido e analisando tudo a nossa volta. Em um vestido amarelo claro, com uma fenda da perna e a costa nua estava incrível. Era um vestido simples de alças finas e um decote em V  na parte os seios. Seus cabelos soltos ondulados, poderia senti-los como aquela noite.

-Achei que não iria vir. –Falei sem a encarar, e Joanne fecha a porta com delicadeza.

A menina sorri sem graça alguma e observa todas as flores passando a mão em algumas que estavam ao seu alcance.

-Não iria, mas gosto de cartas. – Ela respondeu friamente e deu de ombros, andou em minha direção ainda sem me encarar. -O que você quer Baker?

Sua seriedade é assustadora.

-No quarto, aquela hora... Não aconteceu nada e não tenho nada com a Emma. - Murmurei soltando o ar dos meus pulmões, e a vi balançar a cabeça negativamente sorrindo.

-Me chamou aqui pra isso? Não existe nada entre nós Baker, não me deve explicações. -Sua voz baixa me fez sorrir. -Está rindo de que imbecil? -Questionou irritada, me encarando.

Finalmente seus olhos alcançaram os meus, mas nenhuma emoção foi passada.

-Você está tão bonita hoje, e eu sou tão azarado. –Bati palmas, em desespero.

Com as sobrancelhas arqueadas, Joanne me olhava de longe com desprezo. Nunca irei entender o que essa menina fez com meus sentimentos, mas é assustador.

-Azarado? Além de galinha, você é louco? -Joanne bufa, e me fita seriamente.

-Eu já fui galinha, hoje sou apenas azarado. -Respondi calmamente, enquanto a observava tocar em rosas brancas. -Você está irritada?

Perguntei sabendo a resposta, porém precisava ouvi-la mesmo que fossem coisas desagradáveis e ferisse meu ego.

-Desde a escola ela é um pouco... Maníaca. Não estou surpresa, mas não vou permitir que me faça de idiota Gustavo Baker. -Meu corpo torna-se quente e meus lábios ficam secos ao ouvi-la citar meu nome.

Acasos Do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora