Esse sou eu S2 Capitulo 51

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Estava frio e quase em total escuro, com meu vasto olfato sentia um cheiro de madeira velha e cigarro caro. Pouco do que podia perceber ou sentir era que não existia vento, somente umidade. Silêncio, apenas ouvia minha respiração trêmula e cansada, ainda sem abrir os olhos sentia minha cabeça pesada e não conseguia endurecer meu pescoço por mais que me esforçasse. Vivo eu estava, mas meu corpo estava totalmente dolorido, mais especificamente minha cabeça que provavelmente foi atingida por algo pesado. -Mexi meus ombros lentamente e tudo doeu.

Se não estivesse mole e confuso diria que esse lugar é o famoso galpão do Augustos, a luz baixa me deixava ver poucas coisas como muita bagunça e engradado de cerveja por toda parte, era um dos lugares mais sinistros que já vi. Por mais que me esforçasse não tinha noção de hora e tempo, com certeza dependendo do plano de Augustos que ainda não tinha sido incluso me matar, não teria passado muitos dias.

Tentei me mexer, senti das minhas mãos amarradas e meus tornozelos presos por cordas fortes, isso era o ápice da loucura. -Umedeci meus lábios e juntei força para gritar, mas não tinha.

-Augustos, não esta assistindo muito filme de suspense? -Sussurrei, e ouvi sua risada. -Isso irá se complicar ainda.

Ele parecia esta assistindo tudo de plateia, escondido em uma parte do ambiente escuro. Remexi-me com destreza, e uma luz forte iluminou todo o ambiente. Minha visão turva, demorei para observar todo o local.

-Não quis atrapalhar seu sono de princesa, por isso o escuro. Como acordou podemos conversar. -Augustos pulou de cima de alguns caixotes e o encarei.

Com a visão melhor pude perceber que de cinza, meu moletom estava com muitos pingos vermelho, o que internamente me assustou. Pude ter certeza que fui golpeado na cabeça ao encarra minha roupa ensanguentada. 

-Acho que perdeu a noção de vez, não sou juiz, mas sinto que sua pena tende a crescer gradativamente. -Com ironia sorri, mas me arrependi ao senti minhas têmporas doerem.

O ruivo se aproximou de mim, e deu voltas em minha cadeira que estava ao lado de uma mesa velha de ferro, era o ambiente mais fedido e desarrumado que já estive, mas era a sua cara. -Augustos chutou a mesa para longe e me assustei com o barulho do ferro batendo em algum lugar.

-Minha paciência acabou Baker, ainda quer ser o herói. Sua vida está em minhas mãos e quero que tudo isso se resolva, caso contrario resolverei você.

Ele estava realmente irritado, jogou no chão um saco com alguns pertences meus. Meu relógio, meus sapatos, meu óculos escuros e minhas roupas que como desculpa coloquei na mala. -Mexi meu pescoço e senti a corrente ainda nele.

-Não achou nada? Achou que tive tempo de colocar uma escuta? -Encarei seus olhos cerrados e ele se abaixou remexendo meus pertences. Pisou em meu relógio e em meu óculos. -Cara, seis mil dólares no lixo. -Encarei o relógio e sim, meu coração doeu.

Como previ, ele não achou nada.

-Quis me certificar que não tentou gracinhas. -Augustos se aproximou e puxou a corrente do meu pescoço a deixando para fora do moletom. -O que é isso?

Merda pensa rápido lembra que metade do cérebro dele já foi consumido por drogas.

-Ganhei da minha mãe, se puder não quebrar. É a única coisa que tenho dela. -Expliquei com calma, e suspirei. -É só uma frase e uma pedra de turmalina negra ao lado, você conhece essa corrente... Ou já esqueceu? -Menti, ele nunca a viu, pois era par com a corrente da Joanne.

Augustos soltou a corrente bruscamente após bufar e pude respirar aliviado, sua expressão era como se o mesmo estivesse mudando de humor a cada minuto, ele não parecia está em si mentalmente.

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