Capítulo 43 - Abadom, A Primordial

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"As moiras, na mitologia grega, eram as três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos. Eram três mulheres lúgubres, responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos. Durante o trabalho, as moiras fazem uso da Roda da Fortuna, que é o tear utilizado para se tecer os fios. As voltas da roda posicionam o fio do indivíduo em sua parte mais privilegiada (o topo) ou em sua parte menos desejável (o fundo), explicando-se assim os períodos de boa ou má sorte de todos. As três deusas decidiam o destino individual dos antigos gregos, e criaram Têmis, Nêmesis e as erínias. Pertenciam à primeira geração divina (os deuses primordiais), e assim como Nix, eram domadoras de deusas e homens."

"As moiras eram filhas de Nix a deusa da noite. Moira, no singular, era inicialmente o destino.

"Existe também na bíblia, Abadom (também chamado de Apollyon), um anjo cuja verdadeira identidade é um mistério e que aparece no livro de Jó (capítulo 26, versículo 6) e no livro do Apocalipse (capítulo 9, versículo 11), onde é chamado de Anjo do Abismo."

•••

– Alguns dias depois –   

Escritório do senhor Lynch. – disse Helen do outro lado da linha.

— Bom dia, gostaria de marcar uma reunião com Derek Lynch.

Oh, se pretende marcar para esse mês temo em dizer que a agenda dele está lotada, senhora. Pode me dizer seu nome e telefone para que eu possa te ligar quase algo mude?

— Não será necessário, muito obrigada.

   A chamada se encerrou. A mulher deixou o telefone fixo sobre a mesa de madeira e logo o copo de whisky de lado. Caminhou em direção ao espelho vertical. Vestia o sutiã preto, assim como as calças sociais, o salto ecoava no chão de taco, pegou a camisa social branca e parou em frente ao reflexo. As marcas e cicatrizes em seu corpo eram várias, mas, o que se destacava assustadoramente eram algumas das suas tatuagens. As grandes asas negras tomavam as costas, e a caveira macabra com a foice atravessada ao lado direito das costelas. Tudo foi escondido com a camisa social, o paletó vestido logo em seguida. Ajeitou as mangas e simplesmente saiu andando.

    O carro blindado saiu da garagem em alta velocidade.

  Eram quase uma da tarde, na verdade, Caleb só sabia a hora por que os enfermeiros o mantinham informado. Ele estava cansado, mas, era cansaço de estar deitado, para se recuperar, aquilo lhe dava uma impaciência. O suspiro foi pesado, sentiu o toque sutil de um enfermeiro que se aproximou e sussurrou.

Por favor, mantenha os olhos fechados, senhor.

  O silêncio naquele lugar foi diferente, nem mesmo as máquinas hospitalares pareciam soar como deveriam. Foi então que escutou os passos se aproximando, franziu o cenho, pois, pareciam familiar. E sim, nessa altura do campeonato ninguém deveria se surpreender por este homem reconhecer alguém pelo caminhar.

— Quase me enganou. – comentou ele mantendo os olhos fechados. — Pisa no chão exatamente como Derek.

   A pessoa parou ao lado da maca.

— Quem fez isso? Trono? Arcanjo? – a voz era de uma mulher.

   Quem seria ela? Ele queria muito encará-la.

Querubim.

  A ouviu respirar fundo e logo suspirar como se já esperasse por isso. Ela tocou a mão esquerda cheia de anéis sobre o peito dele.

— Vai me matar? – questionou Caleb incrivelmente tranquilo.

— Vim ver com meus próprios olhos o homem que foi capaz de matar o "Esmagador".

G.U.Y. - A Lei do SilêncioWhere stories live. Discover now