Capítulo 12 - Cerco Fechado

23 3 3
                                    

[03hs40 da madrugada, sábado, Michigan]

E você tem certeza disso?a voz de Caleb estava séria.

— E está duvidando de mim seu merda? – e Eluf respondeu com sua grosseria de sempre pelo celular. — Jean está bem vivo, e se a garota o encontrou tem sorte de ainda respirar.

— Como não pode nos avisar sobre isso? Se sabia como ele era?

— Você deveria saber, já te contei sobre ele.

— Contar é diferente de saber. Nunca o vi na vida.

— Aí o problema é seu.

— Sinceramente Eluf, você é patético e por isso nunca foi melhor o Ceifeiro.

— Eu te treinei seu –

— E foi superado.

 A chamada se encerrou e Caleb encarou o céu noturno.

 Depois na noite anterior, a armadilha que quase custou liberdade e principalmente a vida de Natasha, ele tem a certeza de que algo está errado. Alguém está os observando mais de perto do que achava.

••♦••

[3 dias depois, segunda-feira, 12hs30, Toronto]

— Não faça tanto esforço. – comentou Ethan que agora tornou-se um segurança particular de Natasha. — Senhorita, por favor, ainda tem hematomas.

— Não quebrei nada, Ethan. – reclamou num tom mais alto ainda naquela parede de escalada. — Preciso treinar mais.

— Pelo menos coloque o equipamento de segurança. – pediu ele.

 Ela riu e negou.

Na vida real não existe isso. – disse para si.

  Caleb passou pela porta do ginásio e o olhar fora diretamente para o mural e assoviou.

— Pendure-se apenas na mão direita. – ordenou e a ouviu resmungar. — Cinco minutos.

Ethan se virou com as sobrancelhas erguidas.

— Senhor ela já está ali a pelo menos meia hora.

— Então pode aguentar 10 minutos mais. – parou ao lado e cruzou os braços. — Eu tenho novidades, parece que o detetive conseguiu desvendar o "mistério" da investigação. O apartamento dele está repleto das pinturas e as imagens das vítimas.

— Aleluia. – riu ela ofegante. — Pensei que teria que desenhar.

— É o momento certo de fazermos que comece a procurar o assassino, assim ficara no caminho dele.

— O odeia tanto assim? – Natasha se virou brevemente, os dedos, a mão e o braço começavam a formigar. — Para torná-lo um alvo do Artista?

— Nunca é inteligente deixar um fio desencapado exposto. – a analisou. — Nero Barns pode tornar-se um problema.

— Ele é um... bom homem. – fraquejou um pouco.

— Troque de mão. – viu a expressão de alívio dela. — Está se apegando a ele?

— Estou dizendo que ele não precisa morrer. – balançava o braço direito.

— Contanto que ele se mantenha nos limites, realmente, não precisará. – pensou um pouco. — Mudaria de ideia se ele fizesse algo de errado?

— Nero Barns não tem o perfil de um homem que troca de lados. – respondeu ela. — É um policial justo, porém desiquilibrado, é difícil manipular, mas é fácil de se influenciar com as palavras certas.

— Em outras palavras, manipulável. – garantiu Caleb.

— Não. – rebateu ela. — Manipular é diferente de influenciar. A partir do momento que ele se vê numa situação manipuladora, acontece a revolta, o qual você já lidou. O espancou.

— Não chamaria de espanco. – deu de ombros. — Diria "disciplinar".

 Ela riu.

— Ok, se enfiar um ferro quente na pessoa é um modo saudável de disciplina.

— Podia ter sido pior. – garantiu ele. — Agora desça, tenho outra coisa a dizer que envolve Desirée Berny.

 Natasha rapidamente procurou com a ponta do pé a pedra mais próxima para começar a sua descida.

— Ethan avise os demais que sairemos daqui 1 hora. – disse Caleb ao outro que acenou e logo saiu.

G.U.Y. - A Lei do SilêncioWhere stories live. Discover now