Capítulo 6 - Todos querem dominar o Mundo

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[08hs23 da manhã, quinta-feira]

  Natasha fazia sua corrida matinal junto aos cães, passava por um dos parques e admirava a paisagem verde enquanto o durava. O vento já se fazia mais frio, mas isso não a incomodou, ainda mais com toda adrenalina. Parou em algumas máquinas de exercícios cumprimentando com um aceno os senhores que se alongavam. Billy correu em direção a eles, passando entre suas pernas, ela os viu sorrir então deixou o cão se divertir enquanto se focava no exercício.

 Aumentou o volume da música, deu um pequeno pulo alcançando a barra de ferro, usando a força para se erguer.

"— Amo você, sabe disso, não é?"

A voz dele voltou.

"— Não estou te abandonando... Estou te libertando."

 Como um fantasma.

 O coração dela pesa em tristeza e raiva, mais vozes ecoam por sua cabeça, mas ela tenta ignorar.

 Pulou para o chão, balançou os braços que agora formigavam de tanto se esforçar, logo ajeitou o boné. Seus olhos foram em direção ao grupo de velhinhos que acenou para ela novamente, Natasha tirou os fones.

— Bom dia querida, desculpe perturbar. – disse um deles. — Mas é bailarina?

— Sim. – sorriu ela. — Foi o jeito que eu desci?

 O ouviu rir e concordar.

— Claro, foi um pouso perfeito.

— Obrigada. – assoviou para os cães. — Vamos.

— Bom treino. – disse outro homem.

— Para os senhores também. – acenou amigável e voltou a correr.

 Ajeitou os fones durante a trajetória, mas no meio do caminho reparou no comportamento inquieto de seus cães. Parou, interrompendo a música e olhou ao redor.

— Brutus, Billy. – abaixou os chamando para perto. — Pega.

 Ordenou e ambos saíram correndo em uma direção, Natasha, fez a mesma coisa os seguindo. Ela correu pelo parque, naquele caminho mais fechado da mata, uma estrada para bicicletas, mas ouvia um barulho estranho. Os cães pararam de repente, farejando o asfalto, ficaram confusos por alguns instantes até Brutus, latir ao longe em sua direção. O som estranho se fez mais próximo até literalmente saltar da mata, a moto passou praticamente ao seu lado, Natasha se encolheu na intenção de se proteger. O motoqueiro estava coberto da cabeça aos pés, o capacete preto estava fechado e a proteção era tão escura que ela não pode ver nem mesmo seus olhos.

 Ele a rondou, os pneus marcavam o solo e se encararam por segundos, ela viu o próprio reflexo na viseira do capacete. E num movimento rápido, puxou a faca escondida embaixo da roupa, bem no top esportivo, e tentou esfaqueá-lo assim que lhe deu as costas novamente. A faca ficou presa na roupa, mas infelizmente Natasha não teve posição para agarrá-lo e derrubá-lo, ele se afastou apoiando um dos pés no chão e então acelerou para longe.

 Natasha gritou impedindo que os cães o seguissem ou seriam atropelados, sua faca caiu alguns metros à frente. Amoto não tinha placa e nem identificação, mas ela conhece o som daquele motor, é único. Uma Harley Davidson.

 Ela pegou a arma de volta, infelizmente estava limpa, não teve força o suficiente de passar a proteção da roupa do motoqueiro.

— Merda. – ofegou encarando a lâmina.

  Tirou o celular do protetor procurando o número.

Problemas? – a voz de Caleb soou distraída.

— Eu tinha razão. – recuperava o fôlego. — Tem alguém me seguindo.

Onde você está, estou indo para aí.

— Não precisa, eu tentei esfaqueá-lo, mas estava de moto e foi difícil, não consegui tirar nem um filete de sangue. – balançou a cabeça. — Não sei quem era.

Te atacou?

G.U.Y. - A Lei do SilêncioWhere stories live. Discover now