Capítulo 41 - Novos Contratos

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    Após Charlie se comunicar e lhe dar o melhor caminho para chegar à onde estavam, Derek seguiu rapidamente.

   E de fato, olhar para o prédio destruído é um disfarce quase perfeito. Ninguém olharia aquele lugar e diria que há mais do que desabrigados vivendo ali. Entretanto, assim que passou por alguns seguranças que o revistaram, a parte interior era o oposto. Era um verdadeiro hospital, pode se dizer em miniatura, se fossem zombar.

   Acenou brevemente para Charlie que se aproximou e tirou o chapéu.

— Mikhail. – disse ele.

— Charlie. – entregou o capacete para outra pessoa. — Qual o estado dele?

— Eu diria preocupante. Chegou coberto de sangue, mas, carregava a criança nos braços. Sinceramente não sei como ainda caminhava. – respirou fundo. — Mas, estamos falando de Roman, e acredito que possa sair vivo.

— Ainda em cirurgia?

— Sim. – deu de ombros. — Não sou um homem que crê em algo divino ou milagres, mas... – encarou Derek. — Ele chegar até aqui é de fato, um milagre.

— É um homem determinado e forte, nunca devemos duvidar de Caleb. – concordou. — Não tem nenhuma previsão de quando posso vê-lo, certo?

    O viu negar. Derek colocou as mãos no bolso da calça.

— Vou esperar aqui, se não se importa.

— Pedirei para alguém o levar para a pequena sala de espera. Fique à vontade.

    Acenou novamente e saiu andando. Derek endireitou a postura, a mente passava diversas ideias e possibilidades. A conversa com Natasha e Osíris voltavam diversas vezes a assombrá-lo. Ele é sim, um homem solitário e individualista, focado para não dizer obsessivo. A vida dele sempre foi essa, desde criança, passando por orfanatos, nunca fazendo amizades apenas se adaptando aos ambientes conforme mudavam. Até enfim, sem levado pelo Ceifeiro que o treinou.

  "— Caleb odeia tanto o ceifeiro que o treinou porque ele o obrigou a tirar a coisa mais importante da vida dele."

     Algo que Derek não pode se lembrar, a pessoa que o treinou. Aquele ceifeiro fez um trabalho tão bem-feito, que não se lembra da sua face, mas se lembra de todo o treinamento, a intensidade de sua fala, lições. E uma pergunta lhe surgiu: Por que está pensando nisso, agora?

    Eram quase seis da tarde, Derek estava em pé ao celular com Natasha. É claro que ela descobriria que viria, e obviamente ficou brava.

Isso é injusto!

— Não se irrite com isso, ele está incomunicável no momento, depois da cirurgia foi levado ao quarto, mas não tive permissão de vê-lo. – explicou. — Não sei quando acordará...

— Senhor Lynch? – um dos médicos surgiu na sala.

   Derek o encarou e ergueu o dedo indicador pedindo um momento.

— Eu ligo para você assim que ele acordar.

Acho melhor ligar mesmo.

     Ele deu aquele riso nasal, e balançou a cabeça. Se virou para o médico novamente.

— Alguma notícia ruim? – perguntou.

— Não, senhor, mas, surpreendente posso dizer. – acenou e estendeu o braço. — O paciente... Acordou, está fraco fisicamente, mas consciente, já sabe que está aqui.

   O médico o guiou pelo corredor, havia alguns enfermeiros e seguranças, nada fora do comum até aí. Assim que cruzou a porta, recebeu acenos. Encarou a cama, Caleb tinha acessos intravenosos no braço, uma máscara de oxigênio, ataduras enfaixando a cabeça e parte de olho direito, assim como no resto do corpo.

G.U.Y. - A Lei do SilêncioWhere stories live. Discover now