Capítulo 8 - Divina Comédia

18 3 5
                                    

"O homem deve, sempre que puder, cerrar os lábios antes de dizer uma verdade que tenha traços de mentira; porque ele se expõe à vergonha sem ser culpado."
A Divina Comédia, Dante Alighieri


••♦••

— E é só isso por hoje, voltem aos seus afazeres.

 Ryan dispensou seus policiais, murmuravam uns com os outros sobre a loucura que estava o mundo e todas essas mortes. O capitão arrumava os papeis quando notou seu detetive encostado ao fundo, usando os óculos escuros, parecia encará-lo.

— Já dispensei todo mundo, Nero. – silêncio. — Nero Barns!

— Hm? Oi? – ergueu a cabeça, olhando aos redores com a voz embargada de sono.

— Estava dormindo em pé?

— Eu? Não. – segurou o bocejo e se ajeitou. — Não pareço bem acordado pro senhor?

— Sério, Nero?

 Nero retirou os óculos escuros deixando-os de lado, passou a mão nos cabelos oleosos, e sua aparência estava mais precária do que deveria

Oops! Bu görüntü içerik kurallarımıza uymuyor. Yayımlamaya devam etmek için görüntüyü kaldırmayı ya da başka bir görüntü yüklemeyi deneyin.

 Nero retirou os óculos escuros deixando-os de lado, passou a mão nos cabelos oleosos, e sua aparência estava mais precária do que deveria.

— O que houve? Anda bebendo de novo?

— Um pouco de álcool não faz mal a ninguém. – zombou, colocou uma parte do cabelo atrás da orelha e o fitou. — Mas, meu caso é outro, insônia mesmo.

— Precisa descansar, está chegando cedo todos os dias e ficando até tarde.

— Alguém precisa trabalhar aqui. – cruzou os braços tentando manter-se acordado. — E não é como se eu quisesse ficar em casa, hoje...

— É, não é um dia fácil.

— Um aniversário deveria ser feliz, certo? – riu baixo. — Mas, não quando já se está morto.

— Nero, vá para casa, está acabado.

— Estou bem. – deu de ombros. — Agora, esse caso, na Grécia... – começou ele. — Lavínia Raptis, estranho, não?

— O que exatamente? – se aproximou e o empurrou para fora da sala.

  Nero cambaleou pegando os óculos e continuou a ser empurrado.

— Morta, assassinada, acusada de tráfico humano. – ergueu as sobrancelhas. — Soa familiar para o senhor?

— Não. – o cortou. — E já sei aonde quer chegar.

— Então, soou familiar. – provocou seguindo até o escritório. — E se eu te dissesse que descobri algo interessante.

— Nero, chega.

— Que envolve os Noyer?

  Ryan fechou a porta quase a batendo e lhe apontou o dedo indicador.

— Mandei ficar longe desse caso, está fechado, o pai sofrendo e a mídia já se acalmou.

— Ah, é mesmo? – ironizou ele, e cruzou os braços como uma criança faz para provocar. — Se eu te disser que a mídia é comprada e o pai dele também?

G.U.Y. - A Lei do SilêncioHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin