Prólogo

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 Olá, caiu aqui e é sua primeira vez lendo essa saga? Então aconselho que pare e procure "SOB AS LUZES DA CIDADE", esse é o primeiro livro.  A Lei do Silêncio, é a continuação e o término da saga, espero que possa aproveitá-la bem.

•••

— Eu sei, sei que sou a última pessoa que gostaria de receber uma ordem ou até mesmo conversar, mas acredite em mim... Não tenho ninguém para pedir isso.

Você nunca tem, não é?

— Por favor, não faça seus jogos agora, é sério.

Mas, eu estou falando sério. Melissa, por anos você nos tratou como inimigos e só estando no meio deles, percebeu que estava errada. Corre diretamente para mim, porque sabe o quão bom sou no meu trabalho, além disso...

 Houve uma pausa breve na conversa.

Sou o único que pode confiar, mesmo odiando.

— Caleb...

E sabe quem fez a mesma coisa, anos atrás? Isso mesmo, Mikhail. Nós não tínhamos por que confiar um no outro, nosso trabalho era lutar e morrer, mas, depois da traição... Em quem mais poderíamos confiar, além de nós mesmos?

— Entenda que a situação agora fica pior, essas cédulas, essas famílias estão procurando novos sucessores, mais pessoas para fortificar os Tronos e sua proteção. E eu... não posso interferir, eu não posso matá-los ou saber quem são, porque é assim que funciona.

Tiraram seu poder, querida? – o tom sempre provocativo.

— Não, mas eu descobri que meu poder não alcança os deles, e nunca alcançará, porque são mais que pessoas ricas. Famílias influentes, grandes em riqueza, influência e maldade, eles nos criaram, criaram vocês... Não cometerão o mesmo erro duas vezes.

E o que estão fazendo agora?

— Deixando que o submundo se perca, que o mundo entre em caos para que depois eles sejam os salvadores. Ou não, querem mais continuar no controle da desordem e eu vi coisas... Que sinceramente não queria.

O que você quer agora?

— Quero que os cace, quero os filhos, netos, pais e mães deles mortos para que não possam assumir esse poder. Desestruturá-los.

Sabe o quão cruel está soando, Melissa?

— Estou sendo exatamente o que eles são, se quero destruí-los, se nós queremos, alguém precisa fazer.

Mas, está me mandando fazer o trabalho sujo. Irônico, não?

— Caleb, por favor... O mundo está um caos, não somos os heróis, mas ainda vivemos aqui, se temos a oportunidade de fazer alguma coisa...

Corte o discurso, apenas me diga... O que tenho que fazer?

 Melissa pela primeira vez naquela conversa se calou, encarou o próprio reflexo no espelho, surpresa. Ajeitou-se na cama e respirou fundo.

— Não sei os nomes e nem sei como são, mas tenho os contatos, as influências que podem levar exatamente a esses herdeiros.

Algum deles será exceção?

— Avisarei. – afirmou ela. — Mas, no momento quero as informações que conseguir arrancar deles e depois mate-os.

Sabe que isso requer recursos, não?

— Não se preocupe, lhe darei o que for preciso.

Considere feito, madame.

 Melissa não teve tempo de responder a provocação, a ligação fora encerrada. Respirou fundo outra vez, abriu o celular descartável tirando o chip o quebrando logo em seguida. Ajeitou os cabelos e a roupa saindo daquele quarto de hotel.

 Dinheiro sujo, tráfico humano, drogas, ordens de assassinato, encobertas de informações. Tudo isso é maior do que todos. O governo está envolvido, políticos, há pessoas demais nessa rede sombria e ninguém sabe, pelo menos não as pobres pessoas comuns. Elas apenas sofrem as consequências.

 Os Tronos fazem parte desse grande esquema, famílias influentes que mandam e desmandam a gerações. O dinheiro nunca é problema para eles, o que mais possuem são essas malditas notas em pilhas e pilhas. São assustadoramente ameaçadores com segredos alheios, informações que ninguém realmente sabe de onde conseguiram, mesmo assim, as possuem. São piores que os próprios Ceifeiros, na verdade, se analisar friamente.

 Ceifeiros também são peças nesse tabuleiro macabro. E assim que começaram a ter seu próprio poder e influências, quiseram os eliminar. Sempre incontáveis, os Tronos conseguiriam seus objetivos.

 Até o primeiro deles ser caçado até os confins do inferno onde o próprio Diabo o arrastou e crucificou. Ninguém nunca soube seu nome, nem seu rosto, muito menos quiseram reivindicar tal ato, sabiam que seriam mortos, mesmo assim, muitos temeram. Temeram a noite, até mesmo a própria sombra, pois sabiam que um mero deslize eles seriam os próximos. Mas os anos de silêncio, portas fechadas os deixou confortável, até cinco anos atrás onde o caos se espalhou pelo Canadá.

 Eles sabiam que o Algoz ainda estava vivo, mas não o viram chegar, a sombra dele ainda pairava sobre suas cabeças.

 Depois de todos esses anos, a verdade continua escondida, ninguém terá a audácia de dizer que está morto, pois, todos nós sabemos que não se mata a morte. Mas, não se pode negar, as coisas saíram do controle.

 E como continuar a destruí-los lentamente? Derek sempre teve a razão.

 É preciso se tornar um deles.

  Derrubar os pilares, as sete famílias mais ricas do mundo.

"— Notícias do mundo. Tragédia. Assassinato ou suicídio? Alastor Goffman um dos maiores magnatas há algumas semanas foi desmascarado por assédio e consumidor de conteúdos infantis, ligado a facções em vários países. Após a denúncia e diversas provas, a polícia internacional estava pronta para levá-lo em custódia quando encontraram ele e toda a família morta na mansão."

 Mas, alguém já tinha começado.

 "— Segundo as informações, Alastor atirou contra sua família e tirou a própria vida logo em seguida."

 Sem rastro, sem erros, um fantasma.

"— As autoridades encontraram mais documentos com mais nomes envolvido em esses escândalos ilícitos."

  A morte, foi silenciosa, mas, outra vez, deixava seu recado.

"— Nenhum nome foi divulgado, a polícia quer manter em sigilo, a opinião pública é que essas pessoas sejam expostas e presas o quanto antes, sem lhes dar chances de fugir."

 Ninguém escapará.

"— Os internautas nomearam essa investigação de: 'Queda do Olimpo'. Apesar de não existir nada relacionado a mitologia grega ou até mesmo -"

 A televisão foi desligada no meio da reportagem. O quarto ficou no completo escuro, era possível ouvir os ruídos da noite do lado de fora, logo os passos firmes no chão de madeira velha.

Em toda mitologia, há a morte e eu sou todas elas.

G.U.Y. - A Lei do SilêncioWhere stories live. Discover now