Capítulo 25 - Torre de Babel

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 Natasha saiu desnorteada, seguindo rapidamente em direção a saída, próximo a porta aonde deveria ir até o estacionamento, alguém a puxou com violência. Ela ergueu as sobrancelhas, mas não parecia assustada, encarou um dos homens de Trevor que apertou seu pescoço.

— Vadia! Eu sabia que não podia confiar em voc-

 Ele se engasgou, um braço forte passou em sua garganta a apertando, soltou a menina que apenas massageou a pele e observou.

— O que? Desculpe, não consigo ouvir, parece que tem algo na garganta.

  A vida se esvaia de seus olhos e ela sorriu de canto. O corpo foi jogando de canto.

— A senhorita está bem? – perguntou Ethan ajeitando o terno.

— Sim. – acenou. — Osíris.

 O ceifeiro surgiu logo em seguida.

— Mate mais homens de Trevor, e os deixe como aviso. – ajeitou o vestido e deu as costas acenando para Ethan. — Mostre o Algoz está indo atrás do que é dele. Me leve para o hotel, Ethan.

— Posso usar o detetive? – a viu acenar com a mão em desleixo. — Será uma noite divertida.

  Eles entraram no carro e o caminho foi silencioso, porque Natasha tinha vozes gritando em sua mente, a memória fresca de minutos atrás. A voz dele ainda ecoava, o toque principalmente, a pele ardia, formigava por conta de seus dedos.

  A primeira coisa que fez foi seguir para o chuveiro, deixou que Ethan averiguasse o quarto a procura de câmeras ou escutas. E ela levou algum tempo de baixo da água, era assustador pensar que matar alguém é muito mais fácil que fingir e transar com outra. O corpo dela se recusava.

  Ao entrar no quarto Ethan já havia saído, o que indicava que o lugar estava seguro. Suspirou pesado assim que aproximou do criado-mudo vendo aqueles preservativos. Apertou as pálpebras e no mesmo instante seu celular tocou.

— Caleb.

Ethan me contou, alguém mais te viu?

— Não. – sentou-se no colchão. — Foi um deslize meu, não fazia parte do plano.

Claro que foi, diria que foi até um erro.

— Eu sei. – concordou respirando fundo. — Mas, eu...

Não importa mais, se concentre. – disse ele a interrompendo. — Use a seu favor, Trevor vai protegê-lo, precisa trazê-lo pra você.

— Tenho que esperar ou ficará obvio. – se levantou analisando o quarto. — Me ligue quando eles chegarem à casa segura.

  Mesmo depois de tantas mortes, aumentar a segurança não foi suficiente. Então, enfim, um dos Tronos chamou seu melhor assassino. Trevor Wise. Só que Natasha tinha a convicção que Derek era melhor, ele sempre será o melhor.

 Estava sentada encarando a grande janela, as luzes da cidade deixando a noite mais bonita, mas, tudo o que ela tentava fazer era não descer a própria mão para dentro da calcinha. Seu corpo ainda sentia a essência de Derek, era assustador e excitante, tudo formigava, queimava. Fechou as próprias pernas se controlando, deitou escondendo o rosto no travesseiro.

Desgraçado. – resmungou de modo abafado. — Eu te odeio, Derek... Maldito.

  Não sabe como conseguia se segurar tanto sendo que aquelas imagens passavam como um filme na memória. Ela o queria de novo, a noite inteira se pudesse, mas o orgulho e a raiva também a impediam. Se esforçou ao máximo até mesmo adormeceu, mas nem mesmo em seus sonhos Derek a deixou. Foi tão vívido, a voz dele, as mãos segurando com firmeza seus quadris enquanto a penetrava com intensidade.

  Natasha despertou desnorteada, o corpo ainda tinha arrepios, ouviu o barulho vindo do banheiro e Trevor aparecer logo em seguida. Ela lançou o olhar para o relógio, eram quase três da manhã.

— Chegou tarde. – disse ela tentando se recuperar. — Vai sair de novo?

— Talvez, aconteceram alguns imprevistos. – ele suspirou cansado, encarando o celular que tocava pela quarta vez. — Carl. Eu disse que alucinaria, largue a porra dessa cocaína e vai se tratar.

  O viu revirar os olhos, realmente irritado. Ela dormiu pelo menos duas horas, Caleb deve ter ligado, mas como estava desconcentrada não pode ouvir, nem mesmo agora, ela ainda tinha o corpo fervendo, até suava um pouco.

— Tá, beba mais, só que larga essas drogas ou terá uma overdose.

 Desligou jogando o celular na cama, lançou o olhar brevemente para a menina que respirava um pouco ofegante. Caminhou pelo quarto atrás de roupas limpas, até o momento esqueceu que estava apenas com uma boxer.

— Teve um pesadelo? – perguntou parando no armário. — Estava bem agitada dormindo.

— Eu lidaria melhor com um pesadelo. – se virou vendo-a se abanar com a própria camisa.

— Ah, é? Então que tipo de sonho foi?

 Ela sibilou palavras, mas o celular dele tocou novamente interrompendo. Natasha pegou o aparelho lendo o nome de Carl Relsing, aquele filho da puta estava sendo mais do que inconveniente. Precisava fazer alguma coisa, então se aproximou, ajoelhando na cama e estendeu o celular para Trevor.

— De novo? – reclamou ele ao atender.

Você tinha razão... Eu o vejo agora... nos cantos, na escuridão. – riu daquela maneira estranha, obviamente por conta das drogas.

 Trevor respirou fundo para responder, sentiu a mão livre ser segurada e se virou com certa rapidez ao sentir o tecido úmido tocar os dedos.

O Algoz vem caçar todos nós! AHAHA O Diabo está batendo na porta. – repetiu Carl alucinado.

  Natasha o puxou, deixou que a tocasse, não evitou o gemido baixo próximo ao rosto dele.

Foi um sonho intensamente úmido. – sussurrou.

A morte, Trevor, a morte está vindo, eu posso ouvir seus passos, a sensação tenebrosa.

  As vozes se mesclavam para Trevor, e para ser sincero, os arfares baixos de Natasha estavam mais convidativos do que os resmungos de um drogado. Moveu os dedos lentamente para dentro dela e sorriu ao sentir o beijo em seu pescoço.

Mas, eu consigo tudo o que quero, nós conseguimos, ninguém vai tirar nosso poder.

 Trevor fez um sinal breve com a cabeça, fazendo-a se deitar e não demorou muito para voltar a penetrá-la com os dedos, mas dessa vez com mais intensidade.

— Aah, me dê mais. – ela moveu os quadris de proposito. — Eu quero a sua boca aqui, Trevor.

Somos os donos do mundo, e nem mesmo o Diabo vai nos tirar daqui.

— Então, vá alucinar no topo do seu mundo, Carl.

  Foi a última coisa que ele disse após desligar o celular e jogá-lo mais longe. Puxou-a pelo quadril, tirou o tecido da calcinha de seu caminho e passou a língua com tanta vontade que sentiu o corpo dela estremecer. A chupava com tanta volúpia, o quadril ainda se movia, os gemidos foram mais altos, sentiu os cabelos serem puxados. Lhe lançou o olhar, e a visão era maravilhosa, a expressão de puro prazer, como não se controlava, enfim a tinha para si.

  Ah, tolo Trevor. Não importa o quão incrível ele seja como assassino, perto daquela garota, ele não passava de uma marionete, sua obsessão o deixou cego. Se soubesse que na verdade, dentro da mente dela, quem estava entre suas pernas era Derek Lynch.

 E podia sentir mais do que sua boca, mas os longos fios entre os dedos, a barba roçando na pele. Às vezes, Natasha gostava de dizer que ser insana tem suas vantagens. 

  Tempos de desespero pedem medidas drásticas.

  E eles sabiam bem se adaptar em momentos como aqueles. Pouco a pouco, a torre cai aos poucos, as pessoas vão se separando, não compreendendo uns a outras até enfim, tudo desmoronar.

 Os Tronos encontrarão seu pior pesadelo, e o ganancioso Carl Relsing é o próximo.

G.U.Y. - A Lei do SilêncioWhere stories live. Discover now