Capítulo 9 - O Artista

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"Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatrada. É por causa dessas coisas que vem a ira de Deus sobre os que vivem na desobediência." Colossenses, 3:5-6.

 A música estava absurdamente altana mansão naquela tarde de domingo, mas não parecia ter uma comemoração. Pelo contrário, o som mais parecia abafar a discussão familiar que acontecia calorosamente na sala de estar.

— Como vocês podem ser tão descuidados? COMO ISSO ACONTECEU?! – gritou Alastor apontando para os filhos.

— Nós vamos resolver isso pai! – disse o mais novo, Jeffrey.

— Nós sempre damos um jeito, velho! Se acalme, podemos fechar a boca de muita gente. — acrescentou Logan.

— Quanto mais o tempo passa, mais eu acredito que vocês são dois IMBECIS! – continuou a gritar. — Uma acusação dessa proporção NUNCA será esquecida, ainda mais com fotos! SEUS IDIOTAS!

— Pai, por favor, vamos pensar em um jei-

— CALE A BOCA! – apontou-lhe o dedo indicador. — A culpa é toda sua Jeff, e seu maldito fogo no cu!

— Se-senhores, por favor. – a governanta tremia ao recolher seus copos de whiskey. — É melhor se acalmarem, mesmo o som alto não é o suficiente.

 Alastor encarou a mulher, furioso, e por pouco não a agrediu.

— Não me importo com os anos que trabalha para mim, Silvia. Abra sua maldita boca e eu a jogarei aos cães!

 Ela se calou de imediato, abaixou a cabeça e saiu com a bandeja em mãos, buscaria mais bebida aos chefes.

"Primeiramente espero que entendam. Este homem é um profissional, e com certeza um Ceifeiro, pois seus rastros são quase imperceptíveis."

 Silvia voltou para a cozinha onde os outros empregados mantinham a cabeça baixa, igualmente nervosos. Ela limpou as mãos no avental.

— Vou até a adega buscar mais bebida. – anunciou e saiu pela porta dos fundos.

 Silvia caminhava a passos rápidos, nem chegou a admirar o céu azul e como as flores estavam bonitas como de costume. Aproximou-se da porta de madeira, abriu com a chave velha e acendeu as luzes, encarando a escadaria. Respirou fundo e desceu os degraus, assim que chegou ao centro, parou, as lágrimas escorreram pela face.

"Entretanto, a maneira o qual consegue se aproximar dos alvos, é o que chama a atenção."

 — Repensou em minha proposta, senhora? – a voz abafada e com sotaque diferente soou na escuridão da adega.

 Ela procurou mais não encontrou ninguém, mas acenou veemente, aos prantos.

— Por Deus, nos salve! – soluçou. — Ele matará todos nós se isso for a público e-

 Ouviu batidas leves em um dos barris de vinho e se virou. Apenas a silhueta era vista, não havia rosto, provavelmente usava uma máscara.

Dê a bebida a todos aqueles que você sabe que se voltarão contra os empregados. Após isso, leve seus companheiros embora.

— Mas...

Eu cuidarei do resto.

"Ele encontra não apenas a fraqueza dos seus alvos, mas daqueles que estão ao seu redor. Brechas, medos, questiona sua lealdade. Para assim, voltarem-se contra seus chefes. Pois, eles sabem de muito, e não sobreviverão se forem pegos."

 O ar frio da madrugada atingia a mansão, a música alta continuava, tanto que a polícia foi acionada. E assim que entraram na mansão tiveram a cena brutal e assustadora no grande jardim de trás, na varanda de veraneio.

G.U.Y. - A Lei do SilêncioWhere stories live. Discover now