Capítulo 24 - Entre o Céu e o Inferno

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Olá, todos bem? Espero que sim. Passando pra avisar que esse capítulo terá palavras de baixo calão, cenas gráficas de sexo (nem tão gráficas talvez, vai depender de você). 
Obrigada sempre pelo carinho e paciência.

•••

   A noite parecia mais longa que o normal, talvez fosse a bebida, o álcool faz as pessoas perderem a noção do tempo e de si mesmas. O ambiente havia mudado a muito tempo, e não era culpa daqueles convidados medíocres, mas a sensação era da própria morte. A espreita.

  Natasha estava parada ao lado de Trevor, ela tinha uma taça na mão, não havia nada além de água, ouvia a conversa desinteressante daquele homem a frente, cujo destino já estava traçado. Tão cheio de si, as palavras de ganância, o olhar vigarista.

   Carl Relsing exalava superioridade, repleto de vitalidade. Mal sabia ele que o relógio de sua vida corria rápido como uma areia na ampulheta.

— O céu não é o limite. – disse Carl rindo rouco.

— É seu lema. – desdenhou Trevor que bebeu o vinho, não aguentaria mais aquele homem sóbrio.

"Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre..." – a voz da garota chamou atenção. — "Cujo cume chegue até o céu, e façamo-nos um nome; para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra."

     Trevor a fitou com um sorriso de canto.

— Não teme que seu "império" senhor Relsing, acabe como a Torre de Babel? Desmoronando em diversas línguas pelo poder de Deus?

  Ele riu e acenou.

— As pessoas acham que isso é ruim, a ideia de Babel. – gesticulou. — Mesmo que a torre tenha sido abandonada, nós ainda lembramos seu nome. E será assim que meu negócio será lembrado.

    Abriu os braços quase derrubando o líquido do copo.

— Relsing é um nome espalhado pelo globo, assim como as pessoas que Deus quis espalhar as línguas. – sorriu. — Dividir, para conquistar.

— É um pensamento... Intrigante. – concluiu ela.

— Deus está ocupado demais para se importar comigo. – comentou ele. — Ninguém pode me tocar.

  Natasha sorriu e concordou com um aceno. Seus olhos procuraram naquele salão com a iluminação baixa, um homem, e parece que é mais fácil agora do que antes. Derek estava um pouco mais distante, as mãos dentro do bolso da calça, e como um imã, ele lançou o olhar de canto em sua direção.

  Não será Deus que o castigará, mas seu filho rebelde. O Diabo.

   Natasha pela primeira vez naquela noite segurou a mão de Trevor, mas o que chamou atenção dele foi ela ter levado até a parte desnuda das costas. A troca de olhares foi breve.

Seria incrível, mas não posso deixá-lo. – sussurrou Trevor em seu ouvido.

Eu não vou esperar você a noite inteira naquele hotel. – beijou seu rosto. 

   Natasha se afastou.

— Bem, sinto muito não poder ficar, mas sinceramente estou cansada, tivemos alguns imprevistos hoje. – suspirou pesado, mas sorriu. — Isso custou minha energia, boa noite e boa festa para você.

— Eu posso acompanhá-la até o motorista. – Trevor disse.

— Não se preocupe, tenho certeza de que o senhor Relsing quer sua companhia, meu amor.

G.U.Y. - A Lei do SilêncioWhere stories live. Discover now