Dois adolescentes problemáticos.
Dois adolescentes tóxicos, cegos pelo orgulho. Uma mistura perigosa de fogo e petróleo que a qualquer momento poderia entrar em combustão, mas acima de tudo, duas almas quebradas que podem escolher entre unir uma a o...
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— Certeza que você quer fazer isso? — Sebastian me pergunta pela quarta vez — Você ainda tem tempo de desistir.
— Você está falando como se eu estivesse indo acabar com a minha vida — digo irritada.
— É como se fosse! Você ao menos tem ideia do que vai fazer depois disso?
— Não — respondo sincera.
— Então porque você quer fazer isso?
— Eu não sei, tá legal? Eu só preciso de fazer isso! E nem você vai me impedir — afirmo.
— Sua mãe sabe disso?
Minha mãe não sabe nem quantos anos eu tenho agora eu nem sequer sei se ela está — penso com ironia.
— Ela não precisa saber — digo encerrando a conversa.
Minutos depois volto a ter com Sebastian, depois de tê-lo feito. Já não tinha mais volta e eu estava feliz com isso.
— Você desistiu? — ele pergunta e eu nego com a cabeça.
— Faculdade trancada — falo.
— E então?
— E então o que?
— E agora?
— Agora eu vou pra casa, se é que tenho uma, e você vai voltar para suas aulas e não vai se preocupar comigo — digo por fim e puxo sua cabeça até minha altura só para bagunçar seus cabelos.
— A gente se vê — digo me afastando dele.
Por mais idiota e inconsequente que seja eu estou me sentindo livre agora. Eu sei que não foi sensato trancar a faculdade mas eu precisava de o fazer. Eu retorno ano que vem e o que eu vou fazer durante esse tempo eu não faço a menor ideia. Mas de princípio quero investir nos meus quadros.
Para o meu azar, de longe pude ver Elijah e seus amigos conversando no estacionamento. Ele estava um pouco afastado deles e estava olhando para baixo por isso não pude ver o rosto dele mas não tive tempo para me sentir aliviada porque no mesmo instante ele levantou a cabeça e olhou em minha direção. Não me deixei afetar e desviei o olhar saindo o mais rápido que pude dali.
Minha respiração só voltou ao normal quando eu estava na estrada. Bem longe da faculdade ou da república ou da casa onde ele mora ou morava. Não sei bem se ele continua morando lá porque ele saiu da república por minha causa.
Rapidamente espanto qualquer pensamento que tenha a ver com ele e foco apenas na estrada. Não levo muito tempo para chegar á casa, quando vi já estava estacionando o carro na garagem. Quem diria que eu voltaria a morar nessa casa, que voltaria a usar o dinheiro de Marcela. Dinheiro que eu jurei para mim mesma que não usaria mais.
