Capítulo 51

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— Nunca mais me chame desse jeito — digo

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— Nunca mais me chame desse jeito — digo. Só tem uma pessoa que me chama daquele jeito e lembrar daquele homem é a última coisa que eu quero.

— Filha…

— Eu quero ficar sozinha.

— Filha…

— Eu preciso de ficar sozinha! — a encaro e ela parece entender que eu estava falando sério. 

— Acho que vai precisar disso — tira meu celular da sua bolsa e me entrega, recebo e não digo mais nada, finalmente ela sai.

A dor está me corroendo e não era uma dor física, ela estava me moendo por dentro e não ter alguém que realmente se importa ao meu lado torna a dor menos suportável. Perceber isso dói, eu não tenho ninguém, minha mãe sabe de tudo que meu padrasto fazia comigo e não se importa, meu “namorado” nem se quer notou que eu não estou em casa, não notou que meus enjoos não pararam, ele não se importa.

Nunca poderei ser mãe. No fundo eu queria ter um filho para poder provar a mim mesma que eu era diferente da Marcela, que eu nunca trataria uma criança do jeito que ela me tratava. 

Após algum tempo, a doutora entra no quarto com a bendita comida.

— Pode devolver essa comida onde você pegou — não quis soar  indelicada mas no estado emocional em que me encontro eu jamais conseguiria me forçar a comer.

— Você precisa comer…

— Eu sei, eu sei. Eu só preciso de mais um tempo sozinha, por favor.

— Tudo bem. Você não precisa de nada?

— Só de ficar sozinha.

Ouço a porta ser fechada e suspiro de alívio por novamente me encontrar sozinha. Silêncio era algo confortante mas por algum motivo dessa vez me incomoda, por algum motivo eu queria que alguém estivesse aqui comigo. Mas esse alguém não era Marcela.

Pego no meu celular e procuro nas notificações alguma coisa, alguma mensagem, alguma ligação e como sempre não encontrei nada, não sei porquê insisto nisso porque no fundo eu já sabia que não teria nada. Ele deve estar com os amigos dele, sem sequer lembrar da minha existência.

Eu não queria fazer isso, mas estou me sentindo sozinha demais e a única pessoa que pode me ajudar é ele, então disco o número dele:

“Olha quem lembrou que tem um melhor amigo.”

“Sebastian, eu não queria envolver você nos meus problemas, sei que sempre te procuro para pedir ajuda… ”

“Você está chorando? Mas que pergunta idiota, é claro que você está chorando. Não me diga que foi o babaca do seu namorado que fez você chorar.”

“Não, não foi ele.” 

“Então quem foi? Onde você está?” 

“Vou te contar tudo quando estiver aqui…”

Mais Feliz Do Que Nunca!Where stories live. Discover now