Dois adolescentes problemáticos.
Dois adolescentes tóxicos, cegos pelo orgulho. Uma mistura perigosa de fogo e petróleo que a qualquer momento poderia entrar em combustão, mas acima de tudo, duas almas quebradas que podem escolher entre unir uma a o...
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Um..dois… três…
Respira, inspira.
Um..dois…
Respira…
Foda-se, não consigo mais.
Me levanto e saio correndo da sala em uma velocidade absurda. Não tive tempo de ver se estavam olhando para mim, mas nem precisa olhar para saber que estavam. Também não é todo dia que no meio da aula alguém sai correndo feito uma maluca. Não sei em que momento cheguei no banheiro, quando vi já estava vomitando até minhas tripas na pia.
Me levanto e caminho até o espelho encarando minha face abatida. Minha pele está branca demais, meu rosto pálido. Fazem dias que eu tenho enjoos repentinos e eu achava que tinha haver com o fato de eu não comer direito mas estou começando a desconfiar de outra coisa.
Mas como? Minha menstruação desceu a pouco tempo e eu tomei a pílula… Não pode ser.
Saí do banheiro e encontro uma figura caminhando de um lado para o outro com uma expressão preocupada. Assim que me vê, vem até mim.
— Porque saiu daquele jeito? O que você tem?
— Não é nada demais — respondo sem muita vontade.
— Nada demais? Fazem dias que você vomita tudo que come como você diz que não é nada demais? — fala em tom de repreensão.
— Olha, eu também não sei o que está acontecendo, ok? E estou com medo, muito medo, Elijah — desabafo — Minha menstruação desceu mas.. mas.. — desabo no chão de joelhos tapando meu rosto com as mãos e sinto o toque dele.
— Ei.. não fica assim — seu tom calmo fez com que eu o encarasse.
— Você não tem medo?
— Olha, estou assustado pra caralho e não faço ideia do que fazer mas não vou deixar você sozinha nessa.
Sorri fraco e com a ajuda dele me levantei. Eu não sou frágil, nunca fui, limpo as lágrimas que deixei escapar e coloco uma expressão calma no rosto e caminho como se não estivesse acontecendo nada, caminhamos juntos até o carro dele e não demora muito para que o carro pare em frente a uma farmácia.
— Elijah..
— É melhor a gente ter certeza do que ficar na dúvida — me corta.
— É, você tem razão.
— Vamos? — aceno.
Descemos do carro e entramos na farmácia de mãos dadas, e apesar de aparentar não estar nervosa eu estava muito nervosa. Por pouco eu não largava a mão dele e saía correndo da farmácia. Compramos 5 testes diferentes, cinco não podem errar. Saímos de lá e durante o caminho para casa, eu tive a certeza que o universo me odeia pois foi uma viagem muito rápida, tão rápida que quando vi eu já estava entrando no banheiro com os testes.
