Dois adolescentes problemáticos.
Dois adolescentes tóxicos, cegos pelo orgulho. Uma mistura perigosa de fogo e petróleo que a qualquer momento poderia entrar em combustão, mas acima de tudo, duas almas quebradas que podem escolher entre unir uma a o...
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Brooklyn é uma empata foda do caralho, eu já tinha tudo planejado, as fantasias, a festa e o fato dela ter que dormir aqui, já tinha tudo pronto para quando o pessoal fosse embora mas aquela piralha tinha que estragar meus planos. Ela convidou Isabelle para dormir no quarto dela para se “conhecerem melhor” e eu sei que ela fez isso só para me provocar mesmo não tendo consciência dos meus planos.
Já passam das três da manhã e eu continuo acordado, deitado na cama com as mãos sobre a cabeça, encarando o teto. Estou assim há horas por causa da insónia, o que para mim é algo anormal pois não sofro de insónia mesmo tendo um sono leve. Frustrado, me levanto e caminho até a varanda do meu quarto.
Encaro meu telescópio e passo por ele e encaro o nada ,tenho um telescópio em cada casa dos meus pais parece algo de doidos mas eu não sou normal, hoje não é um bom dia para ver estrelas já que o céu está nublado. Penso em como seria se ela estivesse em vida, Stella, minha mãe biológica mas logo espanto esses pensamentos. Não gosto de lembrar da morte dela, me sinto culpado e no fundo eu sinto que eu fui culpado mesmo sabendo que eu era apenas uma criança.
O outro motivo para eu não gostar de pensar nela é minha outra mãe, a adotiva, que eu amo como se fosse minha mãe de sangue, confesso que no início não gostava muito dela e fazia de tudo para que meu pai não ficasse com ela mas com o tempo nos demos bem e hoje eu não a considero como uma madrasta e sim como mãe. Stella continuará viva em minhas memórias mas eu não posso me prender ao passado sendo que eu posso viver o presente. Ok.. isso foi muito careta.
Me levanto e decido ir até a piscina pois meus pensamentos estavam melancólicos demais para o meu gosto, estou parecendo o viado do Victor. Não demora muito para que eu esteja dentro da água gelada apenas de cueca boxer, nado até a borda da piscina e me encosto na mesma pensando em absolutamente nada de relevante, eu só queria dormir mas a merda do meu cérebro está me traindo hoje. Filho da puta!
— O que você está fazendo acordada a uma hora dessas? — pergunto ainda costas, quando ouço passos. Sabia que era ela, mesmo sem vê-la.
— Não é da sua conta — murmura.
— Quanto mau humor, deveria ser um pouco menos arrogante, namorada.
— E você deveria se meter menos na minha vida, namorado.
— Porque você está tão na defensiva? — a encaro curioso e vejo ela sentada em um lugar bem afastado da piscina.
— Porque está me fazendo tantas perguntas? Você está levando a sério demais esse negócio de namoro, lembre-se que é apenas um acordo, aposta ou seja lá o que você quiser chamar — ela fala abraçando o próprio corpo.
— Para mim não é apenas um acordo.
— Foda-se se é ou não para você. Para mim não importa o que você acha — diz e eu coloco a mão no peito fingindo estar ofendido.
