Dois adolescentes problemáticos.
Dois adolescentes tóxicos, cegos pelo orgulho. Uma mistura perigosa de fogo e petróleo que a qualquer momento poderia entrar em combustão, mas acima de tudo, duas almas quebradas que podem escolher entre unir uma a o...
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— Olha Elijah. Eu já vi sua cara por tempo demais hoje, está na hora de você ir embora — informo.
Paro de me mover quando minhas costas se batem na parede e ele aproveita a oportunidade para me alcançar.
— Está me mandando embora, senhorita Drummond? — pergunta e seu hálito quente bate em meu rosto.
— Exatamente, senhor Wright.
— E se eu disser que não quero ir?
— Você vai do mesmo jeito — o empurro parando do lado oposto de onde ele está — A porta está aí, pode ir.
Aponto para a porta.
— Eu não vou — diz se jogando no sofá e eu balanço a cabeça negando — Eu não vou embora até ter certeza que você não vai sair com aquele idiota que veio aqui — cruza os braços.
Então esse é o motivo por ele permanecer aqui.
O deixo sozinho na sala e caminho até o banheiro tomando um banho rápido, caminho até meu quarto e abro minhas malas procurando por algo para vestir, jogo a roupa na cama criando uma enorme bagunça e sorri ao achar um dos únicos vestidos que tenho, que quase não uso. Era um vestido tubinho preto, sem muitos detalhes, era simples.
Caminho até a porta me certificando de trancá-la antes de me vestir. Passo perfume e me sento em um banco de frente para o espelho. Pego um delineador e faço um delineado de gatinho, pego uma chapinha mesmo sabendo da minha quase nula experiência com ela, a última vez que eu usei foi há um ano atrás. Temerosa ligo a chapinha e pego uma quantidade pequena de cabelo passando a chapinha só para testar e sorri ao ver que deu certo. Repito o mesmo processo em todo cabelo e encaro o resultado.
— Isabelle, abre essa porta! — Elijah fala forçando a maçaneta.
O ignoro e dou a última olhada em meu visual. Até que não ficou mal, eu só não gosto muito de vestidos mas por hoje irei abrir uma exceção. Já que o que o incomoda tanto é que eu vá almoçar com meu vizinho, eu irei, não para provocá-lo mas sim para mostrar que ele não tem poder sobre mim.
Pego minhas botas de cano pretas as calçando. Encaro as horas e vejo que são 01:03 da tarde. Meu deus, quando passou tanto tempo? Eu ainda não comecei a arrumar minhas coisas e no meio da semana será impossível, meu foco será no estágio e na faculdade.
Pego meu celular e uma pequena bolsa colocando dinheiro lá. Não pretendo demorar no apartamento ao lado, eu preciso realmente comprar comida, ao menos assim, não vai ficar tão óbvio que eu não me importo com ela. Abro a porta e encontro Elijah encostado na parede.
— Porque você trancou a porta… Wow!
Ele me analisa, encarando desde meus pés até meus cabelos. Sua atitude me fez ficar desconfortável pois ele estava me encarando sem nenhum pudor, nem ao menos se deu o trabalho de disfarçar.
