Capítulo 48

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Que merda!

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Que merda!

Não sei porquê mas a brincadeira dela me deixou irritado. Muito irritado. 

Preciso de um cigarro, para acalmar os ânimos. Com uma mão seguro no volante e com a outra procuro nos meus bolsos, não achando nada. Procuro também no carro mas o carro não está muito diferente dos meus bolsos.

Cacete!

Mudo minha rota, e decido ir até a república. É o lugar mais perto onde eu posso achar meus cigarros, e aproveito para pensar um pouco. Apesar de ter a chance de eu me cruzar com o filho da puta do Alex, eu estou me fodendo pra isso, faz tempo que eu nem se quer olho para a cara dele mas se tiver que olhar hoje. Foda-se.

Paro o carro de qualquer jeito na república e estranho o fato de ver muitos carros do lado de fora. Quarta-feira de tarde e eles estão dando uma social. Típico. Definitivamente esse não é o lugar onde terei paz.

Puxo o capuz do meu moleton e subo as escadas. Com as minhas chaves, abri a porta e entrei vendo o lugar cheio de adolescentes. Não pude crer quando vi um casal quase transando no sofá da minha mãe. No maldito sofá da minha mãe! Se fosse em outro momento eu pararia essa palhaçada, mas nesse momento eu só quero um cigarro.

Passo pelas pessoas e quando chego no meu quarto encontro um casal transando na minha cama. Os dois ao me ver, tapam-se numa tentativa de esconder sua nudez. A garota não me parece estranha de primeira mas eu não estava a fim de olhar nenhum corpo nu então virei as costas.

— Vistam-se e saiam do meu quarto — falo em um tom sério — Espero que não esteja com cheiro de porra porque do contrário vocês vão limpar essa merda — aviso.

— Além de chato virou mandão, Elijah? — ouço uma voz masculina falando com deboche.

— Só podia ser — resmungo ainda de costas.

— Deixa ele, amor. Desde que se envolveu com aquela magrela gótica virou esse frouxo — agora é uma voz feminina conhecida. E é a voz de Marjorie.

Ignoro sua provocação e permaneço de costas. Aguardando que o casal se vista. Alex e Marjorie juntos, uma piada. 

— Vazem — me viro depois de vários minutos em silêncio.

Os dois saem me encarando com deboche. Sem humor algum, fecho a porta do quarto e pego em meus cigarros dentro do guarda-roupa, pego um isqueiro e acendo o cigarro. O coloco entre os lábios e caminho até a janela a deixando aberta para que a fumaça saísse por ali.

Ouço a porta sendo aberta e não me dou ao trabalho de me virar para saber quem é. A pessoa se aproxima de mim com passos lentos e firmes. Não demora muito para que fique ao meu lado e me estenda um copo de bebida. Encaro o copo e depois Alex com uma sobrancelha erguida.

— Pega — ele oferece e eu ri com sarcasmo.

— Você acha que eu sou um idiota? Porque eu beberia algo que você me ofereceu? 

— Nós somos amigos.

— Olha, eu não estou a fim de socar sua cara então é melhor você sumir daqui — falo voltando a encarar a janela.

— Elijah, nós fomos amigos por anos você vai mesmo acabar com nossa amizade por causa de uma garota?

— É. 

— Cara, eu estou arrependido. De verdade, desculpa aí — insiste me oferecendo novamente o copo.

— Se eu aceitar você para de encher meu saco?  — ele acena e eu pego o copo fingindo beber.

Sorri forçado para ele, e o puxo para fora do meu quarto. Encaro o freezer e abro pegando uma bebida, eu já estou aqui. Não fará mal beber e dessa vez é sério, é a última vez que bebo. 

Abri a garrafa de cerveja pegando mais duas, e me dirigi para o lado de fora da casa, onde estava menos barulhento. Alex estava atrás de mim e assim que chegamos na varanda ofereci uma garrafa a ele.

— Aos velhos tempos — estende sua garrafa.

Aceno ingerindo a minha bebida,  fazendo uma careta ao sentir o álcool descer em minha garganta. Animado bebi mais e mais. 

 Horas depois

— Toma — Alex me entrega mais uma garrafa.

— N-não, não. Eu tenho que ir — falo com a voz trôpega.

— Qual é, cara. Só mais uma — me entrega a garrafa de cerveja.

— Eu tenho que ir embora — me levanto com a bebida na mão. Desço as escadas quase tropeçando em meus próprios pés.

Estava quase escurecendo, eu não tinha noção de quanto tempo eu teria ficado a beber. Tateio meu bolso, tirando meu celular de lá:

“36 chamadas perdidas de Smurf”

Porra! Há quanto tempo eu estou aqui? Não tenho noção. Mas de uma coisa eu sei, eu estou muito bêbado. Mas foda-se, a errada da história é ela e não eu.

— Você vai voltar pra casa para ouvir a garota reclamando no seu ouvido? — Alex me pergunta atrás de mim.

— Você escolhe, ir pra casa e ouvir sermão de uma garota ou ir beber com seu amigo — fala.

Pondero por um instante e decidi não antecipar a briga que terá entre eu e Isabelle. Quando eu chegar á casa a primeira coisa que ela fará será me fazer cobranças por eu ter sumido, então...

— Entra aí — destravo meu carro entrando no mesmo.

— Esse é o meu amigo — dá duas batidas em meu ombro.

— Para onde a gente vai? 

— Social na Claire — fala e eu dou partida.

No meio da estrada, sinto vontade de falar com minha anã de jardim e retiro meu celular do bolso, com dificuldade. Assim que consigo, coloco seu número para chamar, deixando de prestar atenção na estrada. Coloco o celular entre meu ombro e minha orelha aguardando ela atender. Enquanto isso, pego uma cerveja na mão de Alex digerindo o conteúdo da garrafa.

“ Elijah, onde você está? Me desculpa, ok? Eu não quis brincar com você! ” — fala assim que atende.

“ Oi, linda! Você sabe onde eu estou? ” — pergunto com humor. “ Estou na estrada, indo pra uma festinha.” 

“ Você bebeu? Elijah, volta pra casa.”

“ Não, não, não ” — digo. “ Eu vou me divertir, gatinha ” — volto a beber minha cerveja.

Me dispisto e quase bati em um semáforo mas consigui desviar à tempo. 

“ Você está bebendo no carro? Elijah pára esse carro! ”

“ Não. Eu não vou, vou beber com meu amigo. Mas não fique preocupada, não vou ficar com outra garota.”

“ Elijah..” 

“ Shhhh.. não me interrompe. Sabe porquê eu não vou ficar com outra? Porque eu sou apaixonado por você minha anã de jardim! ” 

 Finalizo a chamada e jogo meu celular no banco de trás.

Revisado.

Mais Feliz Do Que Nunca!Where stories live. Discover now