Capítulo 5

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Resmungo ouvindo um barulho irritante soar e me remexo na cama, se passam vários minutos e o som não para

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Resmungo ouvindo um barulho irritante soar e me remexo na cama, se passam vários minutos e o som não para. Bufo e coloco o travesseiro por cima da minha cabeça resmungando coisas desconexas mas mesmo assim o som continua.

— Mas que merda! — abro os olhos irritada.

Me levanto da cama e sigo o som, tomo um susto quando vejo as horas. Puta que pariu! eu vou chegar atrasada, são sete e meia da manhã e é justo nessa hora que eu deveria em uma sala ouvindo algum professor tagarelar.

Que ótimo Isabelle, agora você vai chegar atrasada e vai atrair atenção de um monte de adolescentes. Parabéns!

Olho para a cama da minha adorada colega de quarto e vejo que se encontra bem arrumada, ela já deve ter ido e eu agradeço por isso, não aguentava mais ouvir aquela garota tagarelar. Só estou no mesmo dormitório que ela há uma noite mas já a odeio.

Sem pressa alguma, pego uma toalha, escova de dentes e pasta de dentes caminhando em direção ao banheiro que fica no andar de baixo. Dou graças quando não encontro ninguém no mesmo, já era previsível já que eu devo ser a única alma que ainda permanece no campus.

O banheiro tem várias divisões, acho que umas vinte, para que não aja disputa entre as estudantes. Preguiçosa forço meu corpo a caminhar até a pia e tomo um susto quando vejo um bicho estranho no espelho.

Ah, sou eu.

Dou de ombros, infelizmente não acordo linda como atrizes de novelas. Eu acordo com o cabelo bagunçado, rosto amarrado, olheiras horríveis e para completar, mau humor, muito mau humor.

Lavo os dentes e em seguida lavo meu rosto para tentar amenizar a situação do mesmo. Em seguida, entro em uma das cabines pendurando minha toalha na porta e tomo um banho rápido, após terminar meu banho tateio a porta procurando pela minha toalha mas não a acho. Mas que merda!

Limpo meus olhos com a mão, ou pelo menos tento e encaro a porta vazia. Eu tinho certeza que eu deixei a toalha aqui.

Abro a porta deixando uma pequena fresta e retiro minha cabeça para ver se ela não caiu do lado de fora mas nada.

— Procurando por isso? — outro susto. 

Segurando bem a porta da cabine procuro pelo dono da voz e meu sangue ferve quando vejo o garoto que esbarrou na minha mala ontem com minha toalha na mão, balançando ela com um sorriso presunçoso.

— Me devolve, seu idiota! — brando irritada.

Ele gesticula com a mão negando.

— Não, não, não. Pede com mais educação, gata — ele diz me deixando ainda mais irritada.

— Me devolve a merda da minha toalha, seu imbecil! — rosno.

— Vem pegar.

— Qual é seu problema, garoto? Me devolve a merda da toalha agora! E além do mais não é proibida sua entrada aqui? Imagina se eu gritasse sem querer e aparecesse alguém aqui? — pergunto — O que eles achariam se encontrassem uma garota pelada, gritando enquanto você está segurando a toalha dela? tenho a certeza que isso não iria terminar bem para o seu lado — chantagio.

— Você acha mesmo que pode me assustar, garota? — pergunta debochado — Mas, eu já te dei a lição que você merecia. Até mais.

Ele sai do banheiro e eu grito por minha toalha mas ele ignora. O que eu faço agora? Encaro o chão do banheiro e graças a Deus ele não pegou minhas roupas. Nua, saio correndo e pego as roupas voltando, em tempo recorde, a me trancar em uma das cabines do banheiro.

Assim que me encontro vestida saio do banheiro e pego minha escova que havia largado na pia. Aquele garoto me paga, estou com tanto ódio dele que para segurança dele, é melhor que não cruze meu caminho nunca mais.

Subo para o dormitório e me visto rapidamente, tenho que passar em uma cafeteria aqui perto antes de ir para a faculdade, preciso de cafeína antes da grande dosagem de estresse que terei hoje. Não estou a fim de ir ao refeitório.

Pego alguns livros os colocando na minha mochila e as chaves do dormitório. Caminho descontraidamente até a cafeteria, como já havia dito antes, ela não fica longe do campus a vi ontem quando quando estava a caminho daqui.

Chego no local e empurro a porta de vidro fazendo um barulho irritante soar e caminho até a bancada. Peço um café e alguns doces para consumir aqui e como tudo na maior calmaria, quem vê não imagina que estou atrasada.

Nesse momento me encontro de frente para meu inferno. Aperto firme minha mochila e encaro o local sem sequer um adolescente perambulando, eu sou a única alma do lado de fora. O lugar é enorme, confesso que me perdi, uma das funcionárias do lugar me ajudaram a achar a sala.

Com passos firmes caminho até dentro do local, abro lentamente a porta em uma tentativa inútil de não chamar atenção, mal coloco os pés para dentro da sala vários olhares são direcionados a mim. 

Caminho o mais rápido que posso até um acento no fundo e me sento. Fazendo que toda atenção se desvie de mim para a mulher em frente a turma. A encaro fingindo prestar atenção no que ela diz mas meu pensamento está longe.

Tudo estava "tranquilo" até que a porta é aberta e uma figura masculina entra na sala arrancando vários suspiros. Ele se vira para a classe e consigo ver seu rosto, é o idiota de mais cedo. Bufo irritada.

Ótimo, ele cursa a mesma coisa que eu. Melhor impossível.

— Elijah, minha aula não é momento para suas exibições.

— Foi mal srta.Davis. Não tenho culpa de ser tão lindo — ele fala atraindo risadas e eu bufo mais uma vez.

— Se não quiser participar, tudo bem. Mas não interrompa minha aula — a mulher fala irritada.

— Já que você insiste. Eu vou embora, mas depois não diga que eu não participo das suas aulas.

Ele se vira para ir embora mas depois olha para a sala novamente, ele passeia seu olhar por cada pessoa presente até que seu olhar cai em mim. O encaro de volta na força do ódio, tenho certeza que meus olhos estão transbordando meu ódio por ele. Ah como eu odeio esse garoto, mesmo que eu tenha o conhecido ontem, eu o odeio.

— Mas pensando bem, eu irei ficar — ele diz caminhando em minha direção.

O fuzilo para que ele veja que não o quero aqui mas ele sorri e se senta ao meu lado. Que ódio! Nada é tão mau que não pode piorar. Sempre pode.

— E aí, gata. 

Não respondo. Fico em silêncio ouvindo a mulher voltar a discursar sobre como nós temos o futuro em nossas mãos e outras coisas que não me interessei em ouvir, meu único desejo no momento era voltar para o dormitório e dormir.

Depois de várias horas agonizantes ouvindo palestras, discursos e afins as aulas chegam ao fim, graças aos céus porque eu estava quase arrancando meus próprios cabelos de tanta irritação. 

Me levanto feliz por finalmente poder ir embora e pego minha mochila  jogando meus livros dentro dela de forma desengonçada, sem me importar com a " falta de elegância " como diria Marcela.

— Isabelle? — ouço uma voz e me viro.

Vejo um Sebastian ofegante correr em minha direção.

— E aí? — comprimento.

Ele chega até mim e segura no meu ombro suspirando. Me surpreendo comigo mesma por não ter retirado seu braço, não gosto de contato, odeio, na verdade.

— Que surpresa encontrar você por aqui — ele diz e eu assinto.

— É, pelos vistos o universo insiste nos nossos encontros.

— Mas da última vez não terminou bem, topa jantar comigo? — ele diz.

— Bom é que eu tenho que…

— Sem essa, Isabelle. É só um jantar.

— Tudo bem, então.

Me dou por vencida.

Revisado (mas pode ainda conter erros).

Mais Feliz Do Que Nunca!Where stories live. Discover now