Dois adolescentes problemáticos.
Dois adolescentes tóxicos, cegos pelo orgulho. Uma mistura perigosa de fogo e petróleo que a qualquer momento poderia entrar em combustão, mas acima de tudo, duas almas quebradas que podem escolher entre unir uma a o...
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— O que você está fazendo aí? — ouço a voz de Elijah.
— Finalmente você decidiu acordar — falo com um sorriso fraco.
Eu nem ao menos preguei o olho depois dele ter chegado. Não consegui dormir, então apenas fiquei sentada o observando dormir.
— A quanto tempo você está aí?
— Muito tempo — dou de ombros.
— Você está fedendo a bebida. Vá tomar um banho.
— Você está parecendo meu pai, um saco! — resmunga e a simples menção do seu pai faz meu estômago embrulhar e revivi toda cena na minha mente.
— Elijah? — o chamo pensando no que dizer, pondero por um instante — Ah e você está com bafo — falo a primeira coisa que aparece na minha cabeça.
Ele rola os olhos e caminha em direção ao banheiro e durante o trajeto nota minha mala no chão e me encara com um “v” na testa, eu dou de ombros dizendo que o explicaria assim que ele saísse do banho. Me levanto pensando no que fazer e não sei em que momento mas quando vi estava no colo de Elijah e ele estava correndo comigo em direção ao banheiro, então eu percebi o que ele queria fazer.
— Elijah! Você vai molhar minha roupa seu idiota! — digo.
— Não faz isso! — peço e ele sorri presunçoso.
— Elijah.. pensa bem no que você vai fazer.. — não termino de falar pois sou colocada por de baixo do chuveiro ligado.
— Filho da mãe! — xingo e ele riu, me colocando no chão.
Ele entrelaça nossos dedos e se abaixa ficando na minha altura. O beijo ficando na ponta dos pés e minha mão livre fica a volta do seu pescoço. Por vezes, eu até esquecia da nossa enorme diferença de altura, mas eram em momentos como esse que eu me recordava que comparada a ele, eu sou uma anã.
— É melhor a gente pegar um banquinho para você! — ele fala quando paramos o beijo e eu o encaro de cenho franzido até que finalmente entendo.
— Você é um idiota — digo separando nossas mãos e saindo do banheiro.
— Você vai ficar puta comigo só por causa de uma brincadeira? — pergunta.
Na verdade, eu precisava de uma desculpa,por mais pequena que fosse para sair dali. Se continuasse do jeito que estava aquilo iria tomar um rumo que eu não gostaria que tomasse. Não respondo, apenas tiro minhas roupas molhadas e me cubro com uma toalha saindo do banheiro. Encaro minha mala e o closet dele que estava aberto, porque as camisetas dele me pareciam tão mais atraentes que minhas roupas? Pego uma camiseta preta com o desenho de uma caveira no meio e abro minha mala tirando calças jeans.
Limpo meu cabelo com a toalha, tirando o excesso de água e o resto vou deixar secar naturalmente. Nos pés, calço sandálias rasteiras e me encaro pelo espelho, meu rosto não estava no seu melhor estado. Eu aparentava cansaço e eu realmente estava cansada, de tudo, e agora eu teria que arrumar alguma coisa pra fazer, algum emprego e eu não sei como faria mas eu teria que fazer. Nem fodendo que eu volto a colocar os pés naquela empresa.
