Capítulo 18

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O capítulo pode conter gatilhos com relação a bulimia, é um trecho pequeno mas se fôr sensível a isso pule essa parte.

Me movo sem nenhuma animação, da cama até ao banheiro, eu não estava com vontade nem de sair da cama tanto que fiquei lá até às 2:56 da tarde, se eu saí para comer? A resposta é não

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Me movo sem nenhuma animação, da cama até ao banheiro, eu não estava com vontade nem de sair da cama tanto que fiquei lá até às 2:56 da tarde, se eu saí para comer? A resposta é não. Desço as escadas no automático, com expressões robóticas enquanto o resto dos estudantes se movem de um lado para o outro animados, era sábado, o que significava um dia sem aulas de apenas descontração e era o dia em que aproveitavam para fazer festas, sair do campus e beber até cair.

— Vê por onde anda — uma garota diz esbarrando em mim propositalmente e cochichando algo com outra garota fazendo as duas gargalhar e eu tenho a certeza que tinha algo haver com Elijah.

Ela escolheu um péssimo dia para me provocar, sem pensar nas consequências puxo seus cabelos a obrigando a me encarar.

— É melhor você não cruzar mais meu caminho. Se você me vir, suma, voe, dê a volta, faça a merda que você quiser mas não apareça na minha frente ou eu não respondo por mim — aviso e ela me olha assustada, a solto e volto caminhar até o banheiro mas dessa vez com várias pessoas olhando para mim e isso estava me deixando frustrada. Tudo que eu não queria era chamar atenção mas aquela garota realmente me provocou.

Tomo um banho bastante de demorado e saio do banheiro com o cabelo molhando, pingando água no chão e nesse momento percebo que foi uma péssima ideia ter molhado ele, mas era tarde demais para me arrepender. Volto para o quarto no automático e não estranho por ter encontrado vários adolescentes animados no corredor, era hoje a bendita festa de que eles tanto falaram durante a semana e eu estava contente porque não seria mais obrigada a ouvir em todo lugar onde vou que Elijah daria uma festa. Céus, só de ouvir o nome dele sinto vontade de arrancar meus próprios cabelos de tanto ódio.

E por mais incrível que pareça o filho da mãe teve a ousadia de me convidar mesmo depois de ter dito com todas as letras "Eu não sei como fui gostar de alguém como você" e é claro que eu mandei ele se foder, eu já odeio festas, quem dirá uma festa dele? Era só o que me faltava.

Procuro por uma roupa para vestir e uma foto cai no chão quando mexo no armário, pego a foto que estava virada e assim que a viro, o coração que eu não sabia que ainda existia ou era apenas uma pedra se apertou, era uma foto minha e de Kate, estávamos abraçadas e ela sorria enquanto eu provavelmente estava reclamando de alguma coisa já que eu estava de olhos revirados. Lanço um sorriso triste para a foto, era amanhã o dia mais triste da minha vida, o dia da morte dela.

Devolvo a foto no lugar onde sempre deixo e pego uma camiseta preta larga com a imagem de uma caveira no centro e uma calça cargo preta, me visto e decido sair para comer mesmo que meu corpo recuse qualquer contato com comida, eu precisava comer. O percurso até a lanchonete que ficava a poucos quilómetros do campus foi feito no automático, quando vejo, me encontro em frente ao balcão fazendo meu pedido.

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