Capítulo 26

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— Entra, filha — Marcela diz abrindo a porta do meu mais novo apartamento

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— Entra, filha — Marcela diz abrindo a porta do meu mais novo apartamento.

Pondero um pouco antes de entrar mas depois o faço, adentro e encaro o local que não é assim tão ruim. O apartamento é pequeno mas espaçoso e tem uma decoração simples e linda. A pequena sala de estar, a cozinha americana e um pouco a frente vejo duas portas que suponho ser a do banheiro e a do meu quarto. 
Caminho pelo apartamento passando a mão pela mobília.  

— Gostou? — Marcela pergunta sorrindo.

— É. Até que não é tão ruim.

Acredite, essa é a forma mais gentil que eu sei de dizer que gostei.

Caminho até uma das portas e abri confirmando que era realmente um quarto. Entro já pensando nas mudanças que terei que fazer para ficar do meu agrado. Essa situação de mudança já está se tornando repetitiva, terei que arrumar minhas seis malas novamente e só de pensar uma enorme preguiça toma conta de mim. Saí do quarto e volto para a sala encontrando Marcela me aguardando.

— Vamos? — pergunta e eu aceno.

Saímos do apartamento e paramos em frente ao elevador aguardando que ele chegue. Meu apartamento fica no quinto andar e graças a Deus tem um elevador que funciona devidamente porque seria o auge da desgraça ter que carregar minhas malas por cinco andares. 

O elevador finalmente chega e quando se abre nos deparamos com um garoto bêbado, em um estado deplorável, camisa amarrotada com uns rastros de bebida, cabelos bagunçados, rosto um pouco inchado e expressão abatida. O garoto mal se aguentava em pé, assim que soltou a parede metálica onde havia se segurado caiu. Eu apenas o encarava e Marcela tentava ajudar o garoto a se levantar.

— Você vai ficar aí parada? 

— E você queria que eu fizesse o quê? 

— Isabelle…

— Ok, ok. 

Me aproximo e ajudo ela a levantar o garoto que estava fedendo a vodka. 

— Onde você mora? — pergunto a ele.

— a-ali — ele aponta para o apartamento ao lado do meu. Ótimo, tenho um vizinho bêbado.

Coloco uma de suas mãos em meus ombros e começamos a caminhar até o apartamento. Ele tira as chaves do bolso com dificuldade e me entrega. Abri a porta do apartamento e empurro ficando surpresa com a organização do local. Para um apartamento onde mora um garoto que me parece alcoólatra isso está muito bem organizado. Sem latas de cerveja no chão, caixas de pizza, roupas entre outras coisas que eu esperava que tivesse.

Entramos no apartamento e deixamos o garoto no sofá. Me viro para ir embora mas paro quando vejo que Marcela não se move. A encaro e vejo que ela encara o garoto.

— Não brinca! Agora você vai querer ser babá desse garoto? — digo impaciente.

— Você não sente pena dele?

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