Dois adolescentes problemáticos.
Dois adolescentes tóxicos, cegos pelo orgulho. Uma mistura perigosa de fogo e petróleo que a qualquer momento poderia entrar em combustão, mas acima de tudo, duas almas quebradas que podem escolher entre unir uma a o...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
"Smuf, finalmente você me atendeu" – ouço a voz rouca de Elijah – "Você é muito linda, sabia?".
"Você bebeu?" – pergunto o óbvio.
"É claro que não! Eu não bebo".
"Tenho a certeza que você não me ligou para discutir sobre isso. Fala logo o que você quer"– digo.
"Eu quero muitas coisas. Merda!" – resmunga e eu ouço o som de uma buzina.
"Elijah, você está dirigindo bêbado?" – pergunto e por mais que eu não quisesse, estava preocupada com ele.
"Eu já falei que não estou… Cacete!"
"O que foi isso? O que aconteceu?" – pergunto preocupada mas o único som que eu ouvia era da minha respiração.
"Elijah? Me responde, seu idiota!"– caminho de um lado para o outro passando minha mão livre pelos cabelos.
"Elijah, se você não me responder agora eu…"
"Relaxa, Smurf. Não aconteceu nada" – finalmente me responde.
"Onde você está?"
"Não sei, mas o céu daqui está estrelado. Você não acha as estrelas lindas? Pena que diante de você elas sejam reduzidas a nada"
"Onde você está?" – reforço a pergunta.
Ele finalmente me responde e me dá as coordenadas do local, por mais que eu só tenha entendido algumas partes. Sei que não deveria ficar preocupada com ele porque da última vez que isso aconteceu acabou com ele descontando sua frustração em mim.
Pondero por um instante pois ele não merecia um por cento sequer da minha preocupação mas eu não queria carregar o peso da culpa caso acontecesse algo a ele.
“Não saia daí”
Jogo meu celular na bancada da cozinha e corro até meu quarto, pego dinheiro para pagar um táxi e saio correndo do apartamento. Por estar tão apressada não notei o garoto em minha frente e acabo por esbarrar nele. Merda! Levanto o olhar e vejo o garoto bêbado de há dias atrás.
— Foi mal — me desculpo.
— Tudo bem, eu também não vi você — ele diz.
— É — digo para não prolongar mais a conversa. Quando eu estava prestes a continuar meu trajeto ele diz:
— Espera! Eu quero me desculpar pelo episódio de há dias atrás. Eu não estava em um bom momento e você deve estar achando que tem um vizinho alcoólatra — na verdade eu nem se quer cheguei a pensar nele depois do ocorrido, eu nem se quer me lembrava.
— Não tem problema.
— Mas mesmo assim eu quero me redimir, te convido para um almoço no meu apartamento, garanto que você não vai se arrumar — eu estava tão preocupada em acabar com a conversa que nem prestei atenção no que ele falou apenas concordei.
