Dois adolescentes problemáticos.
Dois adolescentes tóxicos, cegos pelo orgulho. Uma mistura perigosa de fogo e petróleo que a qualquer momento poderia entrar em combustão, mas acima de tudo, duas almas quebradas que podem escolher entre unir uma a o...
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— Pra quê eu vou ficar com você se a cada dia que passa você faz uma merda diferente — falo — Pra quê eu vou ficar com você se não confia em mim? Por quê eu vou ficar com você, Elijah?
— Porque você me quer, assim como eu quero você.
— Isso não é o suficiente. Você não confia em mim e eu também não confio em você. Eu sei que na primeira oportunidade que tivermos vamos jogar as merdas que fizemos na cara um do outro.
— Porque você tem que complicar as coisas?
— Eu não estou complicando nada. Eu tenho que ir.
— Não, você não tem.
— Sim, eu tenho.
— Não, você não tem.
— Sim, eu tenho.
— Não, você não tem — não consegui segurar a risada.
— Para de falar isso — repreendi — Eu tenho mesmo que ir.
— Eu tenho toda noite, Smurf e posso ficar nisso até amanhã. Você escolhe.
— Ok… Eu fico mas só por quinze minutos — cedi.
— É mais que o suficiente — finalmente ele me solta. Elijah estende sua mão e eu pondero por alguns minutos antes de colocar minha mão sobre a sua.
Ele se senta no chão e eu também o faço. Elijah encosta sua cabeça em meu ombro e fica em silêncio encarando a vista e eu também o faço. De dia, a vista era linda. De noite, era algo de outro mundo. O silêncio da noite estava em perfeita sintonia com a vista, as luzes, os prédios e o céu cheio de estrelas. Durante os quinze minutos ninguém falou nada, estávamos em silêncio absoluto mas não um silêncio constrangedor, era confortante. Cada um com seus pensamentos e pensando bem, era melhor que não falássemos nada porque qualquer coisa poderia estragar o nosso momento de paz.
— Bom, já passaram quinze minutos, agora eu tenho que ir — falo me levantando.
— Eu quero te mostrar um lugar — ele fala.
— Eu não posso ir.
— É rápido — Ele se levanta caminha em direção as árvores.
— Elijah, é sério! Eu tenho que ir! — grito mas o imbecil não para.
— Elijah!
Bati o pé no chão ponderando mas depois o sigo correndo até o alcançar. Ouço barulhos estranhos vindos das árvores e tento forçar minha mente a ignorar.
— Para onde você está me levando? — pergunto tentando acompanhar seus passos, mas não é muito fácil devido as minhas pernas curtas.
— Espere e verá.
Caminhamos entre árvores e arbustos durante cerca de dez minutos até que finalmente chegamos no lugar. Era água, muita água e aquilo não me agradou nem um pouco.
