Capítulo 34

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Respira

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Respira.

Não é assim tão mal ficar em uma posição. Ou não seria se Isabelle não me lançasse um olhar mortal a cada vez que eu piscava. Maldita hora que eu topei essa merda.

— Elijah, falta muito pouco para eu jogar meu sapato na sua cara.

— Eu falei que essa merda não daria certo. Minha ideia de pousar nu é bem melhor que a sua — falo e se eu não tivesse me desviado a tempo um pincel teria acertado meu rosto.

— Você é um idiota! 

— Mas você gosta desse idiota — debocho passando a língua pelos lábios e dessa vez voa um lápis na minha direção.

— Eu nem sei porque insisto nisso — resmunga.

— Agora me deixa ver — falo me aproximando mas ela cobre o quadro com um pano antes que eu possa ver.

— Nem pensar! Você só vai ver quando eu terminar.

— Não fode! Eu fiquei parado por vários minutos e você vem com essa história?

— É, você não vai ver e pronto.

— Garota chata do cacete! — resmungo e ela me encara com fúria e eu fiz a coisa que qualquer um adulto responsável faria, fiquei o mais longe possível porque dessa vez com certeza seria um vaso e não apenas um lápis voando na minha direção.

Isabelle pega sua mochila saindo e eu faço o mesmo. Pego as chaves no meu bolso trancando a porta, eu devia um favor ao Vinnie por ter me arranjado esse lugar, pela primeira vez na vida aquele idiota fez algo de útil. Acompanho os passos de Isabelle e ouço meu celular apitar, era uma mensagem de Alex.

“ Cara, aconteceu merda. Vem pra república, rápido. ”

Releio a mensagem duas vezes só para ter certeza de que eu li certo. Alex, nunca me manda mensagem então realmente deve ser algo sério.

— Isabelle, eu preciso ir. Te encontro depois, no seu apartamento — falo me afastando.

— O que aconteceu? — pergunta.

— Não sei bem. Te conto depois — dou as costas para ela e caminho rapidamente até meu carro.

Ligo o carro e dirijo em alta velocidade por mais que a república ficasse a poucas quadras da universidade. Assim que chego, estaciono meu carro de qualquer jeito e subo rapidamente até o nosso andar. Empurro a porta principal estranhando o fato de tudo estar em silêncio.

— Alex? — o chamo e não obtive nenhum retorno.

Caminho até o quarto dele e abro a porta sem bater esperando não encontrá-lo nu.

— Mas que merda essa? — pergunto me virando para o lado oposto da cama — O que você está fazendo aqui, Marjorie? 

A garota estava literalmente nua na cama de Alex e eu espero mesmo que isso não tenha sido nenhuma armadilha para mim e que ela estava transando com meu parceiro. Sinto suas mãos me tocando e me afasto bruscamente.

— Você é louca? O que acha que está fazendo? — grito sem encará-la.

— Eu sei que você sentiu minha falta, amor.

— Eu não senti sua falta merda nenhuma! Agora vista-se e vai embora daqui! 

— Eu não acredito que você está me trocando por aquela magrela sem sal — fala e minha paciência é esgotada.

Me viro para ela mas em nenhum momento encaro seu corpo, apenas um corpo chamava minha atenção e esse definitivamente não era o dela.

— Limpe sua boca antes de falar da minha garota. Ela pode até ser toda a merda que você quiser que ela seja mas ela é a minha sem sal. E não, eu não estou te trocando até porque não teria como trocar algo que nunca foi meu — pego suas roupas no chão e jogo em sua direção — Vista-se e pare de se humilhar.

Saio do quarto de Alex batendo a porta e encontro o mesmo jogado no sofá. Quem precisa de inimigos tendo amigos como Alex? Ninguém. Ele me encara surpreso e eu senti vontade de rir ao notar que ele cogitou a possibilidade de eu ficar com Marjorie, foi tudo uma armação ridícula. Eu não queria nem olhar para a cara de Alex, pois se eu o fizesse ele já não teria mais um rosto. 

— Cara…

— Alex, eu não quero ouvir nenhuma merda que sai da sua boca.

— Eu pensei que…

— Você não tinha que pensar merda nenhuma! Porque caralhos você fez isso? Você imagina o tamanho do problema que isso vai me criar se chegar nos ouvidos dela?  Que merda! Justo agora que tudo estava bem.

— É exatamente por isso que eu fiz. Cara, você já nem tem vida própria. Não sai pra beber, não pega garotas só fica falando dessa garota. Eu só quis ajudar! 

— E quando eu pedi a sua ajuda, Alex? E quer saber? É melhor eu sair daqui antes que eu soque sua cara. Faça bom proveito — aponto para o porta do quarto dele e saio de casa batendo a porta.

Que merda! 

Caminho até meu carro com fúria. Era só isso que me faltava, meu amigo se achando minha babá e querendo cuidar da minha vida. E daí se eu já não saio pra beber? A merda da vida é minha e se eu quiser ficar pensando em uma garota, eu vou pensar. Me sento na calçada para me acalmar porque dirigir no meu estado definitivamente não era uma boa ideia.

Cara, você já não sai do pra beber, já não pega garotas, só fica falando dessa garota ” 

Essa frase ecoa na minha mente e me deixa confuso, muito confuso porque por um lado Alex tem razão. Esse não sou eu, o eu de antes nunca mandaria uma garota nua que queria transar comigo, se vestir. O eu de antes saia toda noite para beber com os caras. O eu de antes estava sempre rodeado de garotas e não se preocupava com apenas uma e isso me deixa bastante confuso, é como se eu tivesse me tornado em uma outra pessoa e essa sensação é horrível pra cacete.

\[…\]

Foda-se! 

Estaciono meu carro no estacionamento do apartamento de Isabelle e desço do carro. Refleti por poucos segundos e decidi que não pensaria muito, até porquê, isso não faz parte do que eu sou. Eu nunca reflito antes de agir e agora não seria diferente, eu sempre reflito depois de fazer merda então porquê agora que eu não faria nada eu teria que refletir?

Caminho até dentro do prédio e entro no elevador que leva pouco tempo para chegar no andar dela. A primeira coisa que vejo quando saio do elevador não me agrada em nada, ela estava de costas para mim conversando com um garoto, o garoto a olhava de um jeito que  me deixou irritado e enciumado. Minha mão fazia comichão para socar o rosto dele.

— Valeu por ontem e desculpa por ter saído do jeito que eu saí mas eu não quis te acordar e incomodar.

— Não tem problema, eu entendo. Você esqueceu isso no meu apartamento — a entrega sua bolsa.

Que palhaçada era essa? Não quis ouvir mas nada, aquilo era o suficiente para eu saber que mais uma vez fui um idiota, parabéns, Elijah, você ganhou o prémio de idiota do ano. O que eu tinha na cabeça para achar que ela seria diferente? É claro que ela seria igual as outras, todas são.

— Elijah? Elijah? Elijah, espera!

Revisado ( mas pode ainda conter erros ).

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