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Daryl Dixon

Estávamos todos no carro dando partida antes mesmo que o sol raiasse por completo. A ansiedade era gigante e não deixava que nenhum de nós descansasse direito, então decidimos partir logo de uma vez.

Antes de sair deixei bem claro para Herhsel e Dylan que não deveriam deixar Elizabeth sozinha, já que eram os únicos em que confiava que estavam dentro daquele lugar de horror.

Rick estava tão preocupado quanto eu, as pessoas que ficaram nas mesmas condições que Elizabeth não sobreviveram dois dias a mais que a quantidade dela com os medicamentos certos. E agora corremos contra o tempo.

Sem contar todos os problemas, ainda não tínhamos achado ao responsável pela morte de Karen e Tyreese estava cada vez mais difícil de se controlar. Entendia sua raiva, mas ela pode servir apenas como uma bomba entre nós se ele continuar assim.

E a cada minuto que se passa a contagem regressiva dele diminui rápido demais, tenho medo quando não ouver mais tempo e ele simplesmente explodir levando a todos nós.

Piso no acelerador com tanta força que meus dedos ficam dormentes por um instante, temos que correr se quisermos fazer essa viagem em apenas um dia.

Por que é isso que temos. Um dia.

Um dia de medicamentos não só para Elizabeth, como para todos os outros doentes. Está contado cada comprimido para todos, e chagamos ao fim de nossas reservas.

O suor frio escorre por minhas costas deixando bem claro o quanto estou nervoso nesse momento. O que alivia a minha situação é que Maggie não se encontra melhor do que eu, pelo contrário, a morena parece ainda mais abalada.

Glenn não apresentou sinais de melhoras, e temos medo de que o quadro dele piore tanto quando o de Elizabeth.

Quando chegamos na universidade o sol já estava em seu centro queimando o topo de nossas cabeças como se não fôssemos nada. A rua estava silenciosa como jamais havia visto e os corredores do prédios davam eco em nossos passos.

— Cuidado, não é só porque o lugar está silencioso que significa que está vazio. – aviso e tomo a frente do grupo com Tyreese em meu encalço.

É preciso darmos apenas mais alguns passos até enxergar uma sala a nossa frente cheia de zumbis. Eles estavam mais silenciosos que o normal e andavam ainda mais lentamente.

— Por que eles estão tão estranhos desse jeito? – Maggie sussurra.

— Esses merdas estão aqui desde que esse pesadelo começou, provavelmente estão sem se alimentar, deve enfraquecê-los de alguma forma. – diz Tyreese e me surpreendo. Então essas coisas não são assim tão fodonas.

Os próximos minutos passamos decidindo como seguiríamos a partir daqui. Mas a cada segundo que desperdiçamos, é um segundo a menos que poderíamos usar para salvar a vida de Elizabeth e isso já está começando a me irritar.

Ninguém toma uma decisão, e todas as minhas tentativas foram recusadas. Ah que se dane!

Passo por todos que estavam encostados na parede leste ao pátio recheado de mortos vivos e evito o cômodo passando por um corredor mais estreito.

Ouço Maggie sussurrar o meu nome, mas não tenho tempo a perder com bobagens. Logo eles se aproximam.

— Acho bom não estar nos levando para o matadouro. – diz Carol.

— Não pedi que me seguissem. – repondo ríspido. Carol já estava começando a me encher com todo o seu humor.

Primeiro ela achou um absurdo a reação de Tyreese na prisão e depois começou com comentários nada agradáveis sobre os doentes.

Ainda não descobrimos o responsável pela morte de Karen ele a desconhecida, que disseram se chamar Marie, se não me engano foi Sasha quem disse. E Carol com esses pensamentos, está apenas levantando suspeitas.

Estamos de frente a uma sala mais fria que as outras que passamos e acredito que seja aqui que guardavam os medicamentos.

— É aqui. – fiz Maggie apontando para a placa que informava o nome da sala.

Entramos em formação, comigo e Tyreese na frente e os outros cobrindo a retaguarda.

O lugar parece vazio, estava tão silencioso que quase podia ouvir nossas respirações.

— Andem logo, peguem o que precisamos e apenas isso. Outro dia voltamos para buscar por suprimentos. – aviso e Maggie e Carol partem para fazer o que mandei.

— Não te agradeci antes, mas obrigada. – diz Tyreese enquanto caminhamos lado a lado buscando por algum sinal de perigo.

— Me agradecer pelo que? – o encaro confuso.

— Por não ter me deixando matar ninguém quando vi Karen... Daquele jeito. – ele suspira como se sentisse a dor ainda rasgando seu peito.

— Não tem que me agradecer por aquilo. – falo sério. — Até porque de tivesse machucado alguém ali, o próximo que seria morto seria você de qualquer forma.

— Mas mesmo assim agradeço. – assinto para dar fim a discussão.

Depois de dar duas voltas no cômodo inteiro passamos pelas meninas e elas já estão com as mochilas prontas para partirmos.

— Vamos logo. – e assim como entramos, saímos no mesmo silêncio. Cuidando com cada passo.

E na metade do tempo que usamos para entrar, nos encontramos do lado de fora do prédio e entramos nos carros para partir.

— Têm certeza de que pegaram tudo o que precisamos? –pergunto antes de ligar o motor do veículo.

— Claro que sim Daryl! Já disse que sim nas outra cinco vezes em que perguntou. – diz Maggie nervosa.

Reviro os olhos antes de girar a chave e então dar partida.

Já estou chegando anjo. Por favor aguente. Tem que aguentar.

•°•°•°•

Dylan Cruse

A situação estava caótica aqui.

Havia sangue para todo lado, e para cada canto que olhava via pilhas de cadáveres.

Uma cela tinha se transformado em um ninho de zumbis. Um dos doentes se soltou das correntes enquanto os outros dormiam e morreu durante a noite, quando acordamos já estava tarde demais para salvarmos alguém ali. Todos já haviam sido mordidos e mesmo que tivessem matado o causador daquilo, ele já havia feito estrago.

Estavam todos ocupados e não tinha ninguém para cuidar daquilo, então ficamos o dia todo com os grunhidos incomodando.

Minha cabeça latejava enquanto tentava focar em algo. De um lado os grunhidos, do outro, as tosses incessantes daqueles que lutavam por suas vidas.

E ainda havia Elizabeth.

Que de todos ela era a que menos mostrava sinais de melhoras e isso me preocupava para um caramba.

Ela era mais forte que isso, mais forte que esse vírus. Mas então porque ela estava tão abatida? Não apresentava sinais de melhoras? Nem mesmo se esforçava para sair dessa?

Elizabeth. Elizabeth. Eu nunca vou te perdoar se não encarar essa de frente e sair dessa cela com vida para acabar com aqueles malditos lá fora.

Ficava a maior parte do tempo na cela dela, a ajudando a respirar com o ambão em um ritmo controlado. Glenn estava aqui também, e quando eu não podia ficar ele assumia o ritmo.

O coreano já estava bem melhor comparado a outros. Ainda tossia um pouco, mas conseguia se movimentar bem e sua saturação já estava bem melhor. Mas para que ouvesse uma melhoria significativa, precisamos continuar com os medicamentos e nesse momento torço para Daryl consiga trazê-los.

•°•°•°•

ME DIGAM,
o que estão achando?

ᴀɴɢᴇʟ ᴇʏᴇꜱ • ᴅᴀʀʏʟ ᴅɪxᴏɴ | 𝒍𝒊𝒗𝒓𝒐 1 - EM REVISÃO E REESCRITAWhere stories live. Discover now