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Elizabeth Grimes

Pela primeira vez em muito tempo tenho sentido o que muitos chamaria de paz. Poder respirar sem dificuldade, minhas roupas estarem ainda mais limpas que as minhas mãos. Acordar de manhã cedo sem a preocupação de será que vamos estar vivos no final do dia?

As crianças estão sorrindo e correm o pátio inteiro da prisão brincando. E desde que começou esse maldito apocalipse, Carl está feliz. Mesmo depois de ter perdido todos os que perdemos, mesmo depois de tudo o que fez com sua mãe, conseguia enxergar o sorriso inocente em seu rosto outra vez e não poderia estar mais grata.

Grata até mesmo pelas vidas que tirei, cada a delas foi importante para. que estivéssemos aqui e agora. Sei que os nossos que já se foram nos acompanham seja lá da onde estiverem, e espero que estejam orgulhosos do que conquistamos, porque eu estou.

— Pow! Pow! – tomo um susto com as imitações de tiros que Dylan chega fazendo ao meu lado. Devolvo com dois socos em seu braço e ele reclama. — Não deveria ter me assustado bobão. – ele reponde com uma careta.

— Você é tão carinhosa. – diz acariciando o braço, onde possivelmente irá aparecer um pequeno hematoma amanhã. — Agora sei porque o caipira te deixou.

Seu tom provocador foi o suficiente para me fazer correr atrás dele com um pedaço de ferro na mão enquanto ele corria gargalhando.

— Socorro! Ela vai me matar! – ele grita apontando para mim.

— Você volta aqui seu merdinha, vai ver só! – grito de volta.

As crianças que estava brincando até então, pararam para admirar e rir da cena que acontecia diante deles. Até os adultos pararam para rir da situação, e ainda tinham a cara de pau de apontar para nós.

— Corra Dylan, ela já está quase te alcançando! – Rick grita brincalhão.

— Me ajuda Rick! Sua filha é maluca.

— Vai ver a maluca seu... – minha frase é interrompida por uma sequência de tosses incessantes.

Na mesma hora as risadas pararam e Rick, assim como Dylan correram na minha direção.

De repente respirar era a coisa mais difícil de se fazer na vida, doía como um inferno e sentia minha garganta queimar e meus pulmões clamarem por ar.

Minhas pernas fraquejam e Rick me segura antes que eu atinja o chão. Com a visão turva não conseguia focar em ninguém, apenas na dor de cabeça que se instalava cada vez mais forte.

As vozes eram apenas zumbidos ao longe, perdidos e entrecortados pelas tosses. Em alguma delas senti a garganta molhada, mas não era água, saliva ou qualquer outra coisa que pudesse aliviar essa maldita. Era sangue.

É estava bom demais para ser verdade.

•°•°•°•

Daryl Dixon

Depois de tudo ainda não conseguia acreditar que Merle havia realmente ido embora. Ele simplesmente foi, sem mais nem menos. Apenas virou as costas e foi embora. Não fez questão nem mesmo de dizer adeus, ou qualquer merda do tipo.

A raiva ainda estava fresca em minha memória, assim como todos os esforços que precisei fazer para que aceitassem ele na prisão para ele simplesmente ir. Ah, mas se eu te encontro seu idiota de merda!

Sou tirado de meus pensamentos com a risada dela. Da única pessoa capaz de me tirar o sono. Ela gargalhava de alguma coisa que Dylan disse para ela e então logo depois os dois entraram em um furdunço. Ela corria atrás dele segurando um pedaço de ferro e ele provocava. enquanto fugia dela.

ᴀɴɢᴇʟ ᴇʏᴇꜱ • ᴅᴀʀʏʟ ᴅɪxᴏɴ | 𝒍𝒊𝒗𝒓𝒐 1 - EM REVISÃO E REESCRITAWhere stories live. Discover now