Coloco o meu suéter branco novamente, Draco subiu a calça do uniforme rapidamente ao escutar um barulho lá fora, rindo da nossa pequena aventura.
- É irônico que a gente tenha tido mais privacidade em um vestiário do que no meu próprio quarto? - pergunta enquanto vestia o uniforme verde.
Rio com a sua observação, me lembro do fatídico dia e posso sentir um arrepio percorrer a minha espinha. Que vergonha.
- Draco, por que dizem que você comprou uma vaga no time de quadribol? - pergunto curiosa.
- Bom... o Lúcio nunca foi muito confiante que eu conseguisse fazer algo sozinho, me acha um completo incompetente. - arruma os cabelos loiros. - comprou vassouras para o time inteiro, sorte que foi depois de eu fazer o teste e tomar o lugar do Higgs.
- E por que continuam dizendo que você comprou sua vaga? - fecho a cara. Isso é injusto demais.
- Noora, eu sou o cara ruim, não é como se eu fosse muito confiável. - ele ri e eu não posso evitar me sentir mal. - não fique chateada, eu adoro ser o cara mau na maioria das vezes, as pessoas têm medo de você e as garotas literalmente se jogam em você, é como um imã.
Minha boca forma um perfeito "O" e eu dou um tapa no seu braço.
- Nossa, você é tão idiota, deveria dar aulas de como acabar um clima. - digo enciumada.
- Mas eu só estou falando a verdade, não necessariamente eu ficava com todas elas. - tenta se explicar mentindo.
- Draco, você ficou com toda a parte feminina do time de quadribol da lufa lufa, e eu não ia mencionar, mas três meninas da corvinal disseram que tiraram a sua virgindade, três meninas, quantas virgindades você tem? Sete? - um gargalhada gostosa sai da sua boca.
- Eu posso ter mentido sobre isso algumas vezes. - belisco seu abdômen. - mas em minha defesa, elas que vinham atrás de mim achando que eu iria me apaixonar por elas e me tornar um cara bonzinho em nome do amor. Eca. - jogo os meus braços nos seus ombros o olhando nos olhos. - Elas queriam um conto de fadas e eu queria sexo, simplesmente uma troca de interesses.
- Ainda é tão contra o amor assim? - um sorriso sincero brota no seu rosto. - acho que você não é tão mau quanto pensa.
- Noora, está acabando com a minha reputação, daqui a pouco garota nenhuma vai se jogar mais em cima de mim. - ele brinca e o ciúmes me soca o estômago. - As meninas do time de quadribol da corvinal devem estar tão tristes, você chegou bem na vez delas.
- Você é tão babaca, você faz algum tipo de lista ou coisa do tipo? - pergunto horrorizada.
- Eu sou um cara organizado. - ri e eu o estapeio.
- É brincadeira, santo Merlin, é brincadeira. - diz segurando os meus braços. - a parte da lista, a parte do time da corvinal era verdade.
Dou de ombros fingindo não me importar, mas por dentro querendo arrancar a cabeça loira. Sinto suas mãos envolverem a minha cintura.
- Se preferir, podemos não ser monogâmicos, o Higgs está caidinho por mim, tenho certeza que podemos aproveitar a aula de vôo da melhor forma possível. - mordo o lábio e ele fecha a cara.
- Você consegue estragar qualquer brincadeira nossa, é impressionante. - ele revira os olhos se afastando de mim.
- Adora brincadeiras quando elas são feitas por você não é? - constato brava sentando no canto oposto.
- Qual é o seu número? - pergunta baixo apoiado no armário.
- O meu o que? - Pegunto sem entender.
- O seu número, com quantas pessoas já ficou?
- Fala você primeiro.
- Eu quero ouvir o seu antes. - ele insiste. - você não vai gostar do meu.
- Eu só falo o meu se disser o seu. - ele se da por vencido murmurando algo inaudível.
- vinte, para ser ho...- o encaro feio. - para ser um mentiroso, foram trinta e duas, a gente só está contando os que tiveram sexo? - nego com a cabeça. - então, lembrando que eu estou chutando um número, foram cinquenta, mas em minha defesa foram normalmente em festas e quase nenhuma com envolvimento pessoal muito forte.
Arregala os olhos, cinquenta? Eu não CONHEÇO cinquenta pessoas, como alguém pode ter ficado com cinquenta pessoas com tão pouco tempo de vida? a conta só bateria se fosse duas ou três de uma vez, o que eu evito pensar para não piorar a situação da minha autoestima.
- Merlin, o que você está pensando? Não pense sobre isso Noora. - ele diz nervoso. - estava mentindo, na verdade foram duas e eu era celibatário até conhecer você, pensei até em me tornar monge. - tenta amenizar a situação.
- Tá tudo bem, eu só não vou ficar pensando a respeito disso. - digo ainda sem reação.
- E o seu número? - levanto três dedos ainda sem fala com as cinquenta pessoas. - você já me contou de um, o outro sou eu, e o Potter é o terceiro. E se estivéssemos falando apenas de sexo? - seus olhos nem piscavam enquanto estavam fixos em mim.
- Um... e meio. - os olhos claros se arregalaram.
- Eu acredito que o inteiro seja a parte que eu colaborei? - assinto. - E quem foi o meio? Por que meio?
- Eu acho que é melhor eu não falar a respeito, você já está desse jeito sem saber. - dou de ombros.
- Agora você precisa me contar. - insiste.
- Bom... Eu e o Harry não chegamos a...
- Aí, santo Merlin, não acredito que foi com o Potter! - coloca as mãos no rosto fazendo um escândalo.
- Eu não acredito que o cara do número cinquenta está surtando por conta do meu patético um e meio. - cruzo os braços. - E eu não sei nem se o meio conta de verdade.
- É claro que conta. - diz emburrado.
- Você contou?
- Não, mas se você colocou como meio, é porque conta! - nego com a cabeça, e me aproximo dele.
- Está sendo patético surtando pelo um e meio. - afirmo.
- Você gostou desse meio? - pergunto e eu rio com a sua cara de preocupação.
- É... mais ou menos, estava meio frio e ele tremia o tempo todo. - dou de ombros, Draco continuava emburrado.
- Sabe qual é o meu verdadeiro número? - me aproximo dele sorrindo.
- Qual é? - Malfoy me olha confuso e eu levanto apenas o dedo indicador.
- Esse é o número de caras que eu realmente amei. - ele tenta segurar o sorriso, mas não tem sucesso. - Não quero brigar com você por um número idiota.
- Engraçado você mencionar, esse é o mesmo número de garotas que eu amo e tive que implorar para ficar comigo.
- Não esqueça a parte do implorar de joelhos, é importante. - acrescento e ele me segue saindo do vestiário.
- Deveríamos esquecer isso, bonequinha, a única parte memorável foi você de joelhos. - o empurro de leve devido ao comentário.
- Bom... agora se me dá licença, eu vou comemorar a vitória da minha casa com os meus amigos, não sei se você soube, mas o apanhador da sonserina fez a pior jogada do século, e por isso, nós ganhamos. - brinco, o que o faz dar uma risada alta.
- Eu vou matar você, Leonoora. - ameaça apontando para mim.
- Não vai me matar, está apaixonado demais para conseguir. - sorrio e corro em direção à torre da grifinoria.
- Acho que tem razão.
Ao dar uma última olhada para trás, o vejo parado me observando, suas duas mãos estavam enfiadas no bolso folgado e um sorriso brincava nos seus lábios.