- Coloca o cinto. - ele falou assim que entrou no carro.
Não protestei. Afinal, estava toda molhada e tremendo de frio. Capaz de pegar um resfriado na primeira semana de trabalho. Que sorte, a minha!
- Vou deixá-la em casa. Seu amigo está lá?
- Não.. Ele não mora mais lá. - Falei olhando para a janela.
- Ótimo - Ele sussurrou alto o suficiente para que eu conseguisse ouvir. Mas resolvi não responder.
Acabamos pegando um congestionamento em uma das avenidas que davam pra minha casa. E a chuva continuava a todo vapor.
Dá próxima vez vou consultar a moça do tempo antes de sair pensei.
Tinha uns oito carros parados a nossa frente, e aquilo me deu uma impaciência semelhante à quando eu tô naqueles dias.
- Que droga! Não dá pra ir mais rápido não?
- Só se for passando por cima dos carros - O Harry falou com um leve sorriso irônico nos lábios.
- Ai que engraçado, você! - falei aborrecida.
Passaram-se mais de quinze minutos até que finalmente conseguimos chegar na minha casa. Ainda chovia muito. Apenas peguei minha bolsa e o agradeci pela carona.
- Obrigada mesmo, senhor...
- Harry. Não precisa me chamar de senhor.
- Ok. Mas mesmo assim, obrigada. Apesar dos prejuízos.. - Falei séria.
Não deixei ele falar mais nada, apenas abri a porta, e com a mesma rapidez, a Fechei com a chuva me molhando mais ainda.
Destranquei a porta e entrei rapidamente em casa. UFA! Que alivio.
Mas bastou apenas eu por minha bolsa no sofá e ir em direção ao banheiro para pegar uma toalha que a campainha tocou.
Tive que voltar pra atender. Qual foi minha surpresa ( que nem foi tanta assim), quando eu vi Harry parado na minha frente.
- O meu carro quebrou. Você tem um telefone aí? Preciso ligar para Yuri mas não estou conseguindo.
- C-claro.. Entra. - Falei, meio desconfortável. Aquele deus grego na minha frente e todo molhado era de deixar qualquer garota desconfortável.
Ele sorriu e entrou. A chuva lá fora parecia piorar.
- então.. - ele passou a mao pelos cabelos molhados. - Onde está o telefone?
Eu apontei para a mesinha perto do sofá. Ele pegou rapidamente, mas desligou decepcionado.
- Não está fazendo chamadas. Que merda. - Ele falou.
- o que teve no seu carro? Até então estava tudo bem.. Exceto um barulhinho que eu ouvia.
- exatamente esse barulhinho. Alguma coisa está errada e o carro não está querendo pegar, agora. Não consigo falar com Yuri pelo celular e nem pelo fixo.
- Essa chuva deve estar alterando as ondas de transmissão sei lá...
- puta merda! E agora? O que eu faço?
- É aquele barulhinho?
- Você também ouviu?
- Sim, eu ouvi.
- Então... Acho que a bateria não está muito boa. Mas já que não consigo falar com Yuri eu devo ir...
- Nessa chuva?
- Vai passar logo. Arranjarei um táxi se eu tiver sorte.
- Táxi? Nessa chuva? Eu... Eu acho melhor que você fique aqui até a chuva passar. - Eu tinha quase certeza que estava vermelha, e tive a prova quando o senti sorrir.
- Não, não se preocupa eu..
- Já falei. Pode ficar aqui. Até essa chuva parar. E agora são quase seis da tarde, esta quase escuro, então não é legal.
- Se voce diz.. - ele deu um sorriso torto, ainda olhando pra mim.
- Vou pegar uma toalha.
- T-tudo bem. - Ele falou batendo o queixo de tanto frio.
Eu entrei no quarto pensando ai meu deus. Tô com o Deus Grego lindo e gostoso aqui na minha casa.
Fui até o guarda roupa e de lá retirei outro roupão de linho branco.
Eu estava prestes a voltar pra sala quando lembrei que tinha alguma peça de roupa de Miguel que havia vindo por engano nas minhas roupas.
Procurei em meu guarda roupa até encontrar uma calça de moleton preta e uma camisa de pijama cinza.
Caracas que sorte! Mas também, mandei a Sam arrumar minha mala, e distraída como ela é, deve ter colocado essas peças de roupa do Miguel sem perceber.
Porque na hora de passar a roupa, as nossas roupas ficam misturadas.
Depois teria de me certificar de agradecê-lá. Uma pessoa a menos ficaria com resfriado por causa da cabecinha de vento dela.
Estava com a roupa em uma mão e o roupão em outra quando resolvi voltar pra sala. Quase caí dura ao ver pela fresta da porta do meu quarto, o deus grego semi nu. Tipo, nu da cintura pra cima.
Ele parecia um pouco confuso sobre onde colocar a camisa molhada. Então resolvi aparecer.
- D-Deixa que eu cuido di-disso - tentei disfarçar meu nervosismo, mas foi em vão.
Ele me entregou a camisa molhada, e assim que nossas mãos se tocaram, uma corrente elétrica pairou no ar. Não sei se ele sentira o mesmo, mas senti tudo em mim queimar feito brasa.
Peguei sua camisa, e a levei para o tanquinho onde eu lavava minhas roupas quando tinha tempo.
A minha vontade ali, ao ter aquela camisa daquele garoto incrível nas minhas mãos foi cheirar. E foi isso o que fiz.
Inalei aquele aroma tão bom. E parei rapidamente, com medo de ser pega no flagra.
Assim que retornei à sala, ele estava parado, lá, sem camisa e se preparava para tirar a calça, quando apareci. Ele parou instantaneamente. Porque parou? Tava adorando o espetáculo!?
- Foi mal. - Ele falou, passando as maos nos cabelos encaracolados e molhados ainda.
- Tudo bem. - consegui não gaguejar haha - encontrei essas roupas de Miguel junto às minhas. Talvez possam te servir. E aqui está um roupão.
Eu entreguei primeiro o roupão e depois as roupas. Ele me olhava com suspeita.
- Miguel.. É seu namorado?
Eu dei uma boa gargalhada.
- Que nada! É meu irmão. A tonta da minha irmã acabou colocando essas peças de roupas dele na minha mala sem perceber.
- Ah tá! - Ele falou, quase sorrindo.
- Bem.. Eu vou deixar você se trocando e vou tirar essa roupa também. Nessa chuva ninguém pode dar bobeira de pegar resfriado não é? - sorri e saí da sala, deixando o Deus Grego ainda sem camisa, e prestes a ficar peladão.
Tentei me concentrar em meu quarto. Mas nem pra trocar de roupa eu tinha concentração. Só de pensar naquele cara gostoso que tava na minha sala.
Enfim, resolvi tirar minha roupa encharcada. Tirei a blusa, o sutiã, e fui até meu guarda roupa ainda de calça. Peguei um pijama que eu chamava de "Pijama de noites de chuvas.'
Era lilás com rosa e todo mimoso. O que me dava um ar de menininha. Tirei a calça e obviamente a calcinha e peguei meu roupão para cobrir o corpo e ir tomar banho.
Havia decidido naquele momento que iria tomar banho. Apesar de toda a chuva que havia pego, era melhor tomar banho logo.
Ainda bem que eu tinha roupão em casa, pois evitaria qualquer constrangimento entre mim e meu 'hóspede'.
Quando fui até a porta, percebi que havia deixado uma fresta suficiente para que se visse algo de mim. Mas não liguei muito. Ele estava muito distraido para ficar me bisbilhotando.
Assim que saí do quarto, no meu roupão, vi que ele havia acabado de desligar o celular
- Falei com Yuri.
- e aí?,
- Não tem como vir até aqui. Está tudo muito cheio de agua nas ruas.
- Não tem como vir ?
- Não.
Eu não falei mais nada. Por dentro meu coração pulava de alegria, mas parou ao lembrar que ele havia me dado um fora depois do beijo no elevador.
Eu me virei e fui tomar banho. Felizmente não havia faltado luz. Ainda.
Tomei meu banho tranquilamente, e quando acabei, deixei o banheiro organizado e voltei para o meu quarto.
Passei pela sala, e Harry estava sentado no meu sofá, jogando algum jogo de celular, parecendo entediado.
Andei para me trocar rápido e ficar ali com ele. Talvez ver um filme pelo meu notebook. Olhei pela janela do meu quarto, e a chuva ainda estava a todo vapor.
Vesti meu pijama rapidamente. Penteei meu cabelo e fui direto pra sala.
- Aqui estou. O que quer fazer?
- Sei lá. - Ele falou se virando pra mim. E foi então que percebi que a roupa de Miguel coubera perfeitamente no corpo daquele homem. Tinha que descobrir alguma imperfeição nele, mas tava bem difícil.
- Que foi?
- hã... Nada.. Eu.. Cadê a sua calça?
- Ah, - ele olhou pro chão. - Aqui está.
Ele me entregou a calça molhada junto com a cueca. Ele estava sem cuecaaaaa??? Mel delllls! Meus pensamentos mais insanos apareceram de repente.
Para com esses pensamentos Lauren!
- O que foi? - Ele falou, e um sorriso lindo brotou de sua boca.
- N-nada. Hum.. - Tentei mudar de assunto e evitar olhar pra ele. - Tá com fome?
- Um pouco. - seu sorriso se expandiu.
- vou ver se tem algo pra gente comer.
Ele sentou no sofá enquanto fui até minha geladeira. Para nossa sorte, ou a dele, tinha uma lasanha que o Matt havia deixado pra mim depois de toda a confusão. E tinha refrigerante também. Perfeito.
- Você é sortudo hein? Aqui tem uma lasanha. Vou pôr no microondas.
Ele sorriu pra mim.
Assim que coloquei a lasanha no microondas e o regulei para bipar quando estivesse pronto, voltei à sala.
- Essa chuva escolheu um belo dia pra vir.. E parece que tá numa raiva! - Eu falei tentando quebrar o gelo.
- Pois é. Mas, - Ele sentou no sofá, colocando um pouco de seu longo cabelo atrás da orelha. - Gostaria de saber sobre você. O que faz, de onde veio...
- Senhor Styles querendo saber sobre uma reles mortal como eu? - Falei em tom de deboche.
- Sim, eu quero saber mais sobre você. Tirando a parte que é escandalosa e tem medo de água, eu já sei.
- Ei! Não sou escandalosa e não tenho medo de agua ok? - Falei, quase prestes a rir lembrando de algumas horas atrás quando eu perdi as estribeiras quando ele passou com o carro dele me molhando.
- Tudo bem. Você definitivamente é escandalosa.
- Não vou discutir sobre isso. - falei.
Ele estava prestes a falar alguma coisa quando ouvi o bip do microondas .
- Nosso jantar está pronto.
Fui até a geladeira e peguei o refrigerante, alem de levar dois copos pra sala. Coloquei no chão, geralmente era ali onde eu fazia minhas refeições.
- Você.. Se importa? - Apontei para o chão?
- Claro que não. - Ele sorriu.
Voltei pra cozinha e peguei a lasanha com uma luva térmica.
Peguei dois pratos e coloquei um pedaço generoso para cada um.
Comemos feito duas crianças. Eu ainda consegui repetir e ele acompanhou. Para uma noite chuvosa como aquela, nada mal.
Quando acabamos, eu levei os pratos e os copos pra pia. Tratei de lavar tudo logo, deixando tudo em um escorredor, para que obviamente a agua secasse.
Quando voltei para a sala, Harry pegava seu celular, com o instrumental de uma de suas músicas.
Chamava- se '18', e eu sabia porque já tocara diversas vezes na rádio, e apesar de não ser fã louca da banda daquele Deli.. Opa.. Do Harry, eu gostava daquela música.
Quando ele acabou de cantá-lá perfeitamente perfeito, ele me olhou com aqueles olhos esmeraldas, e se aproximou mais. Estávamos muito próximos já, mas aquela aproximação maior, só fez com que meu coração batesse mais e mais rápido ainda. Estávamos no chão.
E de repente ele me olhava. E eu apenas olhava para aquela boca avermelhada dele.. E depois para os cabelos, tamanha era minha vontade de agarrá-los.
- Posso? - Ele segurou meu rosto, de forma delicada, pedindo permissão.
Eu que não era louca de dizer não. Apenas assento. Fechei meus olhos e quando vi, já estávamos com os lábios colados. Perfeitamente colados.
Amoooooooores! Que tal? Próximo cap é Bônus do Harry
Espero que tenham gostado. Bjs