Draco estava trabalhando no seu escritório enquanto eu terminava de me vestir, nossa pequena casa estava cheia e barulhenta no andar de baixo.
Abro a porta do escritório que cheirava muito mal, a propósito, e o vejo passando o dedo pelo livro.
- Amor? - ele levanta o olhar tirando os óculos do rosto. - já estou pronta, deveríamos descer, já estamos atrasados.
Ele fecha o livro e se aproxima de mim me analisando dos pés a cabeça com um sorriso malicioso.
- Ou... - levanta o indicador e coloca a outra mão nos meus quadris. - Nós poderíamos demorar um pouquinho e brincar no banheiro. - sorrio quando ele me joga na porta do banheiro e me beija com paixão.
Ele tenta girar a maçaneta algumas vezes, quando por fim desiste e põe as mãos por baixo do meu vestido.
- Draco...- gemo beijando seu pescoço.
A porta do banheiro abre e eu cairia para trás se o Draco não estivesse me segurando contra seu corpo.
- Por que vocês sempre fazem isso quando eu estou por perto? - Blasio se queixa colocando as mãos na cintura e arregalando os olhos. - isso só pode ser de propósito, não pensem que eu esqueci aquele dia na minha casa, eu sei o que vocês fizeram na minha cozinha, ela nunca mais foi a mesma, o meu papagaio fica repetindo coisas horríveis a noite, sabe quantas garotas ele já espantou?
- Eu já falei um milhão de vezes que eu nunca fiz nada na sua casa! - Draco mente, a coisa da cozinha realmente aconteceu, no banheiro também e no armário, mas prefiro manter isso em segredo.
- Agora eu vou lutar pela atenção do meu afilhado, com licença... - Draco o interrompe.
- Se gosta tanto do seu afilhado ficaria honrado em saber onde ele foi concebido. - Draco brinca fazendo Blasio o encarar feio.
- Lovegood, em algum momento você vai precisar parar de monopolizar o garoto! - Blasio grita na ponta da escada e desce rapidamente.
- Vamos lá, Luna, eu quero segurar um pouco! - a voz de Hermione fica mais alta ao passo que eu e o Draco vamos descendo as escadas.
- Mione, eu pedi primeiro, não é nem um pouco justo você estar se colocando na minha frente! - Rony reclama com a namorada.
Luna faz uma cara feia apertando o garoto gordinho contra si.
- Ele está dormindo! - se defende. - ele gosta de mim!
- Ele não está dormindo, olha como os olhos dele estão abertos! - Blasio acusa a loira apontando para o Perseus. - me dá ele aqui!
- Ele dorme de olhos abertos! - Luna mente para se defender.
- Eu vou pegar o meu filho antes que vocês decidam parti-lo para dividirem entre si. - Draco anda em passos largos até a Luna que entrega o garotinho loiro a contragosto para o Draco.
A campainha toca revelando a Gina e o Harry, eu havia os convidado depois de encontrar o Potter no ministério, ele me disse que precisava de alguém para escrever a biografia dele, falou que como eu sou uma jornalista e escrevia bem, eu era uma pessoa que ele confiaria o trabalho.
Gina me dá um abraço apertado e vai até Draco para cumprimentá-lo e brincar com o Perseus.
- Você está linda, como sempre. - Harry diz sorrindo de leve analisando rapidamente o meu vestido branco. - Esse aqui é para o Perseus, seu filho... com o Malfoy... - ele diz com dificuldade. - e esse é para você. - me entrega uma caixa dourada, agradeço pegando o cartão que ele havia feito logo em seguida e colocando na mesinha ao lado da porta para abraçá-lo.
- Muito obrigada, fico muito feliz pela sua presença. - digo cordial abrindo espaço para ele passar e fechando a porta em seguida. - pode colocar o presente do Perseus na árvore, ele abrirá mais tarde. - sorrio e ele assente indo pra a sala.
O Draco me puxa delicadamente pelo braço até a nossa cozinha, sorrio maliciosa, mas ele permanece sério e até um pouco chateado.
- Noora, o que ele está fazendo aqui? - aponta com o rosto para o Harry sentado brincando com o nosso cachorro.
- Ele não vai causar problemas, vocês até deram um abraço depois da Guerra. - ele aperta os olhos para mim. - tá, foi um aperto de mãos, mas já foi alguma coisa.
- Isso, e alguns meses depois, no nosso casamento, eu bati nele porque ele se declarou para a minha noiva no meio da festa.
- Isso já passou, ele agora namora a Gina, estão felizes!
Ele se serve com uma taça cheia de vinho até a boca. Tão sofisticado.
- Eu convidei ele e a Gina para passar o natal conosco, além de tudo, toda a família deles está aqui. - aponto para a casa cheia de gente.
- Querida, nossa casa é pequena, e você chamou muita gente, muita mesmo, sabe quantas vezes eu já pedi perdão por esbarrar na Senhora Weasley?
- Admita que a festa está ótima, as pessoas aqui realmente gostam de você, de nós.
- Eu só não estou acostumado com tudo isso, entende? Minha mãe odiava natais, meu pai os fazia ser um inferno, eu só ganhava alguns presentes e os abria trancado no quarto.
- Agora você vai saber como é uma festa de natal de verdade, e se você se comportar, terá um presente de natal para abrir no quarto. - ele sorri para mim bebendo o vinho animado.
- Eu adoro o natal. - rio da mudança repentina.
Havia chegado a hora de abrir os presentes, sento ao pé da árvore ao lado do Draco que estava no chão com o Perseus no colo.
- Esse é do tio Blásio. - puxo o embrulho laranja com preto, leio o cartão em voz alta e tiro o objeto prateado da caixinha. - É uma bela pulseira.
- Ela vai se ajustando ao pulso dele a medida que ele cresce, e o melhor... - ele arregaça a manga. - eu tenho uma igual! - eu acho que nunca vi o Blásio tão animado na vida.
- É realmente muito bonita. - guardo de volta na caixa e o Draco faz uma vozinha simulando um "obrigado" do Perseus.
- Eu gostaria de ter pensado nisso também. - Luna diz desapontada e Neville a consola.
A campainha toca, olho ao redor, e só faltava uma convidada, uma surpresa para o Draco, ela havia passado um tempo em observação, mas já estava limpa.
Abro a porta encarando a mulher de cabelos metade loiros e metade escuros, ela sorri minimamente para mim, e eu a envolvo em um abraço. Narcisa não sabe corresponder abraços muito bem, diga-se de passagem.
- Mãe? O que está fazendo aqui? - Draco pergunta surpreso, eu não conseguia distinguir se ele estava feliz ou triste. - você não gosta de natal.
- Eu queria ver o meu neto.
Ela ergue três caixinhas pretas com fita verde escuro, pego e agradeço, mas ela continua me olhando imóvel.
- Amor, eu acho que deveria abrir. - Draco diz e eu forço um sorriso enquanto todos os olhos estavam voltados para nós.
Assunto e pego também o presente do Harry que havia deixado na pequena mesa, voltando para o círculo em volta da árvore.
- O meu neto é tão bonito, tão parecido com você, Draco! - ela diz um pouco constrangida com os olhares que estava atraindo.
- Ele realmente não pegou muitas características minhas. - digo um pouco decepcionada.
- Ele tem o seu nariz. - Harry diz um pouco acanhado, ele tem razão, o Draco havia me dito isso assim que o Perseus nasceu.
Draco pigarreia a fim de cortar o momento silencioso.
- Então vamos aos cartões... - procuro os cartões e havia apenas um enorme cartão. - ou cartão... "feliz natal. - Narcisa"
Aperto os lábios ao ver a letra caprichosa e pequena no canto do cartão imenso. Profundo.
Abro primeiro a caixa menor, era para mim, um colar muito bonito, fico feliz com o presente e agradeço a ela. Logo depois o do Perseus, era um terno preto e um sapato de couro de dragão, sorrio de leve para ela e o Draco faz normalmente a vozinha para o Perseus.
Olho para o Draco, ele estava tão feliz, tão leve, como eu nunca havia o visto antes, ele não conseguia parar de sorrir nem por um momento enquanto seus olhos passeavam pelo cômodo e parava em mim.
- Esse é do titio Harry! - digo e o Draco simula que o Perseus está batendo as mãozinhas, ele realmente está tentando ser agradável.
Pego o cartão e leio o pequeno texto que havia ali, era realmente muito adorável. Abro o pequeno embrulho e não há absolutamente nada dentro, ponho as mão e sinto a textura de um tecido fino, eu não poderia aceitar isso, não poderia mesmo.