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KATRINA

-Você ficou louco? –Puxei meu braço. –O que aquele mentiroso andou falando? –Falei irritada.

-A verdade. –Pietro sorriu. Sem pensar, me desvencilhei dele, colocando meu braço sobre seu peito e o empurrando ou tentando pelo menos até a parede. –Que piada! –Pietro me empurrou enquanto passava a mão em sua nuca.

-Se ele contar alguma coisa para o Matheus, eu vou prejudicá-lo da mesma maneira que ele fizer comigo, pois nessa história tem mais de uma única culpada! Se eu cair, ele vai junto. –Falei.

Antes que Pietro pudesse responder, Sophia entrou no corredor segurando outras caixas de presente.

-Você ainda não levou essa caixa Ka... –Ela perguntou sorrindo, mas assim que notou a presença do Pietro, ela se calou e nos olhou desconfiada. –Está acontecendo algo? –Ela perguntou mais séria. Ela não estava perguntando por achar que Pietro estava me ameaçando, claro que não, na certa, ela pensava que estávamos certamente fazendo algo errado, seu olhar dizia isso. –Cadê o Matheus? –Ela perguntou se aproximando de nos.

-Boa pergunta! –Falei sem conter. –Pietro é filho do meu padrasto, sabia Sophia? –Falei fingindo sorrir, e logo encarei o Pietro. –Ele estava contando como minha mãe estava. –Falei. O olhar desconfiado de Sophia pareceu sumir, e ela sorriu surpresa.

-É sério?! Porquê nunca nos contou Pietro? –Ela o questionou sorridente. –Que mundo pequeno!

-Pois é. –Falei.

-Katrina é inconseqüente, Sophia... Fugiu de casa e nos deixou preocupados, quase surtamos! E até agora ela não ligou a mãe dela para tranqüilizá-la. –Pietro falou. O encarei e balancei a cabeça. Que ator!

-Isso é muita inconseqüência mesmo, Katrina! –Sophia colocou a mão em sua cintura e me encarou de uma forma recriminatória. –A coitada da sua mãe deve estar subindo pelas paredes. Vem, vamos ligar pra ela agora! –Sophia se aproximou tentando me puxar até a cozinha novamente.

-Sophia... –Falei. –Eu realmente não quero falar com ela agora, digamos que ainda não estou pronta pra isso. –Tentei argumentar. Mas Sophia continuava a “tentar” me puxar pelo braço, enquanto Pietro enfiava as mãos em seu jeans e encarava a cena tentando não rir da situação que havia me colocado.

-Katrina, não é justo com ela e alé... –Sophia não conseguiu terminar a frase, pois Matheus ia passando pelo corredor, assim que nos viu acabou voltando e adentrando no ambiente, ele olhou para o Pietro desconfiado e depois para mim.

-O que está acontecendo? –Ele perguntou. O encarei furiosa. O que está acontecendo? Me poupe! A pergunta aqui é simples: Onde ele estava? Me desvencilhei da Sophia e fui até ele, segurei em seu braço e o puxei para a cozinha.

-Licença, Sophia. –Falei. –Resolvemos aquilo depois. –Pronto. Dei o assunto por encerrado. Pelo menos com ela.

Matheus me acompanhou em silêncio, quando chegamos, soltei seu braço e tomei certa distância. Ele me encarou por alguns segundos até tentar se aproximar de mim com uma expressão preocupada.

-Por que seu rosto está vermelho? –Ele ergueu o braço para me tocar, dei alguns passos para trás e ele parou. –O que aconteceu? Porque está desse jeito? E porque você estava perto do Pietro? –Ele perguntou. Seu tom começava a ter fúria. Espera! Ele estava irritado comigo?

-Onde você estava? Eu precisei de você e você não estava, Matheus. Cadê aquele papo de eu cuido de você? –Falei. Matheus pareceu ficar surpreso com minhas palavras, ficou em silêncio enquanto eu o questionava. –Estava conversando com sua mãe ou com a Melinda? Porquê com a Sophia não era, pois ela estava na cozinha. E duvido muito que você estava “trocando uma idéia” com seu irmão. –Falei irônica. Matheus me encarava em silêncio, nem sequer fez menção de me responder. –Seu silêncio já diz tudo. –Falei. –Você estava falando com ela. Para de me olhar assim e responde! É simples. Quero ouvir da sua boca. Você estava conversando com ela, não é?

-Isso é ridículo! –Ele falou balançando a cabeça.

-Eu sou ridícula por perguntar onde você estava? É isso? –Falei irritada. Matheus passou a mão no rosto em sinal de impaciência.

-Eu não disse isso! O questionamento é ridículo... Nesse meio segundo que estamos aqui você me bombardeou com inúmeras perguntas.

-Se quer que eu pare é só responder. É simples. –O encarei. –Estava conversando com ela, ou não estava? –Matheus cruzou os braços e com a cara mais sossegada respondeu.

-Sim. Estava conversando com ela. –Ele falou com naturalidade. Foi como se uma pedra tivesse sido jogada em meu peito. Olhei pra cima tentando contar as lágrimas e respirei profundamente. Ao ver minha reação, e provavelmente presumindo meus pensamentos, Matheus se aproximou de mim tentando colocar a mão em meu rosto. –Não desse jeito, Katrina! –Ele falou alarmado. –Ela estava falando sobre minha mãe. Eu não gosto mais dela e nem ela de mim... Estamos bem resolvidos em questão disso. Ela está com o... –Ele travou um pouco antes de falar. –Com o Henrique, e eu com você. É só isso que importa. –Apesar de tudo aqui, sua “declaração” não havia me convencido. Eu precisei dele, e ele não estava do meu lado.

-A “Carina” aqui quer ir embora. –Falei ao passar por ele.

EVAWhere stories live. Discover now