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KATRINA

-Vou passar na boate primeiro. -Kenedy falou, tirando-me de meus devaneios.

-Tudo bem. -Sussurrei.

E assim foi feito, alguns minutos depois já estávamos na frente da boate que eu tanto odiava.

-Vai entrar? -Ele perguntou.

-Não! Não estou afim de apanhar de alguma namoradinha sua, são tantas que é como andar em um campo minado! -Falei e ele riu.

-Isso tudo é ciúmes? -Ele perguntou com um sorriso sacana,revirei os olhos e ajeitei algumas mechas de cabelo que caiam sobre minha face.

-De você? -Sorri com desdém. -Jamais! -Falei e ele riu. Argh! Que completo idiota iludido! Eu não tenho ciúmes de nada, muito menos dele... Quanta ilusão.

-Sei... -Ele abriu a porta e saiu, mas antes de fechar a porta, não perdeu a oportunidade de me deixar irritada. -Já volto pra ficar contigo, loira! -Mostrei o dedo de meio e inclinei meu corpo para frente, alcançando a sua porta e a fechando com força.

-Idiota! -Murmurei irritada.

Olhei pela janela e vi ele passando, rindo, provavelmente minha irritação era o motivo de sua diversão. Fiquei tentando me distrair enquanto o metido a galã não voltava.

Minutos depois ele voltou, trazendo com ele uma lata que parecia ser de energético, ele ofereceu, mas eu recusei, se ele já era sinistro sem um estimulante... Coitada de mim, teria que aturar o senhor ilusão a manhã inteira ligado no "220".

O trânsito estava tranquilo, então não demorou muito pra chegarmos no shopping, Kenedy entrou e procurou por uma vaga, e assim que descemos, caminhamos com certa distância um do outro, Kenedy na frente, e eu atrás.

-Primeira loja! -Falei alto enquanto apontava para uma loja de cosméticos. Sua cara de tédio era um poema pra mim, ele sabia exatamente que não teríamos hora pra ir embora, e eu só sairia daqui quando todas as minhas necessidades fossem supridas.

Foi assim por no mínimo umas dez lojas, Kenedy estava quase me esgoelando, mas eu sempre prometia que seria a última, empurrava todas as sacolas pra ele e assim que encontrava algo do meu interesse, saia em disparada e entrava, eu era quase uma criança em uma loja de brinquedos.

Era uma loja daqueles perfumes importados, eu nunca havia tido um daqueles, e eu já havia comprado dois fracos em uma das lojas que eu entrei. Na real, eu não precisava, mas qual é? Eu tinha castigar a Joice... Ela merecia esse grande prejuízo.

-Vai presentear sua namorada? -Uma das jovens que trabalhava ali aproximou-se de nos dois sorridente.

Olhei para o Kenedy totalmente constrangida, já esperando que ele soltasse uma de suas pérolas, mas ele me surpreendeu.

-Não sei... Vai querer algo daqui... Amor? -Ele falou dando ênfase na palavra "amor", de longe poderia perceber sua ironia com uma grande mescla de cinismo.

-Me erra, Kenedy... -Falei irritada e passei pela moça, indo até uma das prateleiras que tinha me chamado atenção.

Escolhi um perfume de fragrância doce, sua embalagem era simplesmente angelical, parecia tão delicada e ao mesmo tempo sofisticada, espirrei em meu pulso e me deliciei ao sentir aquele cheiro.

Olhei para o lado e vi que Kenedy escolhia também um perfume, mas obviamente era um protesto, pois ele conversava cheio de sorrisos cúmplices com uma ruiva. Revirei os olhos e continuei observando meu perfume com tamanha admiração.

-Olhando assim... Nem parece que é uma qualquer.

Aquela voz, aquelas ofensas...

Que droga!

De tantos lugares, logo aqui ele entra?

Eu realmente não merecia isso.

EVAWhere stories live. Discover now